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Semana passada tive uma das melhores experiências da minha vida: fui ao Sony Ericsson Miami, torneio Master 1000 do tênis. Master 1000 quer dizer que acima dele, só um Grand Slam (Australia Open, Roland Garros, Wimbledon ou US Open). Era um desejo antigo. Um sonho, diria.

Sempre pensei em ir a um destes torneios para ver os atletas top. Não me interessava por finais pois nelas só cabem dois jogadores, queria mais. Depois de pensar bastante optei por buscar ingressos para quarta rodada (ou oitavas de final, como preferirem). A chance de um top 10 cair antes disso é pequena.

Próximo passo veio da Bê, do blog Meninas Vodca. Foi ela quem indicou a Faberg Tennis Tour para facilitar o processo, com pacotes personalizados para eventos do circuito de tênis.

E vamos ao que interessa.

Este é o mapa do área de tênis do Parque Crandon, um lugar muito bonito na ilha de Key Biscayne. Na quadra central, o estádio grandão, cabem 13.800 confortavelmente sentadas. Há ainda o que chamam de Grandstand, que seria a quadra 1, e mais duas quadras com arquibancadas móveis (mas também com cadeiras). Fora estas, as partidas ainda são realizadas em 10 outras quadras. Os treinos contam com 6 quadras disponíveis e mais duas são reservadas para as atividades do público, no que chamam de "Day tennis". Se quiser ver em maiores detalhes, há um  PDF aqui.

A estrutura do complexo é um escândalo. Olha, lá não tem espaço para gracinhas do tipo "imagina na Copa". Tudo funciona com enorme respeito ao público. Muitos e limpos banheiros, ampla e diversificada área de alimentação dentro e fora do estádio principal. Com opções para todos os gostos e bolsos. Do (ótimo) cachorro quente a buffets em ambientes refrigerados.

Há estandes dos patrocinadores e lojas de artigos esportivos. Tudo caro, claro. E não porque é em dólar pois isso deixou de ser problema grande para brasileiros... mas porque fora do evento tudo podia ser conseguido a preços bem menores. A não ser esta bela raqueteira Heads que comprei pela bagatela de $20.

E pra constar... tinha achado esta raqueteira meio coisa de perua, com o dourado etc. Mas ai dei de cara com o estande da Cortiglia, marca italiana de bolsas para tênis. Deus do céu! Confesso que as achei lindas mas não tenho coragem de chegar na quadra com a mais simples delas. Vale a pena visitar o site.

Confesso que chorei

Aos jogos, pois. Antes uma breve narrativa triste.

Na véspera da nossa "estréia" no torneio Roger Federer, motivo número um da ida, caiu ante Andy Roddick. Perdeu. O cara teve um dos melhores inícios de temporada de qualquer jogador em todos os tempos e perdeu para o semi-aposentado Roddick. Na manhã que sucedeu a esta derrota o clima geral no hotel e na chegada ao torneio era de uma tristeza sem fim.

Não importa se o cara é nadalista ou o que for. Ninguém vai a um torneio destes, investindo tempo e dinheiro, para não ver Federer em seja qual for a posição no ranking que estiver. Federer em um mal dia faz mais jogadas geniais (e elegantes) que a maior parte dos jogadores em um temporada inteira. Confesso que tive inicialmente que tirar alegria das profundezas para me animar.

Não foi difícil. Já no primeiro momento o jogo disponível era Rafael Nadal x Kei Nishikori. Primeiro set bom, segundo nem tanto. 6-4 6-4 para Nadal, visivelmente não em sua melhor forma.

Rafael Nadal
Kim Nishikhori

E não poderia deixar de mostrar aqui a real dimensão da puxada de cueca do Nadal em espetacular flagrante obtido pela Deni, que gentilmente me cedeu a foto.

Nadal e suas manias

Lá pra frente, depois deste dia, Nadal joga com Tsonga. O perfil de cada um fica evidenciado em suas cadeiras. Nadal, o obssessivo focado, disciplinado... travado, eu diria, é o dono da cadeira mostrada na primeira foto. Tsonga, o molecão, o dono da segunda. Olha a primeira, com camisa penduradinha e tudo guardadinho, e a bagunça da segunda.

Foto 1: travado Nadal / Foto 2: bagunceiro Tsonga

Antes disso Jo-Wilfried Tsonga e Florian Mayer  jogaram na Grandstand (quadra 1).

Tsonga x Florian Mayer
Tsonga troca a bermuda laranja pela branca, bem melhor

E ai vieram outros jogos em que pude ver em ação...

