Uma bicicleta com paralamas tão bonitinhos não poderia deixar de ter um bagageiro. Consegui um que achei interessante e deu certo. Levei na mesma bicicletaria que pintou o quadro de preto.
Vim pra casa bem feliz da vida, devagar pra bike não despencar desta geringonça (geringonça é o rack, não o carro... quer dizer...).
Ficou muito bacana. Cheguei em casa e pendurei uma bolsa que tinha ao menos até encontrar algo mais legal, mas já fiquei satisfeita com o efeito.
Com a coluna em pandarecos e sofrendo muito para andar em bicicletas estradeiras ou em MBs, há uns anos decidi comprar uma destas bikes de cidade. Conforto, chamam. As opções não eram diversificadas e optei pela Caloi Sport 100, da foto abaixo.
Confortável é, mas como sempre a indústria acha que todas as mulheres do mundo apreciam a cor rosa. Eu não. Então há pouco mais de um ano decidi pinta-la de preto e assim o fiz. Só que, depois de pintada, achei também que para andar na cidade deveria colocar paralamas na bicicleta. Ficaria mais protegida da chuva e, confesso, a deixaria mais elegante.
Começou o calvário em busca de um paralamas. Fui em praticamente todas as bicicletarias de Curitiba. Procurei na internet. Liguei para uma super loja em São Paulo e a resposta sempre foi a mesma: "o quadro desta Caloi não permite a colocação de paralamas. A não ser aqueles em plástico, que ficam presos no canote do selim" (horrorosos). Um ano nesta ladainha.
Sou chata. Pensava que a humanidade tem esta coisa irritante de dizer "não" sem nem ao mesmo tentar. Nunca qualquer dos "especialistas" em bike sequer imaginou ou propôs que uma adaptação aqui ou ali poderia me fornecer o que eu queria.
Não existe mais aquele cara que dava um jeito para as coisas funcionarem. Tudo o que querem hoje é trocar peça. Encaixar peça pronta. Só. Desafios para quê? Nem pra me esfolar no preço arriscaram.
Esta semana falei com o Marcelo Rudini, do Bikers Brasil e Onde Pedalar, pelo chat do Facebook e contei meu calvário. Conhecedor das lojas do país inteiro, pelo visto, me indicou uma ida na Agência Bicicleta. A resposta a minha demanda foi como se eu tivesse pedido a coisa mais banal do mundo. Sem questionamentos o atendente buscou os paralamas (marca DS, modelo para Barra Circular), deu o preço (R$ 30 com mão de obra incluída), e pronto. Escolhi a cor e marquei de levar a bike no dia seguinte.
O resultado? Ficou elegante demais! Muito melhor do que eu esperava.
Como foi feito:
Tá lá!! Era só isso. Não fica batendo e posso tirar e por o pneu sem precisar mover os paralamas.
De quebra ainda coloquei um "pézinho" e campainha.
E na bicicletaria chamou a atenção. "Que chic!", elogiou o dono de uma Fisher com câmbio Nexus e elegantérrima.
E em tempo: também não foi fácil achar quem pintasse a bicicleta. Quem fez pra mim foi o pessoal da House Bike (R. Lodovico Geronazzo, 68 - Boa Vista, Curitiba - 3357-6841).
Estaciono o carro no Museu Oscar Niemeyer, abro o bagageiro e retiro dali minha bike dobrável para dar uma desopilante pedaladinha. Ato contínuo ao início da montagem, aproxima-se um senhor de idade entre 67 e 72 anos e começa a conversar. A falar sozinho, digamos.
Gente do céu!!! Uma descarga de negativismo disfarçada sob voz melíflua. Primeiro falou que eu era muito corajosa. Que ele tinha 17 bicicletas (17 TVs também) mas que não andava mais com elas pois havia sofrido diversos assaltos na ciclovia. Sugeriu que eu não andasse pois era muito perigoso. Que já foi assaltado aqui, ali, acolá...
E não parou. Quando o tema assalto o cansou, fez um olhar curioso e perguntou, já sabendo a resposta, qual a marca do meu carro. "Um Lifan 320. Chinês", respondi.
Pra que?! "Você teve a coragem de comprar um carro chinês"? E ai derramou em minhas orelhas um rosário de queixas sobre a infinidade de produtos chineses que comprou e que estragaram em pouco tempo. "Nada presta", dizia.
