Pular para o conteúdo

O dia em que o Detran-PR me tirou do caminho da bondade. Quase entendi pessoas que surtam e atacam.

Acordei com vontade de ser querida, leve e alegre. Que nesta sexta-feira, coisa rara, seria uma pessoa agradável. Não consegui. Estou com um humor do cão. Mas tenho um responsável para apaziguar minha culpa cristã: o mundo.
Resumindo. No início do mês fui ao Detran para fazer a transferência do carro. Chegando lá mandaram que eu fizesse vistoria e pediram um documento com firma reconheecida.
Hoje fui lá com vistoria feita e o doc em mãos. Então, mais de hora na fila, faltou outro documento, também coma tal firma reconhecida.
Ah... E como só posso levar o novo pedido na segunda, terei multa pois ultrapassei o prazo regulamentar.
Claro! Se cada vez que chegar ao Detran me pedirem um novo papel carimbado não conseguirei cumprir o prazo em tempo algum.
Desconjuro o dia em que decidi não contratar um despachante. Este ser inventado para ganhar nosso dinheiro e economizar nossa paciência, ainda que eu deteste intermediários.

Obs.: vejo erros depois. Escrito no celular enquanto agurado o recall do accro ficar pronto...É, hoje a coisa não está fácil.

Casamento dá dinheiro. Muito dinheiro!! Porque restringir o target? Aprovem de uma vez por todas a união homossexual e ampliaremos nossos lucros exponencialmente.

A assessora da minha amiga Georgina está na reta final para seu casamento. A moça está numa correria que dá dó pois não bastassem a organização da festa e a finalização do enxoval, ela e o noivo ainda lidam com o término da obra e decoração da casa nova que estão construindo. Taninha, é assim que a chamamos, me contou outro dia que só a festa e a lua de mel custarão R$ 100 mil. Não estamos aqui falando na casa e nos móveis.


É claro que poucos casamentos terão este orçamento, mas conversar com Taninha me fez pensar em como a elite brasileira é burra mesmo. Acorde!! Casamento dá dinheiro. Muito dinheiro!! Porque restringir o target? Aprovem de uma vez por todas a união homossexual e ampliaremos nossos lucros exponencialmente.


Não importa se os casamentos são comemorados no Copacabana Palace ou na lage, cada um dá lucro pro seu nicho. Noiva que se preze faz cabelinho, seja no coiffeur ou no "istituti" da esquina. Terno Armani ou Badia, bolo da D. Maria ou cup cake, Don Perrignon ou Kaiser... tanto faz... são milhões em jogo todo ano.


E os advogados? Mais casamentos correspondem a mais divórcios, vejam que beleza! E as escolas privadas? Quantas criancinhas os casais gays podem adotar e pagar por seus estudos? Planos de saúde, idem. Cartórios, aliem-se!


Fotógrafos, DJs, produtoras de eventos, garçons, buffets, floriculturas, clubes...


Não estou aqui falando sobre amor, justiça ou abertura para os novos tempos. Estou falando em business. Dinheiro. Mufunfa. Grana.


Isso todo mundo entende e gosta, né?

Em 1980, ainda fazia cursinho para entrar na faculdade em Porto Alegre, fui a um show de Mercedes Sosa no Gigantinho. Estava cheio o ginásio. Não lembro se pela segunda ou terceira música um cheiro insuportável tomou conta do ambiente. Era uma bomba de gás.

Estranho como a identificação de certas pessoas ou situações com momentos estes ou aqueles podem nos fazer distanciar do que é bom. Tenho o hábito de cantar no chuveiro e na última quarta-feira à noite, antes do anúncio de sua condição final, cantei uma canção que ficou célebre na voz da argentina Mercedes Sosa, "Volver a los 17".


Achei estranho ter cantado esta música mas não vejo aí qualquer traço premonitório. Foi apenas uma coincidência mesmo. O estranhamento se deu porque há anos não lembrava sequer da existência da cantante de quem um dia fui fã ardorosa. Seguidora até, eu diria.


Mas entendo este afastamento. Associava Mercedes com os tempos das ditaduras. E vamos considerar que os tempos de ditadura já não me interessam de forma alguma há três décadas. Seja porque os ditadores não merecem ser lembrados ou porque os resistentes, ao qual me alinhava, igualmente não merecem qualquer lembrança. Sinto vergonha por ambos e devo ter jogado Mercedes, burramente, na mesma vala.


Em 1980, ainda fazia cursinho para entrar na faculdade em Porto Alegre, fui a um show de Mercedes Sosa no Gigantinho. Estava cheio o ginásio. Não lembro se pela segunda ou terceira música um cheiro insuportável tomou conta do ambiente. Era uma bomba de gás. Ninguém se moveu e Mercedes saiu do palco. Logo depois voltava com seu bumbo leguero e mandava acender as luzes para que "pudéssemos ver os olhos do inimigo". Foi de arrepiar ouvir o bumbo e aquela voz vigorosa entoando "La Carta".


