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Nas últimas duas semanas recebi a mesma mensagem (span???) umas cinco vezes.

Nas últimas duas semanas recebi a mesma mensagem (span???) umas cinco vezes. Dizia ela, em seu primeiro parágrafo (e depois de lê-lo recusei-me a prosseguir), que “um deputado baiano (só podia ser baiano)”... estaria propondo lei que impediria ou dificultaria a investigação de casos de corrupção na esfera pública.


Aos cinco remetentes enviei a mesma resposta... que algo tão politicamente incorreto - apesar de não gostar da expressão – dispensava.


É impressionante como somos capazes de repetir preconceitos. Eu quase estava escrevendo que repetimos preconceitos sem pensar, o que seria redundância pois qualquer pessoa que pense jamais será racista, misógina, homofóbica, anti-sionista ou anti seja lá o que for.


Coincidência ou fruto de uma atenção maior ao caso, na mesma semana vi, no programa Mais Você, a Ana Maria e seu partner Louro José em mais uma sessão de charadinhas. Uma delas perguntava: “o que é preto mas vale mais do que branco”? Ora... por mais que a resposta fosse o chopp preto, causou-me certo constrangimento a brincadeira.


Talvez no mesmo dia, em Terra Nostra, Gumercindo (Antônio Fagundes) diz querer sentir-se orgulhoso do recém descoberto filho. “Negrinho mas doutor”, disse.


Semanas antes a mesma Globo coloca no ar uma entrevista com a tia de um jogador, negro, que declara ser o rapaz “pretinho mas bem bonitinho” (algo assim). Não estranhei que a própria tia, também negra, tivesse esta visão distorcida já que ela está em nossas piadas, na televisão, na internet e o que é pior... incrustado no inconsciente de parcela significativa da população.


Algo está errado, muito errado quando há sem um mas, espécie de “apesar de”, em todas estas frases.


Sou chata com isso. Sou uma espécie de patrulheira do racismo. Minha melhor ação, lembro bem, foi levada a termo há mais ou menos um ano. 


Estava em um táxi quando paramos em um sinal e, no carro ao lado, um casal formado por homem preto e mulher branca, se beijava. O motorista de táxi soltou uma piada horrorosa qualquer e então eu disse: “qual o problema. Meu marido é negro”.


Foi uma boa mentira. Tenho certeza que este cidadão poderá até pensar... mas nunca mais externará tamanha asneira.


Lorena Calábria aporta no Multishow



A jornalista e apresentadora Lorena Calábria, a partir de junho, comanda dois novos programas no Multishow. Os programas são Bate-Papo Digital e Ensaio Geral, ambos prometem entrevistas com personalidades do país e participação da audiência através da internet. O primeiro a entrar no ar é Bate-Papo Digital, a ser lançado em 5 de junho, às 23 horas. O programa terá entrevistas com personalidades, falando sobre as influências que seus trabalhos tiveram de outras formas de artes.


As entrevistas terão a linguagem de um chat. Sempre que um assunto despertar muita curiosidade poderá ser ilustrado como se fosse um web site aberto e alguém tivesse clicado naquele link. Bate-Papo Digital promete ser o primeiro programa convergente da TV / WEB no Brasil.


As entrevistas serão acompanhadas por uma web cam para que os internautas possam assisti-las na rede em tempo real. Quem estiver conectado na internet poderá ver cenas dos bastidores. Todo o material poderá ser usado, posteriormente, na edição do programa.


Ensaio Geral, que estréia no dia 28 de junho, às 21h30, terá uma hora de música brasileira com a mistura de apresentações musicais, bate-papo, videoclipes e informações sobre o universo musical.


O programa terá diversos quadros que se intercalam com as entrevistas:


*         BRAZIL COM Z – Notícias internacionais sobre música brasileira.


*         DICIONÁRIO - Palavras ou expressões curiosas tiradas de letras de música. 


*         PERDIDOS NO ESPAÇO – Resgate de músicas e de artistas que sumiram da cena ou já morreram.


*         NA TRILHA – Como e por quem foi feita a trilha sonora de filmes, comerciais ou programas de TV.


*         BASTIDORES DA INDÚSTRIA – Assuntos do show biz: gravadoras, mídia, produção de shows, marketing. 


*         DA BANDA – Apresentação de um músico que toca com um artista famoso. 