Eu dava umas risadinhas sem graça. Terminei a montagem da bicicleta mas ele não encerrava a falação. Quando finalmente consegui me desvencilhar, subi na bike, andei 100 metros e... chuva.
Voltei. Ele havia conseguido estragar meu passeio com tanto "estímulo". Olhei pro céu e pensei que a chuva logo passaria.
Passou. E eu pude passear observando belos recantos como o da foto acima.
Depois de dias e dias chuvosos. Tormentosos, até. Temperatura de inverno (chegamos a ter 12ºC durante o dia). Rebelei-me e fui passear no Parque São Lourenço, registrando no Endomondo o trajeto (mapa acima).
Aliás, muito bom o suporte de celular/GPS que vai no guidão e que inaugurei hoje. Não está na imagem abaixo pois obviamente era o telefone que obtia a foto da geringonça.
Falando em geringonça, está cada vez mais rápida a montagem da bike.
E no mais foi só passeio mesmo. Breve mas delicioso.
Algumas empresas centenárias ficam fazendo sites que atazanam minha existência. As duas últimas que me provocam são inglesas, claro. Uma delas é a Brooks England Co., que produz os mais charmosos e eficientes bancos em couro para bicicletas e também bolsas que combinariam com perfeição com minha pequena dobrável.
Os preços não são altíssimos só que se contar frete, impostos etc...
Mas são maravilhosas.
Tudo bem que eu não tenho uma Brompton mas tá valendo.
Obs.: A outra empresa é a Cambridge Satchel, que conheci através deste post aqui.
Hoje acordei e bateu vontade de dar uma pedaladinha num caminho que fazia a partir de um antigo apartamento em que morava. Estacionei o carro aos fundos do Museu Oscar Niemayer, ao lado do "cachorródromo", e parti rumo ao Parque São Lourenço, atravessando o lindo trajeto do Bosque do Papa (abaixo).
Saindo do Bosque do Papa, pela ciclovia, andei através da Rua Cecília Meireles. Havia esquecido do meu velho sonho de ter uma carta endereçada para
Seria tão lindo. Pro meu gosto só perderia para ter um endereço na R. Sofia (sabedoria) Veloso, em Porto Alegre. Mas isso são poemices desta boba aqui. Melhor seguir o trecho.
Vale dizer que o percurso mudou muito desde a última vez que o percorri. Ao longo da ciclovia as velhas casinhas foram substituidas por novas e cuidadas moradias. Ficou tudo tão lindo! O prazer de morar colado a dois parques sem a "metidez" de ter de ser perto do Barigui e sua especulação imobiliária megalômana. Parabéns a quem construiu ali.
Finalmente cheguei ao Parque São Lourenço. Vazio. Acho que Dia dos Pais chama pra cozinha e não para os parques.
Eis abaixo o resultado do breve passeio. E depois algumas observações.
1. Foi a primeira saida de rua da bicicleta dobrável e posso dizer que ela suporta bem mais do que eu imaginava. Compensa as rodas pequenas e as suas poucas marchas (são seis) com leveza. Subi pequenas e médias elevações sem problemas.
2. Não preciso de ciclocomputador nela pois o GPS do telefone, com o programa Endomondo (detalhe acima) dá conta do recado com sobras. E além de tudo, com uso do fone, o programinha (a espaços de tempo pré-definidos) vai falando distância percorrida, tempo e velocidade. Sensacional. Inclusive as informações coletadas são armazenadas no site da Endomondo e sobrepostas a um mapa. Lembro quando trabalhei para o GIS Brasil e toda aquela falação sobre georreferenciamento parecia ficção.
3. Sintonizei o rádio do telefone na Lumen FM e descobri que é ótimo pedalar ao som de sambalanço. Depois da sala de espera, mais uma utilidade pro pessoal da Trama. Ah... o Endomondo corta a música para dar as informações mas isso não chega a irritar.
4. O passeio deu uma boa amenizada no afastamento do tênis (cotovelo MUITO melhor mas ainda em resguardo)
Aquilo que deveria ser um bucólico passeio no parque transformou-se em uma escala no inferno. Sabia que hoje era dia em que Zeca Camargo viria fazer o "merchan" daquele reallity-fat em que ele e Ceribelli enfrentaram a balança no Fantástico. Quando consegui vaga no estacionamento de dentro do Parque Barigui achei que seria mole.
Que nada. Havia vaga porque o parque foi tomado por orda de adolescentes vindos sei lá de onde. E o microfone gritava repetidamente: "não adianta empurrar para conseguir fotografia".