Nem novela, nem humorismo. Tampouco talk-show ou enlatados. O absurdo da semana saiu em todas emissoras, em diversos horários e repetidas vezes. Foi capa-unanimidade e rendeu muita falação, muitas horas de rádio.
Cenas de desprezo absoluto. Não importa o motivo, armados de uma ordem judicial, máquinas e "máquinas", avançavam destruindo casas de uma "vila irregular", digamos assim. Um das justificativas para o civilizado ato seria que tal vila fora construída sobre um manancial.
Já sei, já sei, já sei que os mananciais são a nossa vida. Mas aquela era a vida deles. Era o sonho de um teto. Um teto qualquer. Ali, num cantinho da casa estava aquela coisinha que, por razão que o mundo desconhece, o morador guardava há anos. Uma foto, um caderninho. Tanto faz. E mais, evidentemente, o fogão, a TV, o colchão, as roupas... estas coisas que envolvem crediário, aperto, trabalho grosseiro pra conseguir.
Eu não queria estar lá e nem cá vendo isto.
Cena de miséria humana igual só a da mãe trabalhadora que chora em frente às câmaras porque sua doce filha de 11 anos foi convidada por Anthony Quinn para viver em sua casa nos Estados Unidos. A mãe encara aquilo como uma oportunidade e a menina... a menina vê como uma fantasia de Disney, Hollywood e Beverly Hills. Normal. Banal.
Xô. Melhor mesmo ver Toni Ramos virar o "rainho da sucata". E Maitê Proença a primeira-dama do ferro-velho. Esfregando o chão e feliz.