Dê uma olhada nas fotografias de adolescentes nos perfis do MSN e Orkut. Se ainda tiver paciência, visite os blogs e fotologs de seus jovens amigos (ou de seus filhos). Posso assegurar que ao menos em 70% destas fotografias, os clicados estarão com as cabeças levemente inclinadas para um lado. E se possível, além da inclinação da cabeça, a câmera que fará a captura também estará inclinada. O objetivo, me parece, é ressaltar os olhos. Fazer com que fiquem mais "penetrantes". Seja como for, é o fim da posição vertical ou horizontal na fotografia e mais uma prova daquilo que só os próprios jovenzinhos não enxergam: querem tanto ser diferentes que acabam todos iguais. Todos com o tal torcicolo estiloso que tenho percebido. Mas nem acho isso tão ruim. Na busca por imitarem, com suas pequenas e poderosas câmeras digitais, o conteúdo "inocente-sensual-provocante" tão ao gosto das publicações teens que consomem, acabam imitando também a forma utilizada por profissionais de grande qualidade. A proliferação desta capacidade de copiar (somada à facilidade de fotografar, retocar e veicular fotografias) vai fazer com que, no mínimo, todos se transformem em fotógrafos medíocres em pouco tempo. E ser medíocre é estar na média, algo bem melhor que estar abaixo de qualquer crítica. E nesta leva, muitos sobressairão. Aqueles que não se limitarem a fazer fotos de pessoas com as cabecinhas levemente inclinadas para um lado... se possível com a câmera também inclinada... de forma a ressaltar os olhos, fazendo com que fiquem mais "penetrantes"...
Uma janela livre de tudo
A janela do meu escritório descortina o céu, árvores e alguns poucos e baixos telhados. Vejam um fim de tarde destes, em que tive de parar tudo para pura e simplesmente admirar o céu.
Lá vai a série:
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O politicamente correto não é tão mal assim
Pra resumir a conversa vejam duas frases escritas ao lado dos nomes de dois conhecidos meus, no Messenger:
Para eles tudo pode não passar de gracinhas, mas para mim estas frases denotam preconceito.. e preconceito é coisa de quem não avalia... apenas perpetua e amplifica o que lhe foi ensinado sei lá por quem (o pior é que em geral bem sei por quem mas não posso sair por aí indicando terapia para quem não me pede, e falar mal de pai e mãe dos outros é muito grave).
Reconheço ser muito difícil controlar nossos pensamentos. Temos alguns conceitos tão arraigados em nossas mentes que é duro nos livramos deles. Mas sobre o preconceito ocorrem três situações distintas:
1. A pessoa não percebe que está agindo de forma preconceituosa;
2. A pessoa sabe que é preconceituosa e trabalha para se ver livre desta característica; e, finalmente,
3. A pessoa sabe que é preconceituosa mas não consegue ou não quer se ver livre desta característica.
No primeiro caso temos que avaliar se esta pessoa é ignorante por circunstância ou opção. Pode haver jeito para ambos e quem sabe ela consiga passar para um dos dois outros grupos.
No segundo caso, nada a fazer a não ser apoiar o aprendizado da criatura.
Quanto ao terceito e último caso, só resta um pedido: já que você tem consciência de ser preconceituoso, mantenha sua dignidade e poupe a humanidade de conhecer esta sua falha de caráter. Não a manifeste, não de vazão a ela, mantenha esta falha como seu segredo mais profundo.
Isto ajudará o mundo a ser melhor... e ajudará você a se manter uma pessoa minimamente respeitável.
E eu agradeço.
Oil-Man caçado
Meu amigo Ricardo tem no seu Messenger a foto do Oil-Man, ser que se auto-intitula "único super-herói curitibano". Na verdade um cara que, não importa o tempo que faça nas ruas, pedala pela cidade vestido apenas de sunga e com o corpo besuntado de óleo. A quantidade de óleo usada no corpo desta figura me faz pensar se na casa dele, que parece ser no Bacacheri , há algum sistema de decantação. Sim, isso mesmo. O óleo que escorre deste homem, durante o banho, é assassino. Altamente poluente. Vou investigar. Dúvido que aquele "sebo" que ele usa seja biodegradável.