*         SITE MUSICAL – Lorena Calábria navegará por sites de música brasileira ou de um artista ligado a MPB; 


*         DEU NO MULTISHOW – Seleção do arquivo do canal ligado à MPB: uma matéria, um trecho de show, um making of, um videoclipe novo;


*         AQUELE VÍDEO – Videoclipe do acervo Multishow escolhido pelo assinante;


*         NAS LOJAS – Comentário sobre os últimos lançamentos de álbuns nacionais. Poderão ser comentados também livros e vídeos que estejam ligados a música brasileira;


*         ENQUETE DA SEMANA – Sempre com questões relacionadas com a música para o assinante testar sua cultura musical. A resposta sai no programa seguinte; e, 


*         HORA DO BIS – O entrevistado escolhe um trecho de um show de sua preferência que faça parte do arquivo exclusivo do Multishow . Poderão também ser exibidos videoclipes musicais do acervo do canal.


Pátria de raquetes?


Eu e Otávio, do Comando de Ataque, bancávamos outro dia as tias velhas. Lamentávamos os tempos em que transmissões de tênis eram especialidade da Rede Manchete.


Isto mesmo, jovens leitores, por paradoxal que pareça, quando não tínhamos nenhum top-ten os grandes torneios eram transmitidos para todos, sem distinção. Agora que o esporte se “populariza”... (hehehe)só é transmitido pelas emissoras pagas.


Deste jeito fica difícil o país se transformar na “pátria de raquete” estampada na matéria de capa da edição do dia 28/05 de Veja.


Gosto de tênis, e dou minhas raquetadas, desde os tempos em que a maior polêmica (excetuando a presença de Reneé Richards nos torneios) era o uso do top-spin. Acostumados ao chapado estilo australiano, os tenistas mais conservadores não aprovavam a aplicação de batidas que provocassem efeito na trajetória da bola. Priscas eras... tempos em que empunhar a raquete com as duas mãos era igualmente tido como deselegante.


Mas apesar de lamentar a ausência do tênis da programação aberta, o que efetivamente contribuiria para um aumento significativo de torneios de gabarito, entendo os motivos. Com partidas que podem durar até 3, 4 ou mais horas, não há fôlego para uma transmissão. É possível até que, como ocorreu no vôlei, alguém em breve proponha mudanças nas regras de pontuação, encurtando os embates (o tie-braker em todos os sets já é um passo para isso. Mesmo assim cada game ainda pode durar muito).


Desta forma tenho assistido os jogos, ou parte deles, na ESPN. Os comentários têm sido, em geral, legais. É claro que pérolas como “perder o primeiro set numa melhor de cincos não é tão grave quanto perder o primeiro set numa melhor de três” são desnecessárias. Mas isto é nada se comparado ao que teríamos que ouvir do especialista em todos os esportes, Sr. Galvão Bueno.

Instituto Baguete de Pesquisa e Estatística foi ao site da Globo e comprova: cariocas e paulistas mandam na MPB.

O IBPE, Instituto Baguete de Pesquisa e Estatística, visitou o site da Rede Globo nesta semana para conferir as origens dos compositores classificados para o Festival da Música Brasileira e comprova: cariocas e paulistas mandam na MPB.


Gostaram desta, gaúchos, baianos etc???


É claro que o atual domícilio dos compositores não necessariamente corresponde ao local de nascimento. Mas mesmo com uma margem de erro elástica... está comprovado o que todos já sabemos: a estética do eixo RJ-SP domina mesmo.


Considerando um universo de 48 canções classificadas, a divisão por estados é a seguinte (em percentuais):




Já a distribuição por regiões ficou assim:




E finalmente, a origem dos 12 jurados que selecionaram as músicas (com endereços em RJ e SP):




Posso ser acusada de manipuladora de dados... mas a diferença é bem gritante. Sequer pode ser usado o argumento de densidade demográfica, expressivamente maior no Sudeste. Se assim fosse a região Sul deveria contar com mais classificados que Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Note-se que PR, SC e RS não contam com qualquer selecionado.


Mas é claro que tudo isso não passa de uma grande coincidência.


Novela nova na área


Com patrocínio de Tele-qualquer-coisa... está no ar... Laços de Família.  A única novela que não coloca as ligações familiares por um fio pois cada personagem recebeu um celular que elimina arcaica conexão.


No primeiro capítulo um acidente. Helena (Vera Fischer), distraída falando em seu aparelhinho, abalroa o veículo de Edu (Reynaldo Gianecchini). Apressadamente alguns críticos falaram no valor didático da novela, que estaria desestimulando o uso do celular ao volante.


Falta de sensibilidade e perspicácia desta gente... primeiro que metade do país até toparia um acidente leve para ter acesso a Vera Fischer. A outra metade toparia para ter acesso ao Gianecchini. E “dopo”...ops... Terra Nostra acabou... tá pensando que eles abandonariam a prática de tagarelar no trânsito? Que nada! Segue o baile.


