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As maiores inimigas de uma vida pacífica e harmoniosa são as verdades. Neguinho tasca na cabeça que o que ele pensa é o certo, o melhor e o mais moderno... e fim de conversa. Quem não concordar é qualquer coisa de ruim neste mundo. Mau gosto é tudo aquilo de que não gosto.


As maiores inimigas de uma vida pacífica e harmoniosa são as verdades. Neguinho tasca na cabeça que o que ele pensa é o certo, o melhor e o mais moderno... e fim de conversa. Quem não concordar é qualquer coisa de ruim neste mundo. Mau gosto é tudo aquilo de que não gostamos. Tenho pensado muito nisso pois frequento bastante o Twitter, que com seus limitados e limitantes 140 caracteres, deixa as postagens com sabor de decretos estéticos.


Observe. Quem pensa que está cercado por gente de bom ou mau gosto se engana. Estamos todos cercados por gente de gosto único. Gosto soberano. Onipotente, onipresente e oniprepotente. O que se gosta é o que presta e pronto, afinal EU sei o que é bom. Eu determino o que é bom. O resto é coisa de gentinha iletrada.


Big Brother, eu? Sertanejo? Funk? E que coisa mais pobre aquele tunch-tuncho das baladas. Eca! Coisa de alienados, de pessoas que não conhecem o que é verdadeiramente bom. E bom, claro, é aquilo que eu gosto. Só aquilo que eu gosto, entenda-se.


Tenho uma amiga que não gosta de frutos do mar. Não apenas não gosta como diz, a me ver saboreando camarão: "credo, Márcia. Isso é nojento". Tão agradável ouvir isso enquanto comemos. Mas deve ser nojento mesmo, já que ela não gosta. Aliás, a nojenta sou eu, que como aqueles bichinhos cor-de-rosa.


O gosto pessoal das pessoas as deixam blindadas para todo o resto. Aquilo de que não gosto é ruim. Aquilo de que gosto é bom. Maniqueismo? Imagina!


Poucos cogitam haver qualidade em coisas que não são da sua preferência e qualquer mérito em quem não corresponda a suas predileções. "Odeio música pop. Nada presta". E lá se vão pelo ralo Elton John, Steve Wonder, Daniel Merriweather e tantos outros.


Toda generalização é tosca. Nem todo mundo que se acha, é.


E cogitar a hipótese de estar errado é o antídoto para a intolerância.


Ai como sou chata.






Perdão por dois dias de "mal" escrito "mau". Foi maus.

Adoro ver as caras que as pessoas fazem com revelações simples. É só a criatura sair um pouquinho da caixa que o mundo cai. Imagina não corresponder aos anseios místicos, trágicos ou redencionistas delas?

Há alguns momentos na vida em que observo olhares estranhissimos em minha direção. Um deles é quando absurdamente perguntam qual meu signo. Já sei que uma cara de nojo vai tomar conta do abelhudo místico à simples resposta: câncer.

É infalível. Depois de tanto suportar na ignorância tais raios (ora travestidos de olhares fulminantes, ora piedosos... mas sempre de desdém) fui pesquisar para ver o que pegava neste povo. Suponho que seja aquela coisa rançosa de cancerianos viverem no passado. serem as mães do mundo blá, blá, blá.

Então, armada de conhecimentos rasteiros, passei a dizer que sou uma anti-canceriana. Que provavelmente superei minha nefasta cancerianice no divã do psicanalista. Não sinto saudade, tenho instinto maternal zero e penso no passado apenas o suficiente para não perpetuar erros. Tenho facilidade enorme de apagar lembranças, sobretudo as ruins. Telefone ou performance de ex? Humpft.

É neste momento que uma mezzo-pergunta, mezzo-certeza se insurge contra mim: "ah ... mas você deve ter um ascendente em terra". Com ar vitorioso embasado em pesquisas para combater esta praga, fulmino: "não. Sou canceriana com ascendente em câncer". Algumas inúteis tentativas de me provar que eu não sou eu e que apenas não me reconheço naqueles livros cheios de tábuas lunares e o incauto desiste. Saio triunfante pois sei que meu comportamento cínico não coaduna com a fofura esperada de uma canceriana.

Outra pergunta-comentário que provoca olhares plenos de comiseração, e que no verão é ainda mais corriqueira: "nossa, Márcia, como você é/está branquinha. Não gosta de sol?". Como já estou velha demais para ser emo, lúcida o bastante para não me manter "dark" 25 anos depois da moda e sei que não aceitam um simples sim como resposta, tenho que dizer que não vou ao sol porque não posso.

