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Se o público mais crítico não acha graça nas piadinhas da apresentadora... e o público mais crédulo não as entende... para quem este programa se destina? Aceito sugestões.

Estive muito ocupada nas últimas três semanas conciliando trabalho com arrumação da casa. Mudança é fogo. Não bastasse o terror que é encaixotar e desencaixotar tralhas, com o inevitável encontro de fantasmas em minhas gavetas, ainda tive que enfrentar uma horda que promete entregar o novo móvel e não vem... aquele outro que ficou de vir pendurar os lustres e desaparece... a maldita e imperfurável laje da área de serviço que não aceita o varal... ufa!!!


Mas dentro de tudo isso conheci um senhor, que chamei para pendurar os quadros, muito interessante. De poucas palavras, estava ele em meu escritório fazendo as marcações nas paredes enquanto eu trabalhava, como sempre com a TV ligada. O programa era Mais Você, e Ana Maria Braga, agora sem luvas, apresentava mais uma de suas infalíveis receitas. Lá pelas tantas ela brinca com o cozinheiro, fazendo uma pergunta propositadamente idiota. "Seo" Roberto, em geral tão calado, diz então: "que burra esta mulher, não sabe que isto é impossível.


Foi então que me veio uma grande dúvida. Se o público mais crítico não acha graça nas piadinhas da apresentadora... e o público mais crédulo não as entende... para quem este programa se destina? Aceito sugestões.


E dando continuidade às dúvidas (para contrabalançar a coluna anterior, tão cheia de certezas), prossigo na Globo. Os jornais publicaram nesta semana a contratação, pela emissora, do chatérrimo Cazé (MTV). Fiquei então pensando em como a emissora abrigará tantas novas atrações "jovens" em sua grade de programação. Vejamos... já trabalham por lá Xuxa e Angélica, que há um bom tempo estão investindo também no público adolescente


Há ainda Zeca Camargo com suas intervenções dominicais no Fantástico e o famigerado Malhação. Não podemos deixar de colocar como "jovem" os programas Casseta & Planeta, Muvuca e Sandy & Júnior. E agora terão também que achar lugar para Sérgio Groissman, Luciano Huck e Cazé. Sei não... sinto cheiro de fritura no ar. Alguns vão dançar feio. E se isto não acontecer, em que horário serão colocados todos no ar. Não esqueçam que há ainda a necessidade de ser acomodado Jô Soares


Já sabemos que Mulher sai do ar. Pode também sair Sai de Baixo, que parece esgotado. Nas novelas duvido que mexam e filmes, bem, faz tempo que a Globo só mantém Sessão da Tarde e os noturnos, tão noturnos que dificilmente caberia qualquer outro tipo de programação no horário


É claro que eu não me ocupo com este pensamento por muito tempo pois isto em nada contribui para o andar da minha vidinha... mas, como costumo dizer, se não fosse curiosa não seria jornalista.


         E como sou curiosa... gostaria ainda de pedir um favorzinho aos meus leitores. Infelizmente não recebo o número de e-mails que gostaria e estou precisando saber quem são vocês. Se tivesse dinheiro contrataria uma empresa de pesquisa, como não é o caso, peço que respondam ao seguinte questionário:


1. Quais os três programas de sua preferência na TV aberta?


      a) 
     
b)
      c)


2. Quais os três programas de sua preferência nos canaisc por assinatura? (cite os canais)


      a)  
      b)

     
c)


3. Qual operadora de TV à cabo ou por satélite que você assina?

Estou lançando nesta semana um novo produto no mercado. É o NovelaFácil, aplicativo capaz de transformar qualquer um em autor de novelas.

Estou lançando nesta semana um novo produto no mercado. Trata-se do NovelaFácil, um aplicativo capaz de transformar qualquer um em autor de novelas.


O NovelaFácil está disponível em versões para Windows e Mac. Os usuários Linux terão que esperar um pouco mais pois, como se sabe, este sistema operacional exige um pouco mais de conhecimento de informática, algo incompatível com o público alvo do novo aplicativo que lanço.