E vejam só que disputa teremos... Toni Ramos x Reynaldo Gianecchini. É claro que a maturidade, ainda que obesa, vai vencer. Ramos, peludo e gorducho, versus Reynaldo, sarado e macio. Mas Deus é sábio e compensa. Não seria justo se ainda por cima colocasse talento no garotão


Tudo isso é bobagem. Gostei dos primeiros capítulos. Uma pena que a gente já sabe onde isto tudo vai dar... um início bacaninha, seguido por um desenrolar na linha encher lingüiça e um final débil.


Mas pelo menos temos uma inclusão na novela. Nada mais moderno que isto. As escolas estão juntando “excluídos” e “normais”. A novela também. Bacana este negócio de colocar o Flávio Silvino em cena. Se não for profilático para ele será para o público.


Concurso Telemania


Há duas semanas propus um sorteio aqui em Telemania. Quem enviasse a melhor explicação para tantos pronomes possessivos em Terra Nostra (filho meu... minha mulher... amore mio...) levaria de brinde o antológico aparelho Telefunken que me acompanha há 24 anos (veja foto).


Informo a todos que o cansado aparelho terá um final glorioso. Como não houve qualquer inscrição em meu concurso... doei a TV para uma escola aqui de Curitiba. Não creio que terá grande utilidade por lá... mas se as crianças da Educação Infantil a desmontarem já estarei satisfeita.


Aguardem novas promoções. Ainda tenho muitas tranqueiras aqui em casa. A saber:



  • Uma máquina de escrever Olympia/194...
  • Coleção completa das revistas Imprensa, Cinemin e Cinemania
  • Coleção completa do Pink Floyd, Led Zepelin, Neil Young, Uriah Heep, Focus e Genesis (em vinil)
  • 22 fotografias da festa de despedida dos bondes em Porto Alegre
  • Uma foto autografada do Brizola
  • Uma caixa de LetraSet em bom estado de conservação
  • Um jogo de 24 canetas nankin
  • E muito mais...

 Como vocês podem perceber. Tudo muito útil.


Tchau.

Se o mineiro, diria Nélson Rodrigues, só é solidário no câncer... o brasileiro só é solidário na vitória.

Se o mineiro, diria Nélson Rodrigues, só é solidário no câncer... o brasileiro só é solidário na vitória. No início do ano os jornais do país estampavam manchetes do tipo "Guga fracassa". Hoje, novamente campeão em Roland Garros, o garotão de Santa Catarina é o "Brasil vitorioso".


Jamais esquecerei uma vitória de Joaquim Cruz em Olímpiadas da década de 80. Era dia das mães e um repórter se aproximou esperando que o corredor fizesse sua homenagem à data. Nada sutil perguntou: "a quem você dedica esta vitória, Joaquim"? Ao que ele respondeu: "a mim. Eu que batalhei sem apoio algum" (era algo assim).


Bem fez ele e felizmente tive a oportunidade de, anos depois, cumprimentá-lo por esta resposta.


É fácil ter torcida no sucesso. É mole patrocinar um atleta pronto.


Ontem foi sábado e a noite de Paris fervilhava. Enquanto a gurizada dançava enlouquecida em algum clube... Guga dormia em um quarto de hotel. Se é que conseguia dormir.


Esta vitória não é do Brasil, não é de Florianópolis e muito menos minha.


Pode ser dos Kuerten... seguramente é um tanto de Larry... mas é sobretudo de Guga.


Só dele.


Parabéns a ele e à Rede Record. Que ganhada!!!

Vocês lembram do outrora reconhecido como um dos homens mais elegantes do país?

Vocês lembram do outrora reconhecido como um dos homens mais elegantes do país? Era comum ouvirmos, até preconceituosamente, que “Jô consegue ser elegante mesmo gordo”.


Pois é... cadê este homem? Logo após sua estréia na Globo o entrevistador desfilou uma série de combinações pra lá de inusitadas. Algo no gênero casaco listrado + camisa xadrez + gravata de bolinha (ou qualquer variação possível destes elementos).


Talvez alertado sobre o efeito que tais modelitos estariam ganhando na telinha, deu uma nova guinada e agora parece estar fiel aos paletós de veludo (ou tecido da família) em cores, no mínimo, “mudernas”. Vermelho... verde... um horror. Sabem aqueles terninhos de pajem, aqueles meninos que carregam alianças em casamento?


E tudo sobre a supervisão de Julio Rego. Anotem o nome do figurinista.