A otária
Hoje fui rapidamente ao shopping com o objetivo único de comprar os dois novos CDs da Marisa Monte. Fui tão rapidinho que nem extrapolei os 15 minutos de tolerância que o estacionamento me reserva. Ouço no carro o primeiro... em casa o segundo. Gosto de ambos, em um primeiro momento. Então me preparo para passar as músicas dos CDs para o iPod. Qual o que... a EMI não me permite fazer isto. Vou ao site da empresa ( http://www.emimusic.info/br_PT/ ) e encontro lá um monte de baboseiras sobre a necessidade do sistema de segurança contra cópias adotado pela gravadora. E seguem justificativas que falam da pirataria e etc. Clico então em um link que me leva a depoimentos de artistas sobre a segurança. Vamos ver: Brian Wilson, Beach Boys - "...Quando as pessoas compram falsificações, o artista e o criador não são pagos pelo seu trabalho. É simples assim. Se os meus fãs acham que não sou capaz de decidir que trabalho meu deve ser publicado e acham que não tenho o direito de ganhar a vida fazendo isto, então para que me incomodar". Steve Smith, Dirty Vegas - "...se você é um fã de verdade, compre-o". Steven Curtis Chapman - "...Desejo encorajar os meus ouvintes a utilizar sites como este e a comprar em vez de gravar ilegalmente..." Craig Nicholls, The Vines - “...Se você gosta da nossa música, ótimo, mas pelo menos compre um exemplar antes de copiar em CD”. Áudio Adrenaline - “...Se você tem dinheiro para comprar um computador com um gravador de CDs, porque não pode comprar um CD?"
Concordo com todos eles, de certa forma. Mas a cada um a mesma resposta: Eu não sou esta pessoa que vocês identificam. Eu sou a otária que pagou a fortuna de quase R$ 80 por dois cds que não são meus, já que não posso ouvir na mídia que desejar.
“Meia” calabresa, “meia” muzzarela.
Já estava pronta para dar gargalhadas após ver a embalagem da Batavo, com a palavra "meia" impressa, quando achei melhor procurar a forma correta em um livro de gramática. Por mais estranho que possa parecer, encontrei a resposta:
Quando "meio" tem o significado de numeral fracionário, significando "metade de", concordará em gênero e número com o termo modificado (duas meias porções de batatas... meia dúzia de laranjas...meio litro de água mineral... pegue aquela meia garrafa de vinho e encha meio copo... ela só sabe dizer meias verdades). É aí que se encaixam expressões como "meio-dia e meia", "duas e meia", "cinco e meia" etc. Em todas elas está implícito o substantivo feminino "hora", com o qual concorda o numeral fracionário "meia".
É só quando advérbio que "meio" não varia. Ponto pra Batavo.
Capital Mundial da Riponguice
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três: o que é mais chato? Ator de teatro ou ambientalista ferrenho? Difícil né? Pois venha a Curitiba agora em março e você terá toda condição do mundo para responder esta terrível questão. É a hora e a vez do Cop8, do Mop3 e do Festival de Teatro. É a riponguice tomando conta daquela que um dia foi chamada, ainda que erroneamente, de Capital de 1º Mundo. Capital da Riponguice, isso sim. E não se iludam com os cabelos coloridinhos e os modelitos Puma / Diesel que desfilarão pela cidade. Riponguice não se mede mais pela quantidade de bata indiana circulando. Até porque elas, as batas, estão à venda nas melhores casas do ramo. Comecemos pelo Festival de Teatro de Curitiba, de 16 e 26 de março. O FTC2006 apresentará 226 espetáculos. Sabe o que isso significa em termos de gente? Some-se a isso a 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança (MOP3), de 13 a 17 de março, e a 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP8), de 20 a 31 do mesmo mês. Os organizadores dos eventos, promovidos pela ONU, estimam a participação de cinco mil representantes de 187 países e da Comunidade Européia, além de observadores e representantes de organismos internacionais, organizações acadêmicas, não-governamentais, empresariais, lideranças indígenas e jornalistas. Ó céus!!!! Estou completamente arrependida de ter tirado férias em fevereiro. Erro de amadora. Não que eu ache que o teatro e os ambientalistas tenham que morrer. Nada disso. Acho que o mundo precisa deles e sempre defenderei o direito de cada um ser como é e de gostar do que quiser. Mas seria mesmo necessário reuni-los todos na minha cidade ao mesmo tempo? Eu odeio teatro. Passei boa parte da minha vida indo ao teatro porque achava que uma pessoa moderna, culta e antenada como eu deveria gostar. Fui a dezenas de peças até concluir que não gostava da coisa. E mais alguns anos para assumir e ser capaz de encher a boca pra dizer: EU ODEIO TEATRO. Eu gosto de cinema, balé, pintura, escultura, arquitetura, fotografia... mas EU ODEIO TEATRO. É chato o teatro e são chatos todos os atores com quem convivi, e não foram poucos. Já os ambientalistas... bem. Estes são chatos também. Tenho um amigo, Plínio, que conta uma história fantástica. Ele tem ou tinha uma amiga ambientalista que, para explicar onde morava, dizia: "você segue pela rua tal e quando passar pela sequóia, dobre à esquerda". Gente... sequóia só existe nas páginas de "O Pequeno Príncipe" e nas informações desta figura. Quem lá sabe o que é uma sequóia, que inclusive nem árvore brasileira é? Ai, ai, ai... ainda bem que existem internet e telefone para minhas compras neste mês. Os shoppings já anunciaram que estarão com intérpretes bilingües, os bares e restaurantes estarão com promoções e agendas especiais. E como diria Seu Jorge: "eu não estou nada bem". Aguarde relatos.