E a gente se sentido parte da história. Os últimos combatentes do militarismo.


A ditadura se foi ou "fomos" com ela. E Mercedes Sosa continuou cantando maravilhosamente bem. Mas eu já não queria saber mais daquilo. Logo em seguida troquei o poncho pelas multicoloridas roupas do New Wave. A seriedade ranzinza pelo humor Blitz, Asdrubal etc. E Mercedes ficou esquecida até a semana passada.


Fico feliz por não ter lembrado dela apenas ao saber da sua morte. Talvez eu tenha lembrado de Mercedes porque depois de tanta chuva em Curitiba, o rejunte do box do banheiro mostrasse um mofinho. Sabe como é... em boa compreensão portunhola... "como el musguito en la piedra, hay si si si".






PS: Valiosa lembrança de Laura Azevedo:


Lembro que Mercedes disse "os lobos se escondem no escuro!"

 

Não tenho mais vontade de atualizar meu blog. Tudo o que preciso dizer cabe em 140 caracteres. O resto é explicar o óbvio. Será mesmo?


Andei falando por aí que não tenho mais paciência de atualizar o blog após ter assumido que os 140 caracteres do Twitter são suficientes para dizer tudo o que eu preciso. Que o restante seria pura redundância ou obviedade. Mentira. Sou prolixa. Verborrágica. Sou mulherzinha falante.


E sobretudo, como sempre tenho escrito aqui mesmo neste espaço, acredito que infelizmente o óbvio precisa ser dito e repetido exaustivamente, até que o mais tosco dos seres compreenda. Algo como "use a camisinha" ou "se beber não dirija", pra ficarmos em dois exemplos de rasteira compreensão.


Se a humanidade não precisasse constantemente ser lembrada do óbvio a Prova Quádrupla do Rotary seria suficiente para nortear o comportamento humano. Como seu nome diz, ela é composta por um capítulo único e quatro simples itens:


Do que pensamos, dizemos ou fazemos:


1 - É a VERDADE:
2 - É JUSTO para todos os interessados?
3 - Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?
4 - Será BENÉFICO para todos os interessados?


Bastaria isso. Temos que reconhecer que aquele povo esquisito, que se reúne uma vez por semana pra jantar e aplaudir a bandeira nacional (e de quebra bancar as vacinas de pólio das nossas criancinhas), até que soube ser sucinto. Mas não. Não é asim que funciona.


Quantos parágrafos seriam necessários para que ficasse bem claro o item 2? O que é justo? Analisando a humanidade teríamos até discussão no sindicato da esquina pra provar que diploma para manicure é justo. E lá se foram jetons pras votações.


Os cristãos poderiam tão somente se basear nos Dez Mandamentos, muito embora este aí esteja um pouco superado na medida em que cobiçar a mulher do próximo há muito deixou de ser tão grave assim, desde que descobrimos que só pertencemos a nós mesmos, logo... não somos "do próximo". Aliás, este "do próximo" tem a ver com a expressão "a fila anda"?


Se for assim posso mudar de idéia agora mesmo.


Enfim (o novo pretinho das sentenças), não dá pra ser lacônica sempre. Quase nunca, até. As pessoas não entendem e ainda nos acham grossas. Por isso esta tentativa de auto-convencimento a voltar a postar com regularidade no blog.


Use camisinha... se beber não dirija... poste no blog...
Use camisinha... se beber não dirija... poste no blog...
Use camisinha... se beber não dirija... poste no blog...

Se as estatísticas de vítimas da Gripe A são colocadas em dúvida, o que se pode pensar sobre os números de suicídios em Curitiba nas últimas duas semanas de chuvas intensas e praticamente ininterruptas? Estou quase naquele estágio de responder a cumprimentos matinais com um sonoro "Bom dia pra quem"?

Se as estatísticas de vítimas da Gripe A são colocadas em dúvida, o que se pode pensar sobre os números de suicídios em Curitiba nas últimas duas semanas? Ou de simples entradas em plantões psiquiátricos por depressão? Pelamordedeus!!! Estou quase naquele estágio de responder a cumprimentos matinais com um sonoro "Bom dia pra quem"?


Aqui em casa eu conto até dez antes de pedir para que me alcancem a manteiga. Estudo as palavras e o tom para que o mau humor do outro não perceba meu simples pedido como uma ordem e a terceira guerra se instale.


Eu não aguento mais tanto cinza. O céu é cinza. O asfalto e os paralelepípedos são cinzas. 48% dos carros são cinza, 48% preto e apenas 4% em cores vivas. As roupas de inverno seguem o mesmo padrão e os sorrisos há muito deixaram de ser sequer amareladas.