Propagandas... humpft


Aqui em Curitiba rola uma propaganda que me irrita demais. Tudo começa em uma fila. Diversos homens estão ali e começa um papinho que deixa claro o objetivo da galera... arrumar emprego. “Dizem que aqui é o melhor lugar para conseguir emprego”, comenta um. Ok. Ao final do anúncio, e da fila, eles chegam numa banca de revistas e compram exemplar do jornal de maior circulação no Paraná. Entra então uma voz em off dizendo que são os únicos classificados que garantem resposta ao seu anúncio de oferta de emprego.


HAHAHAHAHAHAHA!!!! Do jeito que estão as coisas se eu pendurar anúncio no poste de uma rua com pouco tráfego vai chover neguinho em minha porta. Quero ver o contrário. Um desempregado colocar anúncio e encontrar empresa interessada. A agência que fez este anúncio vai ganhar o Leão este ano.


Cabo de guerra


As operadoras de TV por assinatura estão na maior guerra. Promoção de um lado e de outro. Todas investindo um monte em campanhas de fidelização do cliente.


De minha parte quero saber duas coisas: quando os canais vão respeitar o público e parar de alterar a grade, reprisando episódios dos seriados sem aviso, e quando a Internet será disponibilizada no meu bairro.


Fora isso... me poupem de tanta correspondência.


Globo x Ibope


Os grandes jornais e revistas do país estão radiantes. SBT e Record têm veiculado páginas e páginas de anúncios comemorando as surras que têm dado na Globo. No caso da Record foi algo bem pontual, a final de Roland Garros. O mesmo não se pode dizer do SBT, que vem ganhando da concorrente em vários e disputadíssimos horários.


A Globo vem apanhando durante a transmissão total ou parcial de Muvuca, Casseta & Planeta, Linha Direta, Sai de Baixo e até Faustão, entre outros...


É fácil conjecturar sobre tudo isso.


Em primeiríssimo lugar temos o advento do controle remoto. Há que se considerar ainda que boa parcela do público da Globo (tradicionalmente “mais qualificado”) migrou para a TV por assinatura e Internet, o que não há de ser um grande problema para o Grupo já que está com os dois pés muito bem fincados em ambas.


Mas eu estou vibrando com isso. Quero mais é que a guerra continue.


É claro que a tendência neste embate está longe de ser a melhoria dos programas... o que me alegra nisso tudo são os anúncios em jornais e revistas, meus históricos patrões.


Com um dinheirinho a mais talvez eles parem com os cortes de pessoal

Reconheçamos... meia página de FSP para uma atriz que não atuava desde 91 é muito mais do que terá grande parte dos atores-tamagoshi que andam por aí.

Como sempre faço logo ao acordar, pego meu copinho de suco de laranja e ponho-me a ler o jornal. Na capa, além de mais uma fotografia ilustrando a disputa MST x FHC e manchetes sobre a cobrança dos pedágios, dois outros destaques chamam a atenção.


Um, sobre I love You. O vírus transmitido por e-mails que surgiu para deixar, em apenas um dia, 80% das companhias suecas “fora do ar”, para ficarmos somente no que talvez seja o exemplo mais dramático.


O outro destaque, que não tem o singelo nome de I Love You mas que em muitos casos tem tudo a ver com amor, refere-se à morte da atriz Sandra Bréa. Também causada por um vírus que tem deixado “fora do ar” muita gente.


O primeiro recebe uma página e meia. O segundo, meia. Normal. AIDS já não é novidade e, cá pra nós, os computadores estão muito mais presentes na mídia e em nossas vidas do que a atriz.


Mas não foi sempre assim. Alguém que tenha menos de 30 anos dificilmente terá a noção exata do que representou a atriz para os brasileiros. Meu irmão, por exemplo, hoje um quarentão bem apessoado (ressalto para não ganhar um inimigo) era alucinado pela jovem atriz que nos idos de 70 interpretava a filha de Odorico Paraguaçu em O Bem Amado, novela do tempo em que ainda havia boas novelas e em que as sumárias tangas usadas pela atriz ainda causavam clamor.


Cercada pelo misto de adoração e inveja no qual vivem as estrelas, atos como mostrar os seios nus em uma janela porto-alegrense atiçavam o imaginário sexual de uns... e o rancor ciumento de outras (no feminino mesmo).


Mas não quero aqui fazer uma ode a Sandra Bréa. Jamais pertenci ao grupo de seus adoradores e tampouco ao de seus detratores. Pra falar a verdade, nem sequer a considerava boa atriz, apesar de reconhecê-la belíssima.


Quero mesmo é ressaltar como esta mesma pressa com que surgem e se propagam os vírus de computadores... como esta mesma pressa hoje comanda a libido das pessoas.