Natal, Rio Grande do Norte
Não sou a fã mais devotada de crianças. Devo confessar até que as acho aborrecidas. Mas vez por outra aparece uma que me conquista. E já na ida pra Natal encontrei uma delas. Não sei o nome da garota, uma menininha com cabelos da cor de espiga de milho e uns 5 anos, mas os passageiros vizinhos se esborracharam de rir desta: - Blurp (ruído de eructação) Silêncio total. - Desculpem! (Disse a menina) Mais silêncio. - Não tenham medo... foi só um arrotinho. (Ela novamente) O avião veio abaixo. Não literalmente, felizmente. A cidade é linda, os arredores são lindos.. mas os nomes são campeões. Vejam a dupla de guias do citytour: Suerda e Deusa. E pensam que o motorista fica de fora? O cara é Cornélio. O hotel era fenomenal. Novinho, grandioso etc. Por ser à beira-mar, contudo, apresentava um probleminha: o guarda-sol voa. Então estão dando uma geral com a construção de estruturas fixas. Enquanto isso, não há proteção pra todos. Reclamei e me surpreendi. Acostumada com os 0800 da vida que nada resolvem, lá eles não apenas providenciaram um guarda-sol para mim como, para se redimirem, me recepcionaram à noite com uma bela cesta de frutas e uma garrafa de champagne no quarto. Calei-me! Passeio pouco divulgado mas muito melhor que quebrar as ancas em buggy é visitar Barra do Cunhaú. Tem mangue, tem passeio de barco bem calminho, tem praia deserta e tem camarão a 5 reais o quilo. Desnecessário dizer que comi camarão todos os dias. Natal está bombando em termos de construção civil. Pra onde se olha... obras. Prédios, condomínios etc. E Wilma Farias a governadora, pode ser boa ou ruim, não sei. Mas a propaganda dela é ótima. Em cada serviço público, uma placa: "o governo está aqui". É isso.
Gaúcha, eu?
Se eu fizer piadinha de gay serei taxada de homofóbica, se a piada for de negro, racista serei. Imaginem se saio pela net a perpetrar gracinhas anti-semitas? Porque então, ó céus, meus AMIGOS se julgam no direito de encaminhar para mim cada piada de gaúcho que recebem? Tudo bem que gaúchos algumas vezes extrapolam limites, sobretudo os do Rio Grande do Sul. Mas daí a eu ter que pagar a conta? Por favor!!! Eu adotei o "você" há uns 15 anos. Não gosto de música nativista e sequer das famigeradas bandas gaúchas do novo ou velho rock, de Replicantes a Frank Jorge e afins. E dos escritores... não sou exatamente fã da Lya Luft, Martha Medeiros, Veríssimo e Scliar. Quem sabe goste um pouquinho do velho Caio (Fernando de Abreu). Minha identificação com o Rio Grande, apesar de ter nascido e me criado por lá, não é grande coisa. Pra falar a verdade, eu gosto de Porto Alegre porque foi lá que rolaram todas as minhas primeiras vezes de tudo na vida. Tirando a primeira vez que pisei em qualquer lugar fora de lá, foi lá que fiz tudo por primeiro. E só. Registro que por primeiro não quero dizer "por melhor". Então... tirando o fato de meu RG ainda ser da SSP-RS e de eu ser uma torcedora nada fanática do Inter, piadas de gaúcho não me ofendem. Mas me irritam, claro. Me irrita saber que as pessoas querem ter o prazer de me irritar. Diante disso eu imploro. Me tirem do mailing dos receptores de piadas de gaúcho. Eu posso começar a revidar e não quero entrar na esfera do politicamente incorreto.
O mundo é dos “p” e feito para os “p”
Há anos venho clamando para que um empreendedor do setor de confecções crie uma marca voltada a pessoas normais. Por pessoas normais entenda-se gente como eu, claro. Pense em uma mulher que não queira se vestir como adolescente, nem como perua e menos ainda como velha. Sobra o que? Minhas tentativas de renovar o guarda-roupa atestam que a resposta é: NADA. Não há nada para quem não pertença a qualquer destes quadros. Bem... não é de hoje que tenho este problema, para o qual não vejo solução, visto que as SPFW não apresentam qualquer sinalização neste sentido. De hoje é um outro problema que, somado a este, tem me infernizado: engordei. Ok... foi por uma boa causa... há 9 meses não fumo. Mas o prêmio por isso é não encontrar qualquer peça de roupa usável? Se você percorrer as lojas mais "mudernas" vai perceber que não existe as numerações P, M e G. Não... Forum, Ellus, Zoomp, Triton, Siberian, Levi's, Puma etc... nestas lojas a numeração é A, B e C, onde A=anoréxica, B=bulímica e C=cadavérica. Se você está acima do peso, se mate. Não entre nas lojas pois elas não querem você. Aliás, o mundo não quer você. Mas tem uma coisa... eu sei que em poucos meses estarei magra novamente. Já nossos criadores, a perversão deles não tem fim. Não tem cura. E alguém tem que estar olhando isso.