Nicolas Almagro contra...
...Mardy Fish mais um americano que cai...
... apesar da formosura

Na ala feminina...

Victoria Azarenka, descompensada na derrota para...
... a francesa Marion Bartoli.

Aliás, Bartoli é a mais engraçada das jogadoras com seus movimentos rápidos na preparação dos golpes. Algo como a "guitarra invisível". Aqui, "raquete invisível". Nunca vi tanta comemoração como a dela neste dia.

Bartoli comemora

E ele, o indiscutível número 1...

Novak Djokovic

Que fez um jogaço contra o espanhol David Ferrer.

Ferrer...

Que antes disso ganhou do Del Potro.

Não teve para Del Potro ante Ferrer.

Ah, o jogo anterior do Djokovic, que também vimos, foi com o francês Richard Gasquet.

É bonitinho o Gasquet. Mas perde igual

E começam as moçoilas. Primeiro, Maria Sharapova e Na Li. Olha, aqui vale destacar. Este povo do tênis é muito magro, em geral. Nadal parece ser um "tronquinho" mas não é. Claro que não é fraco, mas é um cara normal. Djokovic é um fiapo humano. E Sharapova... gente... Sharapova de lado é um varapau.

Sharapova
Sharapova e Na Li
Na Li com a mão cortada mas está valendo

As campeãs do torneio de duplas femininas Maria Kirilenko e Nadia Petrova.

Kiki e Petrova combinando o jogo
Esta dupla deu certo até o fim

Ah... vale registrar que eu não sei o que acontece com estas meninas. A Petrova é uma parede na rede. Porque insiste em ficar batendo no fundo da quadra quando joga simples? Fiquei abismada.

Não teve para Lucie Safarova e Anastasia Pavlyuchenkova

E voltando ao tema da magreza, Venus Williams, no jogo contra a campeã Agnieszka Radwanska, parecia que iria quebrar. Os bracinhos mais magrinhos que os da Sharapova e um cansaço visível. Por motivos pessoais fiquei emocionada ao ver a Williams mais velha em quadra. Para quem não sabe, Venus ficou um longo período fora das quadras após descobrir-se com Síndrome de Sjögren, doença autoimune (da família do lúpus) que provoca ressecamento de olhos e saliva, artrite reumatóide, artrose, doenças renais e o que mais der na "telha" da enfermidade.

Venus Williams de volta às quadras
Mas sem condições de barrar Radwanska

E aqui mais um break. No estande da Tennis Plaza, loja que por ser parceira da Sony Ericsson no evento tinha dois espaços, um de equipamentos e outro de roupas, as roupas da Eleven, marca da Venus, se destacavam. A linha é bem legal. Sem frufrus em rendinhas com as da Stela McCartney, as repetições e variações sobre o mesmo tema da Nike e Adidas, ou a falta de imaginação de Yonex, Fila e Lacoste. Usaria qualquer uma das blusas, shorts, vestidos e saias da Eleven.

E falando em Williams, agora Serena, que fez contra a ex-número 1 Caroline Wosniacki o que considero um dos melhores jogos que vi no torneio. O fato é que a gente não tem idéia, olhando na TV, no quanto corre a bola deste povo. Homens ou mulheres, não importa, a bola é muito mais acelerada do que a gente vê na TV. A bichinha leva um nada de tempo pra chegar do outro lado. E neste dia, acreditem, Caroline bateu muiiitoooo.

Jaqueta Adidas/McCartney da Caroline pela bagatela de US$250
Serena Williams em seu retorno às quadras
Dia especial de Caroline Wozniacki

Mais um aparte. Em cada sessão do estádio há um/uma fiscal para impedir movimentação de torcedores durante os pontos. Só se pode entrar ou sair do lugar nas trocas de lados. Ocorre que ao menos 90% destes "cuidões" são mulheres... negras. E ai, meus caros, não tem quem controle a torcida delas quando entram em ação as irmãs Williams. Torcem e gritam descaradamente. Algo que seria impensável no Brasil, onde se tem a noção de que quem está no local a trabalho não pode se manifestar.

O público, em sua maior parte latino-americanos (brasileiros e argentinos), gargalhava a cada manifestação.

Ah, antes do primeiro jogo do dia a gente pode ver um aquecimento do que seria o segundo jogo. Entraram, em quadra, em roupas de treino, o style de Janko Tipsarevic contra a total falta de style do Andy Murray. Olha só:

Janko aquecendo
Murray num modelito bem melhor do que o de jogo

Os dois lado a lado batendo bola com seus preparadores

E os dois em ação, "às deva".