Ontem fomos a um Shopping, áreas externas estão inviáveis, e lá um bando de zumbis andava, como nós, de um lado para o outro com olhar bovino. Aquele olhar parado, perdido num horizonte tão curto quanto só um tempo fechado permite vislumbar.


Para piorar, choveu horrores em Nova York. Ao invés disso me fazer sentir igualada aos habitantes da metrópole mundial, só me causou ainda mais tédio. Com a chuva em Nova York nem os jogos finais do US Open passaram regularmente na televisão. Foi um festival de adiamento.


Daqui a pouco tenho que sair. Maldita hora em que joguei fora um macacão amarelo e pink que trouxe de Saint Marteen. Seria perfeito para um dia como este.


Algo pra baixar a pomba gira e espantar as nuvens que pairam sobre nossas cabeças.

Você sabe que uma pessoa está totalmente alienada da modernidade quando ela ainda acredita existir uma "vida real" e outra "virtual", como se houvesse dissociação entre elas. Aliás, como se fossem "elas" e não uma só.

Você sabe que uma pessoa está totalmente alienada da modernidade quando ela ainda acredita existir uma "vida real" e outra "virtual", como se houvesse dissociação entre elas. Aliás, como se fossem "elas" e não uma só. Ainda tem gente que fala bobagens como "na internet é fácil mentir, enganar". Oras, o mentiroso mente de qualquer jeito e em qualquer mídia. E o ingênuo igualmente se deixa enganar onde quer que seja.

Observo com atenção as redes sociais e não vejo nelas qualquer discrepância com o cotidiano da maioria das pessoas. As pessoas que "bombam" no Twitter, Facebook, MySpace e afins são as mesmas que "bombam" na antigamente chamada "vida real". Eu já ouvia falar em Rosana Hermann muito antes da internet tomar prumo. É só ver o sucesso dos diversos empreendimentos de Ashton Kutcher para saber que ele jamais esteve fadado à obscuridade e a família Ronson já dividia a ceia com os Lennon bem antes dos blogs os alçarem ao status de celebs.

E André Czarnobai já era um moleque metidinho desde sempre, de qualquer forma ele seria conhecido no Bonfim, em Porto Alegre, no Brasil ou no mundo, dependendo apenas do tamanho das ondas que carregam suas deliciosas maluquices. A garota "amigona" da escola e ao carinha bom de bola e cerveja hoje têm ao menos 700 amigos no Orkut.

E eu ocupo o espaço que me cabe. Estou presente em todas as esferas da web I, II ou ∞, assim como conheço os principais restaurantes e bares de minha cidade e dos lugares pelos quais passo, mas entro e saio discretamente deles, acompanhada apenas do meu seleto grupo de amigos, sem jamais misturar universos público e privado.

Não sou afeita aos flashs, sou mulher de bastidores. Não seria diferente na telinha. Um reality show comigo beiraria o insuportável. Eu não alcançaria qualquer populariade dentro ou fora do cativeiro. Paredão ou roça na certa. Ou bloqueio, no caso da internet.

Sou para poucos. Como há os que são para muitos (se é que isso é possível de fato). E isso em qualquer lugar, não percebo onde começa ou termina a web.

Meu último post foi sobre o desejo de me manter informada sobre as novas bandas. De lá para cá, contudo, vi que de nada adianta esta determinação se peco no que há de mais básico na modernidade musical.


Meu último post foi sobre o desejo de me manter informada sobre as novas bandas. De lá para cá, contudo, vi que de nada adianta esta determinação se peco no que há de mais básico na modernidade musical.


Ok! Eu consigo fazer downloads de música há alguns anos. Também lido com grande desenvoltura nos novos aparelhos reprodutores de arquivos digitais. Mas há um ponto crucial que não alcanço: não consigo pensar música como um arquivo único e não um conjunto deles. Traduzindo para uma linguagem antiquada. Não consigo pensar música como single, mas apenas como álbum.


Vejo que as pessoas gostam de uma música e compram ou baixam ilegalmente apenas aquilo que antigamente seria chamado de "faixa". Eu não. Não consigo avaliar um artista por uma canção. Preciso conhecer o conjunto da obra. Fico buscando conceito onde nem sempre há. Então eu sou uma criatura doida que tem em seu aparelho de MP3 uma infinidade de "álbuns". Devo ser a única pessoa no mundo que faz isso.


Vejam que coisa mais paradoxal... no meu iPod não existe "álbum" algum com mais de 3 anos de lançamento.


Não adianta. Há coisa que delatam nossa idade.