É nesta hora que eu percebo mais uma vez o humano gosto pelo trágico. Quando digo que não posso ir ao sol porque tenho lúpus (ou rhupus, ou sjogren... depende o que dizem os últimos informes da sociedade internacional de doenças auto-imunes, que mudam a cada semana) me vejo definhando aos olhos do interlocutor.

Doença é coisa engraçada. Todo mundo conhece alguém com alguma coisa que você tem e nunca chegam com um "case" de sucesso. É só tragédia, desgraça. A pessoa faz uma cara que pelamordedeus... Tudo bem que saber que tenho uma espécie de "alergia a mim mesma" é meio complicado, mas sublimo legal. Fora isso não tenho problema algum que Reuquinol e Artrolive não dêm conta. Sem piedade, por favor. Fico feliz que existem remédios e que posso comprá-los. No mais é só não dar muita moral e a vida segue na maior normalidade. Eu sou o "case" de sucesso.

Finalmente, a terceira cara de pavor vêm de alguns cristãos quando descobrem que não tenho fé. Que não creio. Eu lá tenho culpa por não ter recebido a grande revelação? A primeira vez que senti este olhar de quem depara alma atormentrada foi há muitos anos. Estava ainda na faculdade.

Num domingo pela manhã, umas 10 horas, sei lá como o porteiro deixou entrar duas senhoras, aparentemente evangélicas, que chegaram sem aviso a minha porta. Acordei com a campainha e fui me arrastando atender. Começou a pregação. Sem paciência e nova demais para ter desenvolvido jogo de cintura, tasquei: "não adianta as senhoras insistirem pois eu não acredito em Deus". Por instantes as duas travaram, até que uma se saiu com esta: "e tu és feliz"? - "Claro que não, mas não tem nada a ver com isso".

Devem rezar por minha alma até hoje.

Cada vez mais me convenço que somente pessoas aborrecidas se aborrecem. Relatório sobre o fim-de-semana dos meus pais só corrobora esta tese. Enquanto sofremos de um tédio avassalador, outros fazem de tudo para espantá-lo


Gente entediada (e entediante) é o que mais temos a nossa volta. Pessoalmente convivo com entediados de todas as idades. Em certa fase da vida isso até é perdoável pois parece estar no DNA do adolescente. Mas passada esta fase, por favor. O mundo tem oferta infindável de prazeres e incomodações para nosso entretenimento. Pagas e gratuitas, diga-se.


Feito este breve prêmbulo, sem pedir licença e nem nada, publico aqui mensagem recebida hoje de meu pai. Ele tem por hábito enviar relatórios semanais das suas atividades. Faço isso pois fico impressionada com a movimentação dos dois, meu pai e minha mãe, aos 75 anos e em uma cidade pequena, das quais muitos costumam reclamar que "não tem nada pra fazer". Já fico feliz por ele contar isso por e-mail, quando muitos em sua idade têm medo até do caixa eletrônico.


Quantos de nós tivemos um fim-de-semana assim, ativo e diversificado como este?



Queridos filhos e netos,
muito calor por aqui.  Parou de chover. 


Alba ficou feliz com o telefonema de Rafael e com o e-mail de Carolina. 


Na quarta-feira fomos a Francisco Beltrão.  Alba foi ser apresentar no quartel do Exército.  Chegamos lá às 10 horas da manhã e o expediente no quartel era só à tarde.  Ficamos olhando vitrines e almoçamos numa bela lanchonete.


Sexta-feira oferecemos um jantar de bacalhau a dois casais de amigos:
Percival e Nilce  Giareta e Dirceu e Marluci Ruaro.  Veio também a mãe de Marluci.


Sábado fomos com Percival a Bom Sucesso do Sul ver um monumento de ferro (obelisco) que está sendo feito para colocação num dos acessos de Pato Branco.  Vai ser inaugurado no dia 30 de março. 


Sábado ainda fui ao show de  Kim Archetti, que ficou o tempo todo contando piadas e interagindo com pessoas do áuditório (quase só jovens). A coisa começou com a apresentação de uma banda de rock, no mais alto volume.  Mas aguentei.  Kim Archetti é muito bom.  O único defeito dele é o de ser daqui.   Tinha umas duzentas pessoas no teatro.


