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Sábado um pouco estressado por aqui. Engraçado como cansam os dias que antecedem férias. Viajamos na sexta-feira próxima e Deni quer o impossível, zerar suas gavetas. Como se encrenca, que é com o que ela lida, tivesse fim.

Então, para desanuviar, propus um passeio sem filas, dinheiro ou barulho. Fomos ao Museu de Arte Contemporânea e ao Museu Oscar Niemeyer.

Funcionou!

Algumas imagens da tarde:

Esta semana arranquei dois dos três pés de tomate que havia plantado. Já sabia, por conta de meus tempos de agrojornalista, que tomates e morangos não se criam sem agrotóxicos ou a paciente aplicação de insumos, naturais que sejam. Cansei.

Não cansei fisicamente, mas mentalmente. Todo dia eu ia olhar minha horta e, ao invés de vibrar com a lindeza das alfaces e chicórias, com a maturação de todas as ervas, o crescimento firme dos brócolis, rúculas e alhos-poró... me deprimia olhar para a ferrugem nos tomateiros. Era desolador ver o não-desenvolvimento dos dois pés.

Arranquei a ambos, pois.

E então fiquei pensando se esta minha decisão denotaria característica de minha personalidade. Tá difícil: aborta. Hummm. Será?

Conclui que tenho bom senso. Insisto com aquilo que vale a pena e largo o que não tem tanta importância assim. Como deve ser.

Fiz a horta como hobby e para ter produtos frescos e disponíveis. Não para ralar e sofrer em busca de resultado.

Para isso há muito mais na vida. Coisas pelas quais vale muito mais a pena lutar e as quais não queremos e nem podemos abandonar.

Absolvo-me do crime!

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A casa ali ao fundo é onde moro. E a quadra em primeiro plano fica bem na diagonal e poucos metros as separam. Poucos metros, 8 meses, 80 sessões de fisioterapia e uma aplicação de PRP.

Mas estou boa. Tenho todos os movimentos do cotovelo, coisa inimaginável há pouco. O exame clínico, o mais eficiente para detectar tennis elbow (epicondilite lateral), deu ok. Sem que o médico pedisse, e precavida que sou, fiz uma ultrassonografia que nada apontou. Zerada.

Mas o cotovelo ainda dói e, segundo o médico, é uma tal de memória da dor. E mandou eu fazer fortalecimento muscular e voltar a jogar de uma vez. Retomei o personal e marquei o instrutor. Vai ser amanhã minha volta às quadras.

E pasmem? Está doendo o cotovelo. Doendo sem perda de movimentos, sem perda de força, sem perda de nada. Só doendo.

Ok. Enlouqueci. "Medrei". A idéia de dar meu primeiro golpe e a dor real voltar me apavora. Mas me apavora ao ponto de eu me boicotar a fazer o que mais gosto. Tudo de novo, dor e tratamentos, seria (será?) de matar.

Resiliência tem limite.

Todo mundo de ressaca, dormindo ou simplesmente deitado e eu já na ativa em pleno feriado de carnaval pois o implacável personal chegou às 8 da manhã.

Eis então que um sapo gordo não conseguia entrar em seu habitat (sob o deck). Ficou muito tempo em vãs tentativas até que conseguiu entrar de bunda.

Uma literal bunda de sapo.

Vai de ré que dá, sapão!

O calor insuportável de Curitiba hoje, domingo de carnaval, culminou em uma das mais longas chuvas de granizo que já testemunhei na vida. O tamanho das "crianças" era assustador. Aqui em casa não tivemos prejuizos, aparentemente, a não ser um galho de tomateiro que eu mesma quebrei quando fui colocar sombrite na horta.
Espero que não tenha havido grandes danos na cidade mas matéria na Gazeta do Povo aponta destelhamentos.