Com exceção a Vera Fischer, reserva nacional das grandes musas, “deusas” e “deuses” chegam a vão com volatilidade impressionante. Ou você é capaz lembrar quem foi a musa do verão 98/99?


A televisão, esta maquinha que domina nossa sala, é pródiga em criar astros e estrelas. Mas suponho que, ao lançarem novos nomes ao estrelato, as emissoras no fundo gostariam de encontrar alguém que representasse um bom investimento em prazos mais alongados, de duração superior ao período de uma ou duas novelas.


Quem não gostaria de ter sob contrato uma Catherine Deneuve (a reserva mundial de grandes musas)?


Tanto isto pode ser verdade que mesmo com seu comportamento indisciplinado (que já valeu até sanções drásticas), a Globo, com todo seu poderio, não prescinde de chamar Vera Fischer para estrelar uma nova produção.


Me perdoem Débora Secco, Camila Pitanga, Thiago Lacerda e afins, todos umas gracinhas, mas falta a eles o plus que faz uma estrela. Falta-lhes “atitude”, uma expressão que, paradoxalmente, é sempre mencionada pela geração dos atores citados para exemplificar característica pessoal que admiram.


Enquanto isso os “musos” e “musas” vão se como vírus cibernéticos. São criados e distribuídos em profusão até que surja um antídoto, aí seus idealizadores mudam uma ou duas “linhas” do “programa” e tudo começa novamente. Saem dos “chips” novas estrelas que só não são virtuais porque existem biologicamente.


Também como os vírus de computadores, compreensivelmente ocupam mais páginas em jornais que o HIV e a morte de Sandra Bréa. 


Mas reconheçamos... meia página de FSP para uma atriz que não atuava desde 91 (desconsiderando participação relâmpago no último capítulo de Zazá, em 98) é muito mais do que terá grande parte dos atores-tamagoshi que andam por aí.

Começo a coluna da semana fazendo algo inusitado neste espaço... um elogio. A merecedora de tal benesse é a Rede Globo de Televisão, que acaba de lançar a novela Uga Uga.

Começo a coluna da semana fazendo algo inusitado neste espaço... um elogio. A merecedora de tal benesse é a Rede Globo de Televisão, que acaba de lançar a novela Uga Uga


É claro que o elogio não se deve à trama da novela, uma leitura muito rasa de Tarzan, personagem de Edgar Rice Burroughs que recentemente teve excelente versão no desenho animado dos Estúdios Disney.


O que eu gostei mesmo foi do nome escolhido.


Uga Uga, onomatopéia associada a alguns primatas, pode ser compreendida como uma grande gozação do autor da novela pra cima de nós, telespectadores. 


Gosto desta teoria pois faz pensar que só um cérebro primitivo é capaz de acompanhar aquela trama. 


Primeiro... o protagonista e sua língua. Tribo isolada no Pantanal é dose cavalar. 


Não me atenho a comentar muito os papéis de Humberto Martins e Marcelo Novais (Novaes?) pois já foram suficientemente escrachados na mídia nacional por serem repetições de atores/personagens em novelas do mesmo autor. 


Agora... juntar romanticamente Sílvia Pfiffer e Lima Duarte também é forçar a barra. Ainda que no passado... não dá. Ver os dois contracenando é de uma tristeza profunda. Ela, com a falta de expressão de sempre, ainda consegue se salvar por conta de seu indiscutível charme. Ele, nem isso. 


Ao contrário de sua parceira de elenco, a Lima Duarte não falta expressão... sobra. Mais do que nunca o ator over-interpreta. Se alguém por acaso assistiu a abertura da convenção anual da Globo saberá do que estou falando.


Na ocasião foi entregue a Lima Duarte a responsabilidade de ler o texto de abertura do evento. Uga Uga!!! Parecia político interiorano no palanque. Sabe aquela impostação de discurso? Com todas as ênfases e gestos característicos?


É por essas e por outras que a outrora hegemônica emissora tem levado verdadeiras surras no Ibope. Depois que surgiu o controle remoto fica muito mais fácil passear pelos canais e ver que até um filmeco de quinta categoria pode ser melhor que Ugas Ugas, Muvucas e afins.


Afinal a gente pode ter cérebro de símio... mas até os macacos sabem manipular o controle.

Ao surgimento de cada nova tecnologia advém teorias catastróficas sobre o destino do que já está estabelecido.

Ao surgimento de cada nova tecnologia advém teorias catastróficas sobre o destino do que já está estabelecido. As tecnologias de informação costumam ser recordistas nestas discussões.