Os usuários acostumados com os processadores de texto tradicionais não terão qualquer problema para usar o NovelaFácil. Basta abrir o programa clicando no ícone que após a instalação aparece instantaneamente na área de trabalho.


Quando aberto o programa o usuário vai ao menu "arquivos" e clica em "nova". Abrem-se então sucessivas telinhas: Quantos personagens? Urbana ou rural? Quantos núcleos? Data da ambientação? Drama ou comédia? Romântica, social ou ambas? E por aí vai.


Respondidas todas as questões, o programa mostra na tela algumas opções de sinopses e o usuário escolhe a de sua preferência. Um número limitado de diálogos e cenas passam a ser oferecidos. Tudo muito simples e equilibrado. Há pobres e ricos, jovens e velhos, bons e maus, bonitos e feios... Basta o uso do mouse para dar início ao trabalho.


É claro que NovelaFácil não necessariamente fará tudo por você. O autor pode interferir no roteiro a qualquer momento. É importante ressaltar que um avançado sistema de correções, similar ao corretor ortográfico, fará aparecer uma tela com sugestões mais adequadas à preferência popular.


Isto porque o NovelaFácil é interligado, via Internet, ao banco de dados do Ibope. Os usuários familiarizados com o Word terão muita facilidade de usar o NovelaFácil. Se o autor de Força do Desejo usasse NovelaFácil ele não teria que redigitar tudo a cada vez que Esther dá bronca em Alice, o que ocorre em todos os capítulos.


Bastaria ele buscar diálogos anteriores (gravados em macros de fácil acesso), selecionar a parte desejada e dar um ctrl+alt+c seguido por um ctrl+alt+v no local onde quer inserir tais falas: "você não é capaz de amar, você é egoísta e só pensa em você mesma"... "você não é capaz de amar, você é egoísta e só pensa em você mesma"... "você não é capaz de amar, você é egoísta e só pensa em você mesma"...


Além do NovelaFácil estou lançando também um CD parecido com os de cliparts. Nele constam o catálogo de artistas, sugestões de cenários e figurinos, tudo com fotos e vídeos. Totalmente integrado ao NovelaFácil, ao mesmo tempo em que você escreve sua novela poderá visualizar as cenas.


Compre já NovelaFácil e se torne hoje mesmo um autor de Novelas.

Canal 3... pesca, camping e lazer... Canal 4... artigos femininos e infantis...

Enquanto ampliam-se os canais de distribuição de entretenimento (não ouso lançar mão do termo "cultura"), em alguns setores diminuem-se vertiginosamente as opções disponíveis no mercado. 


Tenho tentado ir ao cinema e não consigo. Tenho tentado assistir televisão ou escutar rádio... e nada.


Aqui em Curitiba, nos últimos anos, multiplicamos pelo menos duas vezes o número de cinemas. Dos mais ou menos 12 existentes há 5 anos, saltamos para uns 30. E quantos filmes em cartaz? 12. E qual a diversidade de filmes? Pouquíssima. De um lado Xuxa e Didi, do outro a nova moda de filmes de suspense e terror e muita, muita pancadaria. Restam as três salas da Fundação Cultural que, apesar de heróicas, são de um desconforto massacrante e nada convidativo.


Na TV é a mesma coisa. Nos canais abertos pouca variedade, muita novela, muito talk-show, dezenas de programas femininos, infantis, cama, mesa e banho... A personalidade de uma loja de departamentos. 


Nos canais fechados o mix muda um pouco mais. Há uma ou outra idéia interessante... mas sempre repetida à exaustão e, não se iludam, para cada Eurochanel eles jogam 10 AXN (ex-Teleuno).


Rádio nem se fala... por mais que tentem variar os estilos, os escolhidos são sempre os mesmos. Sempre a mesma música, do mesmo CD, do mesmo cantor. No meu trabalho o rádio fica sintonizado sempre na mesma emissora e todos já decoraram a imutável programação.