Domingo fui buscar uma carninha na churrascaria e almoçamos em casa. Fiquei todo o dia fazendo o novo estatuto do Rotary Club de Pato Branco.  O clube tem R$ 10 mil no Banco do Brasil e eles exigem uma cópia do novo estatuto, devidamente registrado no cartório, para permitirem saques do dinheiro.


À noite ouvimos Internacional 1 x 0 Grêmio.


Segunda-feira terminei o estatuto do Rotary.  A noite Alba foi à reunião da Casa da Amizade (esposas de rotarianos).  E eu fui novamente ao teatro. Desta vez para assistir a uma peça em que um argentino dialoga com bonecos.  Os bonecos brincam com o público.  O animador dos bonecos, vestido de preto, quase não parece, pois há uma cortina preta no fundo. Excelente a peça  "En camino".


E ontem, terça-feira, fomos à reunião de companheirismo do Rotary, na Associação  dos Policiais Militares.  Três novos rotarianos foram admitidos e foi servido um grande churrasco.


Eram estas as novidades.


Beijos meus e de Dona Menita para as Denises e todos os demais parentes e amigos.


V Hugo


Posso garantir que ele não colocou tudo ai. Não falou de trabalho, por exemplo. Nem do dele e nem no de minha mãe.

Até quando podemos fazer pedidos de ano novo? O prazo para alterar pedidos já feitos é o mesmo? Preciso urgentemente alterar o pedido feito para 2010, que foi o mesmo feito pera 2009.

Até quando podemos fazer pedidos de ano novo? O prazo para alterar pedidos já feitos é o mesmo? Preciso urgentemente alterar o pedido feito para 2010, que foi o mesmo feito para 2009. Eu não quero ser mais tolerante, quero ser mais boazinha e simpática. Generosa, eu diria. Sai tolerância, entra generosidade.


Ser mais tolerante significa que me coloco em posição de observar e ser complacente com atos e pensamentos humanos, independente de minha concordância. Posso ser cínica e tolerante. Posso tão somente aturar algo e isso configurar tolerância, o que é péssimo.


Quero genuinamente aceitar. Deitar um olhar mais generoso sobre estes mesmos atos e pensamentos. Ao menos sempre que forem igualmente generosos.


Acho que vou dar mais risadas e ser menos ranzinza.


Espero que não abusem desta new-Márcia que me proponho ser porque como toda promessa de ano novo, esta é fácil de abandonar rapidinho.

Não acredito nisso. Ou melhor, não quero isso. Amigos são amigos e eles têm um lugar bem específico na minha vida. Nem melhor e nem pior.

Outro dia minha amiga Julie me fez muito feliz ao dizer que do nosso grupo de amigos talvez eu seja a mais boazinha. Ela está absolutamente certa. Sou mesmo. Não que eu seja uma Madre Tereza de Calcutá, até por achar que estas pessoas cheias de atos generosos são, na verdade, vaidosos que adoram ser vistos como "os bons". Rola uma manipulação perversa nisso. Eu não sou assim. Sou mulher cheia de opiniões mas, felizmente, cada vez menos verdades. É ai que reside minha "bondade".

Sou boa amiga dos meus amigos. E para continuar assim os mantenho no patamar de amigos. Não acho que amigos são a família que escolhemos. Em família a gente diz muita merda, invade o espaço, vive em simbiose doentia e se submete a culpas seculares. Com amigos não quero nada disso.

Não quero que me obriguem a nada. Não quero que me cobrem companhia no Natal. Que me exijam respostas a suas carências... nada. Quero estar com eles por prazer e ofereço o mesmo. Não fico infeliz quando vão todos a uma festa e não me convidam. Ninguém é suportável o tempo inteiro e não sou mãe-judia de pessoa alguma.

Esta característica faz com que algumas pessoas tenham de mim a falsa percepção de frieza. Tolice. Apenas não acredito em coisas como, por exemplo, mentira piedosa. Isso é falso. A verdade sempre vem à tona e gera muita mágoa. Um "não" dito de forma sincera é melhor do que um "sim" a ser desmentido lá na frente. Ele deixa todos em uma saia justa e o mentiroso com cara de pastel murcho de feira.

Não que eu defenda a grossura disfarçada sob nome da sinceridade. É só a realidade o que proponho como moeda de troca.

Por que como eu disse, amigo não é família. Há muito tempo não tenho mais medo de apanhar da minha mãe se ela souber a verdade. Porque vou temer isso daqueles com quem escolhi dividir meu cotidiano?