Foi assim no surgimento do rádio, do cinema, da televisão, do videocassete doméstico e, agora, da Internet.


Acompanhando artigos e entrevistas sobre o assunto noto uma grande diferença nos sentimentos que envolvem este e que envolveram outros embates. Se quando surgiu a televisão havia o temor que acabasse com o rádio e se ao surgimento do vídeo seguiu-se um verdadeiro pavor de que pudesse acabar com o cinema, não percebo qualquer receio generalizado sobre a possibilidade da Internet acabar com a televisão.


Primeiro porque a televisão não acabará. É possível que migre do aparelho receptor tradicional para as telas dos micros, muito embora eu acredite que, com os novos aparelhinhos que se acoplam à TV tradicional, será mais fácil internautas migrarem dos micros para ela.


Desta forma, no micro, na TV ou no equipamento que se sabe lá inventarão, a televisão não acabará. Mas mudará muito?


Com certeza sim. A começar pelas legislações vigentes.


Uma grande mudança, decorrência do mundo pós-TV-por-assinatura, é a internacionalização do que assistimos e do que assistiremos. Enquanto as leis que regem a comunicação tradicional no país ainda não permitem, ao menos não abertamente, investimentos estrangeiros... o que vemos no mundo virtual é uma sucessão de aquisições de provedores locais por empresas internacionais que passam a desenvolver aqui atividades antes restritas a empresários brasileiros, sobretudo o jornalismo.


Quer dizer... o sr. Ted Turner, dono da CNN, não pode montar uma emissora de TV no Brasil mas pode manter um portal com jornalismo. Isto já é uma mudança e tanto.


Outra mudança imediata que percebo, e esta diz respeito a mim e a meus pares, é a regulamentação da profissão de jornalista. Questão de honra há até bem pouco tempo, o discurso que defende a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão tornou-se a coisa mais obsoleta e absurda do mundo.


Pensem bem... se o sindicato da categoria, outra instituição obsoleta, não conseguiu até hoje fiscalizar o jornal que fica na esquina... imaginem se conseguirá ter atuação no mundo do cyber-news? Quá, quá, quá!!!! 


Disse isso noite destas a universitários para os quais fui convidada a palestrar e um dos professores, sindicalista profissional, quase me bateu.


Temos então duas leis que precisam de imediata análise.


Fora isso, há também a questão da forma como a nova TV se apresentará. A mim parece inevitável que aumente a interatividade e as opções do telespectador (será ainda este o nome que receberá a assistência?). Além de escolher quando assistir este ou aquele programa, tal como boa parte dos clippings de notícias que andam por aí, poderemos escolher os assuntos que receberemos.


Isto significa que o Fantástico não acabará (acho que só a hecatombe poria fim naquilo), mas o veremos, ou não, quando quisermos e só os quadros que quisermos.


Basicamente esta será a grande diferença, a considerar os rumos que a questão vem tomando.


Isto me faz voltar a um assunto que já abordei neste espaço há mais de um ano. É impressionante como a tecnologia avança em proporção infinitamente superior às ciências humanas e que a própria arte. Não que TV seja arte, não me entendam mal... mas é feita majoritariamente por profissionais de formação humanística.


Recentemente entrevistei o professor francês Henri Dou, PhD em gestão do conhecimento, que se mostrava muito preocupado com esta realidade. Disse ele neste nosso contato, que o mundo vai ter que se dedicar um pouco mais ao conhecimento humano sob pena de ser devorado pela tecnologia. E olha que ele vive dela.


Infelizmente o que ele pensa não ganha relevância se considerarmos que é um francês, povo com vasta tradição em pensamento mas que há muito deixou de ser uma voz com alcance mundial. Pode até estar certo mas isto pouco importará em uma ordem mundial que relega filosofia e ciências afins a um plano ínfimo.


Desta forma, seja como for a futura televisão, será a mesma droga. Basta pensarmos que os meios de transmissão e os equipamentos de produção estarão sempre cada vez mais rápidos... enquanto nós, os humanos que pilotamos tudo isso, pouco avançamos em termos físicos e culturais.


Quero dizer... neguinho que se ferre pra suprir 24 horas, meses e anos de transmissão ininterrupta para esta indústria. E neguinho que se ferre ainda mais para receber a porcaria que resulta desta loucura toda.


É possível que esta até seja outra causa para a já citada falta de paixão que cerca as discussões sobre a possibilidade da TV acabar. Além de isto não ser plausível... do jeito apressado e descuidado como é feita, quem se importaria?