Estas observações nada têm de inéditas... mas são movidas por uma espécie de "balanço" que faço para escrever a penúltima coluna do ano. É paradoxal que com tantas novas possibilidades de multiplicação fiquemos condenados à mesmice em termos de comunicação de massa. Deve ser por isso que alguns outros setores tenham "acordado" nos últimos tempos.


O setor editorial, por exemplo. A variedade de livros disponíveis nas prateleiras é crescente. As editoras começam a investir em gêneros que até bem pouco tempo não existiam no país. Biografia é só um exemplo e em outros gêneros há até alguns novos autores por aí. Já foi pior a situação.


Ainda na área editorial vê-se um enorme avanço em termos de publicações periódicas. O que surgiu de revistas não é mole. Há segmentação da segmentação. Vi outro dia a Revista do Joalheiro. Existem publicações para todas as etnias, preferências sexuais, políticas e econômicas. Tem até revista dirigida a sabe-se lá quem (o caso da Você, por exemplo).


A Internet também é responsável por uma maior gama de possibilidades, ainda que hoje alguns provedores-portais comecem a me irritar profundamente por conta de uma política de marketing exagerada (irritação ampliada ao receber o 26º kit-instalação de um famoso provedor, desta vez anexada a uma caixa de sucrilhos). Parece o Bugú, personagem da Turma da Mônica que vive atrás de exposição.


Mas tirando isso... é um dos poucos lugares onde é viável o surgimento e a descoberta do diferente.


É ela também que nos salva das megastores padrão que começam a tomar conta do mercado fonográfico. Não fosse o MP3 eu jamais teria encontrado músicas que tocam direto em meu PC e que nem em sonho freqüentam a programação musical de emissoras de rádio e TV.


Como se vê... dá pra colocar de um lado TV paga, livros, revistas e Internet. Do outro ficam rádio e televisão. Os primeiros precisam ser tratados com algum capricho pois são pagos... os segundos, por serem teoricamente gratuitos, não precisam muito esmero. 


E no meio disso tudo o cinema, que apesar de pago está integralmente nas mãos de dois ou três distribuidores, dublês de produtores e ao mesmo tempo projecionistas, já que monopólio pouco é bobagem.


Não há lógica que resista a uma exceção destas. 

Hoje estou me sentindo a Babi. Não pelo charme e menos ainda pelo provável novo salário da moça... mas ai que tédio!!!

Hoje estou me sentindo a Babi. Não pelo charme e menos ainda  pelo provável novo salário da moça... mas ai que tédio!!! Não  agüento mais a minha "MTV". Tô topando até um esse-be-te  qualquer.


E risada sobre TV esta semana, só se for por conta do meu  humor negro. Leio nos jornais que roubaram os perus da Globo.  O ladrão pensou que no caminhão estaria o time de galãs mas  eram apenas os presentes de Natal dos funcionários da  emissora, por isso devolveu tudo pra Sadia. Assim fica difícil  não ser acometida por uma síndrome de José Simão.


Certo está um amigo mineiro. Cansou de ver televisão e decidiu casar com uma antiga colega de faculdade. Agora tem um filho e freqüenta sebos de vídeos. Está com a coleção completa do Walt Disney e passa horas assistindo sob pretexto de mostrar ao garoto. Além de fugir das bobagens da TV, de quebra consegue  escapar dos noticiários sobre o Atlético Mineiro, já que é cruzeirense roxo.


Esperto ele, que deve ser da mesma tribo do Paulo Autran. O ator brilhou na última edição da revista Bravo. Resumiu em  poucas linhas o que acontece com as novelas e, por extensão,  com a TV brasileira. Vejam só:


"Televisão, em resumo, é o quê? É ibope. É a luta pelo ibope.  É o ibope que vai determinar o valor do segundo da televisão.  Então, a única preocupação em todas as tevês é agradar ao gosto médio da população, que cada vez mais se avalia por baixo. A televisão está totalmente sujeita ao ibope, e daí resulta que todas as novelas se resumem a duas perguntas: ou é quem casa com quem? Ou é quem matou?".