E Andy Roddick, o algoz do meu queridão Federer, perde para Pico, o galã argentino conhecido como Juan Monaco.

Ganhou do Federer pra perder do Pico?
Monaco mandou bem contra Roddick

Tanto que no dia seguinte, mesmo de folga, foi dar uma sacolejada pelo complexo a serviço do patrocinador. Distribuindo autógrafos e sorrisos.

Pico no estande do patrocinador

E ele. O Galã de Praga, o muso da mulherada...

...Radek Stepanek, campeão de duplas
E Fernando Verdasco, o galã de fato

É isso. Vontade de mais. Mas aqui em casa chegamos a uma conclusão. Não iremos a Grand Slam. Pode ser muito bom e tudo... reconhecemos que são os mais mais... mas não damos conta de jogos em 5 sets nem para olhar.

Apesar da derrota do Federer, continuo achando que oitavas de final são os melhores jogos para vermos todos. Ou quase, em caso de "catástrofes" com a citada.

E, finalmente, dá pra ir sem pacote algum. É fácil. Mas o serviço da Faberg é muito bom. Recomendo a quem quiser uma viagem destas.

Um detalhe mais. Fomos no terceiro anel. E a visão era bem boa.

Dois vídeos toscos para verem como era a visão:

Já ia esquecendo!!!! No hotel em que estava havia tenistas. Segundo ou terceiro escalão, claro. E estavam todos os árbitros hospedados com a gente.

No café da manhã troquei palavras com o árbitro mais cool que existe, Kader-Nouni.

Kader-Nouni tem estilo de cantor de soul

Sábado um pouco estressado por aqui. Engraçado como cansam os dias que antecedem férias. Viajamos na sexta-feira próxima e Deni quer o impossível, zerar suas gavetas. Como se encrenca, que é com o que ela lida, tivesse fim.

Então, para desanuviar, propus um passeio sem filas, dinheiro ou barulho. Fomos ao Museu de Arte Contemporânea e ao Museu Oscar Niemeyer.

Funcionou!

Algumas imagens da tarde:

Esta semana arranquei dois dos três pés de tomate que havia plantado. Já sabia, por conta de meus tempos de agrojornalista, que tomates e morangos não se criam sem agrotóxicos ou a paciente aplicação de insumos, naturais que sejam. Cansei.

Não cansei fisicamente, mas mentalmente. Todo dia eu ia olhar minha horta e, ao invés de vibrar com a lindeza das alfaces e chicórias, com a maturação de todas as ervas, o crescimento firme dos brócolis, rúculas e alhos-poró... me deprimia olhar para a ferrugem nos tomateiros. Era desolador ver o não-desenvolvimento dos dois pés.

Arranquei a ambos, pois.

E então fiquei pensando se esta minha decisão denotaria característica de minha personalidade. Tá difícil: aborta. Hummm. Será?

Conclui que tenho bom senso. Insisto com aquilo que vale a pena e largo o que não tem tanta importância assim. Como deve ser.

Fiz a horta como hobby e para ter produtos frescos e disponíveis. Não para ralar e sofrer em busca de resultado.

Para isso há muito mais na vida. Coisas pelas quais vale muito mais a pena lutar e as quais não queremos e nem podemos abandonar.

Absolvo-me do crime!

1

A casa ali ao fundo é onde moro. E a quadra em primeiro plano fica bem na diagonal e poucos metros as separam. Poucos metros, 8 meses, 80 sessões de fisioterapia e uma aplicação de PRP.

Mas estou boa. Tenho todos os movimentos do cotovelo, coisa inimaginável há pouco. O exame clínico, o mais eficiente para detectar tennis elbow (epicondilite lateral), deu ok. Sem que o médico pedisse, e precavida que sou, fiz uma ultrassonografia que nada apontou. Zerada.

Mas o cotovelo ainda dói e, segundo o médico, é uma tal de memória da dor. E mandou eu fazer fortalecimento muscular e voltar a jogar de uma vez. Retomei o personal e marquei o instrutor. Vai ser amanhã minha volta às quadras.

E pasmem? Está doendo o cotovelo. Doendo sem perda de movimentos, sem perda de força, sem perda de nada. Só doendo.

Ok. Enlouqueci. "Medrei". A idéia de dar meu primeiro golpe e a dor real voltar me apavora. Mas me apavora ao ponto de eu me boicotar a fazer o que mais gosto. Tudo de novo, dor e tratamentos, seria (será?) de matar.

Resiliência tem limite.