Não era minha intenção correr atrás de placas que atestam a estupidez humana. Elas simplesmente se impõem ao meu olhar e com os celulares sempre à mão ficou fácil registrar.


Não era minha intenção correr atrás de placas que atestam a estupidez humana. Elas simplesmente se impõem ao meu olhar e com os celulares sempre à mão ficou fácil registrar.


Esta aqui, por exemplo, está afixada na parede de uma loja de beira de estrada no município de Campo Largo - PR. O estacionamento tem um leve declive e, atrás dele, fica a BR. Fiquei pensando quantos carros deslizaram para que o dono do estabelecimento se visse obrigado a avisar seus clientes.



Melhor ainda esta abaixo, no estacionamento de uma das melhores churrascarias de Curitiba. A árvore é enorme. Não lembro se é uma araucária mas é grande, muito grande. Não grande o suficiente para uns e outros, pelo visto. Ou então os frequentadores são da teoria de que aquilo que não está escrito, não vale. É mais improvável o motorista ler a placa que não ver aquele tronco pintado de branco.



A de baixo é a prova cabal da necessidade de explicitar o óbvio. Acham que está num inferninho de quinta categoria? Nã nã. Está num bom shopping paulista. Muita gente deve ter sido pega com a boca na botija para que colocassem este cartaz no banheiro ao lado do cinema. Bem... não exatamente na botija, acredito.



 

Sete dicas de como se dar bem comigo em relacionamentos virtuais. São coisas simples. Um esquema para acomodar meu mau humor aos maus modos de alguns.


Sete dicas de como se dar bem comigo em relacionamentos virtuais. São coisas simples. Um esquema para acomodar meu mau humor aos maus modos de alguns.


1. Não fale comigo enquanto estiver com status "invisível" em mensageiros do tipo MSN, Skype, Google Talk ou o que for. Quando pessoas "invisíveis" vêm falar comigo fico com a sensação de ser usada. Acho que isso evidencia que me procuram quando ELAS querem, sem contrapartida alguma. Sem me darem a oportunidade de também procura-las. E já repararam que quando um "invisível" sai da toca é para tratar de assunto de interesse exclusivo dele? Too much selfish!


2. Seja moderado/a no envio de piadas e nunca, jamais, em tempo algum me envie powerpoints meigos. Já observou que eu jamais mando estas coisas? Por qual motivo? Será porque eu não gosto de mensagens com músicas batidas, fotos apelativas e textos melosos? As seis pessoas que eu amo sabem que as amo, não vou replicar estas fofuras.


3. Não me envie correntes, oferta de dinheiro fácil e textos magníficos de escritores célebres. Em geral eu leio tudo o que quero e se não leio é porque não me interessa. Se acha que eu me interessaria por algo, indique o livro ou o link. Não tenho tempo a perder com "psicografia" tosca de Gabriel Garcia Marquez, Jabor etc.


4. Não mande mensagens pessoais no Orkut, Facebook, Myspace ou o que for. Nada a ver com privacidade. É que se você escrever em qualquer um deles vai chegar para mim um email avisando para eu ir até lá olhar sua mensagem. Então vamos encurtar o processo e paramos já no email. Mande um email e isso me economizará tempo e paciência.


5. Não cobre a falta de espaço para comentários aqui no blog. Não tenho e nem terei. Se eu quisesse debater qualquer coisa criaria um fórum, não um blog. Este espaço é o único que tenho para escrever o que me der na telha sem passar pelo crivo de cliente, patrão, advogado, editor, gerente de banco, amigo etc. Sem a opção de saber se fui dispensada, bloqueada, unfollowed... Aquilo que eu não sei, não existe.


6. Passo quase todo tempo conectada. Tenho wireless por toda a casa e 3G no celular. Modestamente informo que eu conheço todas as redes sociais e faço parte das que me interessam. Faço parte até de algumas que não me interessam. Então, se você não me encontrar em alguma delas, não me convide para a grande novidade dos últimos 5 minutos. A não ser que eu peça, claro (Google Wave, p.ex.).


7. Não coloco a data do meu aniversário em rede sociais. Problema algum com idade, apenas não quero que pessoas que não vejo há 30 anos finjam que lembram quando nasci e se sintam na obrigação de me enviar mensagens com florzinhas e palavras bonitas. Se lembrarem naturalmente ou como esforço de uma agenda pessoal, ai então agradecerei comovida aos cumprimentos.

Tem gente que pode tudo e um bando sai atrás, aplaudindo. Alguém viu a apresentação da Yoko Ono no programa do Jimmy Fallon?