O pior é a força desta porcaria toda. A TV é um veículo tão forte que até quem nunca foi ao ar já é alçado à condição de celebridade. Noutro dia acompanhei a confecção de uma reportagem. A repórter cumpria sua primeira pauta, nunca havia aparecido na TV. Tanto é assim que era monitorada por profissional mais experiente.


Mas lá estava ela... microfone na mão... diante de uma câmera com conhecido logotipo estampado. Deve ter uns 22 anos. Uau!!! Foi a criançada ver que a câmera era de uma emissora e já cercaram a moça com pedidos de autógrafo. Jornali-star, a nova categoria do mundo da mídia. A matéria nem entrou na programação mas isto pouco importa. Era só um teste mesmo. Melhor ainda vem do meu vizinho de 15 anos. Assistindo a um velho filme do The Doors pela MTV ele comentou que aquele não era o Morrison. Rolei de rir... o coitadinho achava que o líder da banda era o Val Kilmer. Mais um caso extremo de confusão entre ficção e realidade. Se assistir a um filme da Janis Joplin é capaz de achar que aquela é uma impostora que entrou no lugar da Bette Midler.


E pra não dizer que tudo é tão ruim... vi nesta semana um longo documentário sobre Leonardo Pareja no Canal Brasil. Assisti com algum atraso, é verdade. Realizado em 96 por Régis Farias, trata-se de um dos melhores testemunhais que já assisti. Quem ler esta coluna na sexta ainda tem chance de assistir (ou gravar)na madrugada do dia 18, às 4 horas, sua reapresentação.


E é só

Sinopse "criativa" apresenta duas mulheres que se apaixonam pelo mesmo homem mas que são impedidas de amá-lo, cada qual por um motivo.

A Globo anuncia a novela que substituirá Andando nas Nuvens. O elenco conta com Edson Celulari, Cristiana Oliveira e Maitê Proença, sob direção de Jorge Fernando. A sinopse da sinopse da novela foi dada pelo diretor, que diz: "apresenta duas mulheres que se apaixonam pelo mesmo homem mas que são impedidas de amá-lo, cada qual por um motivo".


Que os atores que representam os personagens principais são sempre escolhidos através de combinações entre poucos elementos participantes já temos como verdade absoluta... mas confesso que ainda tinha alguma esperança em ver um pouco de criatividade nos roteiros.


E criatividade, ao menos isso, não faltou para a CNT quando há algum tempo lançou o programa Mãe de Gravata, conduzido por Ronnie Von nas tardes da emissora. Trata-se de um programa feminino apresentado por um homem. Não como um dia aconteceu com Ney Gonçalves Dias em TV Mulher, extinto programa matinal da Globo. Em Mãe de Gravata o "Príncipe da Jovem Guarda" coloca o avental e vai para a cozinha. Faz gracinhas, dá risada e presta serviços típicos em programas do gênero.


Só que Ronnie Von faz isto melhor do que as chatas apresentadoras que povoam os horários nada nobres da televisão nacional. De um modo geral ele se sai bem no modelito "dono-de-casa", posição que, como sua assessoria gosta de destacar, está muito próxima da vivência do dono de já nem tão sedosos cabelos mas ainda com certo charme.


E já que hoje estou toda concatenadinha... falando em charme... isto é o que não consigo ver em Suzana Alves, a Tiazinha. Mas não quero entrar neste mérito pois desde que um amigo confessou-me ser fã e admirador da "doce e meiga" Sandy, desisti de discutir sobre gosto. O que me chama a atenção é a pobreza do personagem Tiazinha. Fake perde. É sadomasoquismo padrão Ratinho, rasteiro. Fantasia de filme classe Z. Não tem qualquer requinte.