(Ou como os tanques foram substituídos pelas câmeras)

Duas mulheres agem de forma parecida com propósitos diversos. Uma em São Paulo, a Sra. Pitta, outra em Curitiba, a Sra. Martins de Oliveira.


Nicéia Pitta vai para frente da câmera da Globo denunciar o esquema de corrupção que envolve (ou é capitaneado por) seu marido. Cristina, mulher de Cândido Martins de Oliveira, ex-secretário da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, assume o microfone da CBN para defender o marido afastado do governo paranaense no rescaldo das investigações do narcotráfico.


Duas mulheres. Uma movida pela ressaca de um casamento desfeito. Outra, pela lealdade ao maridão. A despeito de ambas denunciarem verdades ou mentiras, tanto faz, são movidas pelo mesmo instinto básico: a paixão.


Discutir se estão certas ou erradas é algo que não me interessa, já que às emissoras e às protagonistas destes episódios sempre restará o argumento do interesse público. Algo pior me ocorre, como sempre.


Ao ouvir o que tinham a dizer penso que os veículos de comunicação substituíram o tanque das lavadeiras (como todo respeito a estas dignas profissionais).


Do primeiro ao último andar de qualquer pirâmide social, a humanidade parece ter escolhido os veículos de comunicação como o novo grande fórum. O tribunal soberano. D. Nicéa e D. Cristina não poderiam simplesmente buscar um promotor de justiça para a ele fazerem suas denúncias ou defesas. Isto seria pouco glamouroso.


E os veículos, ah! Estão adorando. Sai barato colocar no ar um pobre coitado esbravejando contra qualquer coisa. Dá resultado patrocinar estas catarses, acompanhadas avidamente por uma população louca por um espelho que mostre que sua loucura não é original.


E antes de continuar, uma observação: quando falo em “pobres coitados” não me refiro, considerando os exemplos citados, ao contra-cheque. Falo mesmo de uma carência que de certa forma é mais problemática... Carência de equilíbrio emocional.


A TV e o rádio, principalmente, estão passando por um processo de empobrecimento que não sabemos para onde nos levará. Não há emissora que escape. É Ratinho no SBT, Marcelo Rezende na Globo, Leão... Temos até canal especializado em fofoca, o E!


Não há hierarquia social, há baixarias para todos os bolsos. A exploração da miséria, humana e monetária, parece ser a grande pauta.


Fico triste. Não gosto de ver o ponto de degradação a que chegamos. Faz-me mal ver pessoas lutando por um milhão nas noites do SBT, tentando responder, sem sucesso, a questões tão difíceis quanto o nome do produto eletrônico que nos ajuda a fazer contas.


Acho irritante o “estelionato” da Globo, que “vende” como inédito um capítulo de novela que é quase puro flash-back, como disco “novo” do João Gilberto.


Ver TV, para as pessoas minimamente saudáveis tem sido deprimente. Ainda bem que a safra de cinema está boa. Morro de inveja do meu colega Gastal.

O que acharam do Galvão Bueno chamando o Schumacher de “Schummy”?

Tive um colega certa vez que era um verdadeiro sabujo. Quem nunca os teve na vida? Era um sujeito nojento, daqueles que despreza um outro colega, mas quando este é promovido passa a bajulá-lo descaradamente.


Vocês viram o Grande Prêmio Brasil de Fórmula-1? O que acharam do Galvão Bueno chamando o Schumacher de “Schummy”? Depois que o alemão virou parceiro de equipe do Rubens Barrichelo, Bueno agora é velho amigo do cara. Vá se catar... nos tempos do Senna o Schummacher era reconhecido por Bueno como... digamos... a encarnação do Dick Vigarista. Enojante.


E o que era a “estrelice” do Rubens Ewald Filho durante a transmissão do Oscar pelo SBT? O sujeito praticamente ignorava a Babi. E quando se dirigia à moça era com um tom de superioridade irritante. Acha que está com toda a bola porque consegue identificar rapidamente os filmes apresentados nas rápidas montagens mostradas durante a entrega dos prêmios?


Pois não precisa se achar tanto assim... todos os anos os mesmos filmes estão naquelas montagens... ou vocês já viram entrega de Oscar sem O Mágico de Oz, Ben Hur, Cleópatra  e por aí vai? Não precisa ser Rubens Ewald Filho para isso.


Tudo porque ela vê carisma em Arnold Schwarzenegger e gosta da Madonna... e daí? O cara acha legal aquele cavanhaque que usa!! E ainda tem a cara de pau de falar no programa da Ione (CNT) que deu conselhos pra Babi, que alertou quanto à inveja dos coleguinhas...


E já viram que hoje estou como uma metralhadora...