Porto Alegre superava os anos de ranço "emepebista" soltando a bunda. As barbichas, batas e o iogurte natural cediam lugar, na Famecos*, para o colorido New Wave ou o preto Punk. As festas mudavam de endereço. Ou os endereços mudavam de estilo. Sai Alceu Valença, Geraldo Azevedo e afins para a chegada do Clash, B-52´s ou Blitz, conforme o gosto do freguês.

Se antes já havia um desbunde caetanístico, a partir dali começou a rolar um certo "liberou geral". Jamais esquecerei uma colega reclamando para o professor Roberto Ramos que não estava certa aquela beijação geral em sala de aula. Que ela não precisava ver homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres se beijando. Tomou uma rasteira do Bob e uma vaia geral. Sua demanda não prosperou e a putaria tomou conta, como era saudável numa pós-ditadura política e tempos pré-HIV (ou notícia de).

As noites eram intermináveis. Na Osvaldo Aranha do Ocidente e no roteiro gay, que já naqueles dias promovia as melhores "baladas" (palavrinha destestável). Dentro deste roteiro lembro bem do Pantheon, um dos mil estabelecimentos que ocuparam o mesmo número da av. Independência. Acho que a danceteria, como se chamava na época, era do Messias mas seu preposto com certeza era Frey Rocha.

E Frey, um ex-padre, transformou o Pantheon num sonho para ele. Uma gordinha figura romana, era muito engraçado ve-lo em longas túnicas e sandálias. Mas, devo reconhecer, tinha bom gosto para a escolha dos garçons/michês. Um mais espetacular que o outro, todos à altura do nome da casa.

Eu e meu séquito nos acabávamos dançando ali (e em onde mais houvesse pista). Mas durou pouco. Um dos Lépidos**, talvez o que mais combinasse com aqueles vestidinhos "mula manca" (uma só alça) e sandálias trançadas, se encantou por mim. Não vou dizer se por minha formosura, inteligência, graciosidade ou dinheiro (??), mas o fato é que o tal até flores, rosas lindas, mandava. E devo reconhecer que depois dele raros o fizeram.

Só que isso acabou com meus dias de Pantheon de forma bizarra. Descontente com a atenção que seu principal garçon me dispensava, Frey voou em minha direção, aos berros, dizendo que a partir daquele dia eu estava proibida de entrar no seu reduto. Motivo, segundo ele: "tem gente que vem aqui e gasta muito dinheiro pra ser atendido por ele, que fica apenas te (sic) cercando."

Ser expulsa do Pantheon como uma semi-deusa qualquer é uma das minhas melhores memórias. Só se igualando a minha excomunhão.


* Famecos - Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC porto-alegrense
**Marco Emilio Lépido, amante de Calígula

Obs.: O envolvimento com tal garçon não passou de uma "platonice" da parte dele. Não por ser garçon e nem por ser, supostamente, michê. Um dia, diante de um cartaz que anunciava a peça "A Metamorfose", ele leu em voz alta que era do KRAfka. Disso eu não dava conta.

Eu deveria estar trabalhando mas como cliente esqueceu de avisar que material não estava pronto atravessei a cidade em vão. Nada mal para um dia de chuva e greve de motoristas de ônibus. Tranquilo. #not

Mas há coisas que não dependem dos outros, só de mim. Minha horta, por exemplo.

E como o tempo nunca mais vai clarear em Curitiba, conforme atesta o serviço meteorológico, decidi proteger ao menos as alfaces, "entes" mais sensíveis do meu latifúndio.

Estou me profissionalizando!

Arame e tela mosqueteiro. R$ 7,00

Sob o deck, a charneca

Dia da limpeza do deck. Aparentemente uma imundice mas é lixo limpo. Restos de folhas do gramado e árvores, basicamente. Umidade mais matéria orgânica é perfeito habitat para... sapos, claro.

Sei que a maior parte das pessoas acha nojentinho mas como ninguém lê este blog mesmo (amém) tenho toda liberdade para publicar o diário da faxina.

Bóra ver os bichinhos!

Ambiente mais que favorável
Olhos nos olhos
Cycle chic