Pois Tiazinha acaba de lançar - no dia 4 - seu programete de 10 minutos diários na Band, As Aventuras de Tiazinha, que tem a pretensão de querer remeter o telespectador ao clima das H&Q


A moça "interpreta" personagem futurista e cheio de poderes, que vive situações beligerantes contra o mal. E o mal, creiam nas intenções socializantes de Tiazinha, é encarnado por dirigentes de grandes corporações.


O problema disso tudo é que no papel a história até funciona. Depois de assistir um capítulo da noveleta, com duração semanal, fui até o site da emissora para ver a ficha técnica. Lá encontrei uma espécie de apresentação do programa e vi que, no papel, ou na cyber-telinha, ele é bem melhor. Talvez porque o papel e o monitor não exijam muito dinheiro, o que não acontece na televisão onde produções similares da Globo, por exemplo, chegam a custar um mínimo de 30 mil dólares por capítulo.


O programa segue a sina de sua protagonista. Fetiche para aqueles que são desprovidos de maiores possibilidades de sonhos... produziu programa igualmente pobre.


Mas isto já era esperado.


Obs.: A melhor frase da televisão nos últimos tempos veio na forma de resposta do Ronaldinho. Provavelmente já cheio das insinuações de que Milene estaria dando o maior golpe da barriga ele perguntou aos repórteres se eles por acaso achavam que ele, o jogador, não sabe como evitar filho. Êta mundo que não evolui. Continuam achando que a obrigação de evitar filhos é da mulher e que estas se fazem engravidar por inocentes homens, vítimas de suas teias. Tsk, tsk, tsk.

Vocês viram o Luciano Szafir se fazendo passar por condutor da baixaria? Parecia dublado.

Não vi o Você Decide desta semana, como de hábito, mas não pude me conter a dar uma rápida olhadinha no novo apresentador. Vocês viram o Luciano Szafir se fazendo passar por condutor da baixaria? Parecia dublado. A entonação e a expressividade mais lembrava uma versão Herbert Richards (é assim que se escreve isso?).


Feito este preâmbulo maldoso... tenho assistido Terra Nostra com alguma regularidade. A novela é bem feita e os atores de um modo geral são ótimos. A única coisa que não me agrada muito são as "aulas de história" inseridas na trama.


Lá pelas tantas, no meio do texto, os personagens comentam fatos e momentos históricos como se o enredo da novela parasse para dar espaço a mais um Telecurso 2º Grau (ou será que com a nova Lei de Diretrizes e Bases o programa se chama agora Telecurso Ensino Médio?).


E o que não me agrada nisso, perguntariam os leitores atentos a minhas eternas críticas sobre a falta de conteúdo das novelas? Simples: é muito didático. E suponho que por ser um texto escrito com base em algum compêndio.


Inseridas na forma de diálogos, as informações não são fruto da imaginação ou da experiência do autor. Saem diretamente das páginas de algum livro para as páginas dos roteiros e isso soa extremamente falso. Tudo bem que a emissora está em plena campanha Brasil 500 Anos... mas está forçando a barra ao querer fazer parecer natural o que não é de sua natureza... prestar serviço.


Em compensação já descobri o melhor da referida novela: o site. Nossa!!! A Globo caprichou mesmo. Parece até cartaz, dos bons, de filmes americanos.


Mas gostei mesmo foi da chamada para o novo programa da recordista de permanência no ar, Ana Maria Braga. Nestas chamadas ela diz que o programa vai falar de moda para todo mundo, valorizando o charme de cada um. Bela maneira de não se queimar já na largada e garantir público de todos os tipos.


Já o Jô Soares, que tem um ego muitas vezes maior que seu corpanzil e que já está famoso pelo fato de falar mais que seus entrevistados, pisou feio no tomate outra noite. E o pior é que foi vítima de sua própria presunção. Estava Jerry Adriani sendo entrevistado. Era mais uma entrevista sobre o lançamento do seu CD com versões das músicas do Legião Urbana para italiano. Até aí tudo bem... mas Jô, com sua gentileza habitual, começou a corrigir erros que teriam sido impressos na capa e no encarte do CD.  Jerry quase morria de vergonha...