E o mico da semana não foi da TV mas “passeou” por ali. A Globo anunciou exaustivamente seu portal. Segundos e mais segundos em horário nobre... página e páginas em jornais e revistas. No dia marcado para a estréia estou parada em um sinal quando vejo um bando de adolescentes com faixas e “pirulitos” anunciando o tal. Chego no trabalho e a primeira coisa que faço é conectar-me. Quá quá quá... só havia um pedido de desculpas pois não estavam preparados para o volume de acessos e deu pau em tudo.


E onde está o mico? Se foi um sucesso... não há mico. Como não? A Globo não conhece a própria força? Subestima sua própria mídia? E o pior é que, dias depois, acessei novamente e outra decepção... o portal é muito, muito fraquinho. E como sempre auto-bajulativo. A única concessão feita a veículos de outras empresas diz respeito à TV Cultura. No mais... só dava o Grupão velho.


Jô Soares estréia na segunda. Diz ele que deixará os entrevistados falarem. Se for verdade quero o endereço do psicanalista do Jô. Resultado rápido assim nunca vi. Só se o tratamento foi aplicado pela Marluce...


E corre no Fórum dos colunistas do Baguete um quase-debate sobre “falar bem” ou “falar mal” dos artistas. Acho o seguinte: neguinho se expôs fica sujeito a aplauso e cacetada. Quer trabalhar com privacidade vá ser bancário. Inclusive eu.


E vou parar por aqui pois hoje estou muito azeda.

O que vocês acharam das imagens colhidas no Senado? Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho são um pouco canastrões para meu gosto... mas ainda assim brilharam.

Muitos homens não sabem onde ele fica. Outros não sabem o que fazer com ele. Mas pelo amor Deus!!! O certo é CLITÓRIS, com acento no Ó. É uma paroxítona. Não é CLÍTORIS, proparoxítona, como diz Ludmila, substituta de Babi no Erótica da MTV, para desespero de Jairo Bauer que arregala os olhos a cada vez que ouve o impropério.


Feito o desabafo inicial é inevitável que fale um pouco sobre a grande estréia da semana. O que vocês acharam das imagens colhidas no Senado? Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho são um pouco canastrões para meu gosto... mas ainda assim brilharam.


Posso imaginar a dupla disputando um karaokê no Faustão. Jader vai de pagode... “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”... ACM manda uma marchinha: “daqui não saio, daqui ninguém me tira...” O vencedor levaria de prêmio a presidência do Senado.


Picos de audiência.


Este “programa” inclusive ofuscou um pouco a estréia de Jô Soares na Globo.


Aliás... Jô mudou o cenário, que agora está ainda mais parecido com os de seus similares norte-americanos. O telão está maior. Os músicos fazem menos intervenções... mas o apresentador continua tomando conta. Ele até tenta se controlar mas na anti-entrevista com Tarcísio Meira ficou evidente que não consegue calar-se totalmente.


Muito chata a parte de imagens do arquivo e, com todo respeito a Roberto Marinho, faltou legenda em sua entrevista.


Mais? Nada a declarar. Jô mudou de canal. Ponto.


Abro a Folha de São Paulo de ontem e um anúncio de página inteira em Esportes diz que, com Batman, o SBT bateu a Globo e seu Muvuca. 27 x 17 pontos no Ibope em São Paulo.


Pudera! Muvuca já mudou de horário algumas vezes mas parece jamais ter emplacado de verdade. Regina Casé é sempre Regina Casé e, cá entre nós, isto cansa. Ela é boa mas não é “tudo”, mesmo tendo voltado um pouco à fórmula de Brasil Legal, quando viajava em busca de reportagens, encheu.


Melhor apreciação tem a apresentadora de Super Pop, Adriana Galisteu. Apresentado às 22 horas, na Rede TV, o programa segue o modelão entrevista-no-sofá.  Vi Galisteu entrevistando Bruno Barreto e Amy Irving e achei bem legal o comportamento da moça. Firme, sincera e nada bajulativa ou tola. Totalmente equivocados aqueles que a colocam no mesmo balaio das “scheilas”. Não fica jogando charme para cima dos entrevistados, como Fábio Júnior, e nem babando tal tiete, como Hebe.


Uma vez fiz uma entrevista com um empresário que disse: “a situação do país está tão ruim que até quem não paga não está comprando”. Deve ser por isso que a Record decidiu parcelar filmes agora, apresentando O Paciente Inglês em duas noites. Isto é demonstra desconfiança na capacidade do filme manter as pessoas acordadas ou tentativa de garantir audiência por duas noites?


Façam suas apostas. Inté.