Junte Yoko Ono, Sean Lennon e o povo da Cibo Matto, mais Cornelius . Ah! Pegue ainda o queridinho dos dois mundos, Mark Ronson, e dê o baixo pra ele. Ai você tem a nova formação da clássica Yoko Ono Plastic Ono Band para um noite. E lá está uma quase-reedição do grito primal. Quem precisa disso? Quem fala mal de tanta nobreza reunida para esta performance e para o álbum "Between my head and the sky"?  Ok, tem caráter antropológico. Ou seria arqueológico? Ai ai ai... já sei que tem gente achando isso moderno. Até meu querido David Bowie elogia. Eu mereço.


  

Se o ano fosse 1989 talvez tivesse recebido uma carta. Se estivéssemos em 1999 possivelmente ela teria ligado para mim. Como estamos em 2009 a conversa foi pelo MSN. Poderia ser no GoogleWave, Facebook, Skype, Twitter ou qualquer outro. Tanto faz. Os meios mudam mas a angústia de final de ano permanece a mesma para grande parte das pessoas.


Se o ano fosse 1989 talvez tivesse recebido uma carta. Se estivéssemos em 1999 possivelmente ela teria ligado para mim. Como estamos em 2009 a conversa foi pelo MSN. Poderia ser no GoogleWave, Facebook, Skype, Twitter ou qualquer outro. Tanto faz. Os meios mudam mas a angústia de final de ano permanece a mesma para grande parte das pessoas.


Rola uma histeria coletiva neste mundinho ocidental a partir de novembro. “Quais seus planos para as festas”? Você não consegue um profissional para pequenos reparos na sua casa porque todo mundo quer deixar a casa bonita pro Natal e eles estão enchendo a burra. As casas estão sem cortinas porque elas deve estar limpas para o Natal. Clientes que ficaram sentados sobre projetos por até meses decidem querer tudo “para ontem”.


O trânsito fica ainda mais insuportável. Shopping é item que criaturas de bom senso sonham abdicar nesta época. Todas pessoas cheias de planos para as festa de final de ano enlouquecem na extenuante tarefa de executá-los.


E eu aqui “ouvindo” no MSN minha amiga reclamar que está meio down porque é final de ano. Que não tem planos. Que espécie de pessoa não tem planos para o final de ano??? Como me relaciono com alguém deste naipe???


Argumento que este sentimento é comum a (quase) todos. Eu não gosto desta época e nada tem a ver com melancolia do não-feito e do por-fazer. Eu nunca gostei e de uns anos para cá gosto menos ainda. Por razão muito prática.


Moro em Curitiba. Meus pais no interior do estado e minha sogra noutro lado. Pressões familiares nos puxam para cá e para lá. Como os pais estão já com idade avançada, para satisfazê-los acabamos passando o Natal com alta sensação de não-pertencimento, em cantos distintos. O que eu odeio. A não ser quando viajamos para lugar neutro, o que é outro inferno pois aeroportos e destinos ficam esbanjando alegria (leia-se, gente) nestas datas.


Explico isso para minha amiga na esperança de que ela tenha bem clara a ideia de não estar só neste sentimento. De que a obrigação de ser “feliz” não é cobrada apenas dela.


A grande verdade é que sempre que me vejo no turbilhão dos preparativos pré-natalinos e neuroticamente tentando viabilizar qualquer plano de final de ano... morro de arrependimento e de inveja de quem não tem plano algum.

Lítio será a fonte energética do futuro. Vamos pedir receita azul para abastecer.


Li hoje no jornal local, Gazeta do Povo, que o lítio será a fonte energética do futuro. Olha, se o lítio vai substituir petróleo, etanol e outros eu não sei... mas sei que o aumento de doidos no mundo vai fazer com que o lítio seja muito mais consumido. Vamos apresentar receita azul para abastecer  e encher a cabeça no posto.


Eu mesma já ando me candidatando a esta espécie de Nervocalm*. Ainda não creio que seja um caso clássico de T.O.C. (Transtorno Obsessivo Compulsivo) mas vou confessar que desde sempre me incomoda MUITO perceber que as pessoas colocaram o papel higiênico com a parte que puxamos encostada na parede.



Acho que isso contraria toda lei da mecânica e que ainda por cima é anti-higiênico. Mas há quem veja exagero nesta minha irritação.


 


*Nervocalm: calmante utilizado pela mãe da antológica personagem Mafalda, do Quino.