Nada a declarar a não ser que há um tempo decretei que no meu iPod não repousará qualquer música com mais de 2 anos de lançamento. No HD e nas prateleiras tudo bem... mas no meu sistema de avanço, não.


Já vamos para o final de julho e nada de postagens novas por aqui. Ainda que ninguém tenha se manifestado a este respeito, com reclamações sobre a falta de novidades, vou dizer porque me afastei do blog: porque nada tinha a dizer. Tenho vivido em profundo egocentrismo.


Ando em grande silêncio. Nada a ver com depressão, só calada mesmo. Aqui em casa estamos em férias, viajamos... e recentemente quase me permiti uma experiência extra-sensorial. Outro dia liguei o rádio do carro e a música que tocava era "Killing me sotfly", versão clássica de Roberta Flack. Verão de 73... eu querendo sair da infância e mergulhando na piscina olímpica do Gaúcho, em Porto Alegre. Não sei porque, naquele calor que só um verão porto-alegrense sabe abrigar, apenas eu ocupava aquele super tanque. No sistema de som..."Struming my pain with his fingers... Singing my life with his words... killing me softy with his song... killing me softly with his song... telling my whole life... with his words... killing me softly with his song".


Segui dirigindo e cantalorando. Parece que meu corpo sentiu as borbulhas que se formavam com as braçadas. Desliguei o rádio e liguei o iPod pois não sou boba de ficar me entregando a lembranças do passado. Roberta Flack é bacana mas tudo o que eu não quero nesta vida é virar daquelas velhotas que não conhecem as novas bandas e arcar com a simbologia que este desconhecimento pode representar. Nada disso.


Há uns meses decretei que no meu aparelho não repousará qualquer música que tenha mais de 2 anos de lançamento. No HD e nas prateleiras tudo bem... mas no iPod, que é meu sistema de avanço, não.


Como se percebe, esta é minha grande preocupação no momento. Nada que mereça ser compartilhado. A não ser que alguém queira saber para que lado minhas descobertas sonoras têm me levado.

A Folha de São Paulo publicou um quadro mostrando nações que apóiam ou não o novo governo do Irã. Basta olharmos ao lado de quem estamos para uma conclusão óbvia: estamos errados.

Com uma vizinhança destas não precisamos conhecimentos profundo sobre a questão iraniana. Eles estão errados e nós estamos do lado errado. Ponto. Sem mais comentários.


MSN, Twitter, Facebook, Orkut e afins são vitrines para lamúrias e comemorações quanto ao fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. E pela última vez vou falar nisso.


Com isto monto uma holding multimidia sozinha


MSN, Twitter, Facebook, Orkut e afins são vitrines para lamúrias e comemorações relacionadas ao fim da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. E pela última vez eu vou falar nisso. Em diversos momentos já me manifestei sobre este tema que há anos mobiliza apaixonadamente defensores e detratores de tal regulamentação. Com a decisão de ontem acabou o tititi.


Sou a favor do diploma. Acho que educação formal nunca é demais. Jamais contratei ou contrataria um não diplomado para exercer qualquer atividade que não fosse braçal. Inclusive porque diploma hoje é produto barato e se posso ter um funcionário letrado  a preço de banana, porque não o terei? Penso que qualquer vereador dono de jornaleco interiorano há de concordar comigo e agir da mesma forma.


Mas convenhamos, e aqui repito discurso que pratico há anos, esta obrigatoriedade é rídicula. Anacrônica, afirmo. Vejamos...


Nossos sindicatos não conseguiram conter a contratação irregular de jornalistas-não-formados nos grandes veículos. Não conseguiram fiscalizar com eficiência jornais, revistas, emissoras de rádio ou de televisão localizados a quarteirões de suas sedes.


Vão fiscalizar a internet? Rolo rindo deste absurdo.


Qualquer beócio pode ter um blog (eu inclusive). Qualquer bordline pode postar seus vídeos no Youtube. Os podcasts estão ao alcance de qualquer um. Porque o STF puniria apenas aos veículos pagadores de impostos, obrigando-os a contratarem jornalistas diplomados? Liberou geral, gente. Nada de viver no passado.


Se isso me favorece ou me atrapalha pouco importa. Eu sou uma nada neste universo. Eu sou uma pulga dentro desta realidade INEXORÁVEL.


Quando surgiram os computadores grande parte da humanidade achou que eles tomariam nossos lugares. Grande equívoco.


No caso específico do jornalismo eles tão somente tiraram de meia-dúzia o privilégio da difusão da informação. Democratizaram. Hoje eu tenho aqui em casa todas as ferramentas para fazer, sozinha, rádio, tv ou jornal. Ou tudo junto, se quiser.


Eu sou jornalista diplomada e pós-graduada. Mas se não fosse, quem iria me impedir. A Lei?