Todo mundo de ressaca, dormindo ou simplesmente deitado e eu já na ativa em pleno feriado de carnaval pois o implacável personal chegou às 8 da manhã.

Eis então que um sapo gordo não conseguia entrar em seu habitat (sob o deck). Ficou muito tempo em vãs tentativas até que conseguiu entrar de bunda.

Uma literal bunda de sapo.

Vai de ré que dá, sapão!

O calor insuportável de Curitiba hoje, domingo de carnaval, culminou em uma das mais longas chuvas de granizo que já testemunhei na vida. O tamanho das "crianças" era assustador. Aqui em casa não tivemos prejuizos, aparentemente, a não ser um galho de tomateiro que eu mesma quebrei quando fui colocar sombrite na horta.
Espero que não tenha havido grandes danos na cidade mas matéria na Gazeta do Povo aponta destelhamentos.

Porto Alegre superava os anos de ranço "emepebista" soltando a bunda. As barbichas, batas e o iogurte natural cediam lugar, na Famecos*, para o colorido New Wave ou o preto Punk. As festas mudavam de endereço. Ou os endereços mudavam de estilo. Sai Alceu Valença, Geraldo Azevedo e afins para a chegada do Clash, B-52´s ou Blitz, conforme o gosto do freguês.

Se antes já havia um desbunde caetanístico, a partir dali começou a rolar um certo "liberou geral". Jamais esquecerei uma colega reclamando para o professor Roberto Ramos que não estava certa aquela beijação geral em sala de aula. Que ela não precisava ver homens e mulheres, homens e homens, mulheres e mulheres se beijando. Tomou uma rasteira do Bob e uma vaia geral. Sua demanda não prosperou e a putaria tomou conta, como era saudável numa pós-ditadura política e tempos pré-HIV (ou notícia de).

As noites eram intermináveis. Na Osvaldo Aranha do Ocidente e no roteiro gay, que já naqueles dias promovia as melhores "baladas" (palavrinha destestável). Dentro deste roteiro lembro bem do Pantheon, um dos mil estabelecimentos que ocuparam o mesmo número da av. Independência. Acho que a danceteria, como se chamava na época, era do Messias mas seu preposto com certeza era Frey Rocha.

E Frey, um ex-padre, transformou o Pantheon num sonho para ele. Uma gordinha figura romana, era muito engraçado ve-lo em longas túnicas e sandálias. Mas, devo reconhecer, tinha bom gosto para a escolha dos garçons/michês. Um mais espetacular que o outro, todos à altura do nome da casa.

Eu e meu séquito nos acabávamos dançando ali (e em onde mais houvesse pista). Mas durou pouco. Um dos Lépidos**, talvez o que mais combinasse com aqueles vestidinhos "mula manca" (uma só alça) e sandálias trançadas, se encantou por mim. Não vou dizer se por minha formosura, inteligência, graciosidade ou dinheiro (??), mas o fato é que o tal até flores, rosas lindas, mandava. E devo reconhecer que depois dele raros o fizeram.

Só que isso acabou com meus dias de Pantheon de forma bizarra. Descontente com a atenção que seu principal garçon me dispensava, Frey voou em minha direção, aos berros, dizendo que a partir daquele dia eu estava proibida de entrar no seu reduto. Motivo, segundo ele: "tem gente que vem aqui e gasta muito dinheiro pra ser atendido por ele, que fica apenas te (sic) cercando."

Ser expulsa do Pantheon como uma semi-deusa qualquer é uma das minhas melhores memórias. Só se igualando a minha excomunhão.


* Famecos - Faculdade dos Meios de Comunicação Social da PUC porto-alegrense
**Marco Emilio Lépido, amante de Calígula

Obs.: O envolvimento com tal garçon não passou de uma "platonice" da parte dele. Não por ser garçon e nem por ser, supostamente, michê. Um dia, diante de um cartaz que anunciava a peça "A Metamorfose", ele leu em voz alta que era do KRAfka. Disso eu não dava conta.

Eu deveria estar trabalhando mas como cliente esqueceu de avisar que material não estava pronto atravessei a cidade em vão. Nada mal para um dia de chuva e greve de motoristas de ônibus. Tranquilo. #not

Mas há coisas que não dependem dos outros, só de mim. Minha horta, por exemplo.

E como o tempo nunca mais vai clarear em Curitiba, conforme atesta o serviço meteorológico, decidi proteger ao menos as alfaces, "entes" mais sensíveis do meu latifúndio.

Estou me profissionalizando!

Arame e tela mosqueteiro. R$ 7,00