Só que lá pelas tantas o literalmente maior exibido do país diz: "viene qui", quando queria na verdade dizer "veni qui", que é "venha aqui" em italiano. O peixe morre pela boca e o vaidoso idem.


P.S.: Recebi uma mensagem muito interessante outro dia, da D.Marly, e salvei em um disquete pois não capturei o e-mail em meu próprio computador. Coloquei o disquete na bolsa e esqueci que ali também repousavam duas baterias de celular... que desmagnetizaram meu disquetinho, fazendo com que eu perdesse esta e muitas outras mensagens. Pediria então a minha e-missivista que, se possível, enviasse novamente sua lúcida mensagem.

Vou ao Rio de Janeiro e me hospedarei na casa da Tammy Luciano, colega aqui no Baguete, como castigo por me fazer assistir Linha Direta.

Vocês sabem aquela voz de narrador de desenho animado? "Enquanto isso na delegacia de Gotham City..." Pois o narrador de Linha Direta fala igual. "Neuma e Dona Maria levavam uma vida tranqüila..."


E o Marcelo Rezende então? Que olhar!! Esbugalhado. Que seriedade!! E que texto bom!! "Com honras militares e medalhas no peito, o capitão..."


Já sei que terei férias grátis no próximo verão. Vou ao Rio de Janeiro e me hospedarei na casa da Tammy Luciano, colega aqui no Baguete, como castigo por me fazer assistir Linha Direta para ver sua participação na simulação do primeiro crime mostrado no episódio da última quinta-feira.


O castigo só não foi pior porque ela saiu-se muito bem na poderosa fala: "viu mãe que netinho lindo você tem"? Ou algo assim. Eu já estava pensando que haviam cortado todas as falas da moça. Tsk tsk, tsk.


Quando comentei com um amigo que a Tammy estaria lá ele imediatamente perguntou: "em qual dos dois papéis? É a vítima ou o bandido"? É verdade, só tem estes dois papéis.


E falando nisso... já perceberam que as vítimas de Linha Direta são sempre pessoas alegres e afetuosas? Bons filhos, bons maridos, bons alunos. Deve ser porque "depois de morto todo mundo vira Santo".


Dá a entender que se a vítima gostar de festa, for gay, for meio galinhosa, um aluno relapso ou qualquer coisa... o crime perde em crueldade.


Mas chega disso. Já contei, ainda que do meu jeito, que a Tammy apareceu na "Grobo"...

"Rafael... a mamãe está chamando"... "Rafael... vem colocar seu casaquinho"... Coitadinho!!

O melhor da TV nesta semana surgiu no Esporte Espetacular do feriado. A equipe do programa cobria um campeonato de rugby no Rio de Janeiro e tentava entrevistar jogadores brasileiros, derrotados por mais de 40 pontos pelos uruguaios. O primeiro, despeito da trogloditice do esporte que pratica, chorava copiosamente e nada conseguiu dizer. O segundo... bem... o segundo quer matar a equipe da Globo.


O menino não queria falar. O que faz o repórter? Busca a imagem da mãe do mocinho, que diz: "Rafael, você não quer falar um pouquinho?". Uma, duas, três vezes. Com aquela voz terna de mães que realmente padecem no paraíso. De mãe querendo convencer a criança a comer a papinha.


Dá pra imaginar o que este menino vem pasando na escola e no bairro? Todo mundo gritando: "Rafael... a mamãe está chamando"... "Rafael... vem colocar seu casaquinho"... Coitadinho!!


Tudo pelo business...


E o pior é que este veículo é um dos mais poderosos elos que forma a cadeia do imaginário popular. Nulidades viram celebridades louváveis. Vejam notícia desta semana...


A ex- Spice Girl Geri Halliwell lançou um livro de memórias. Isto mesmo, uma biografia. Parece que ali ela conta como saltou de uma vida de pobreza para um sonho de Cinderela, com direito a bulimia, que é para dar um toque Lady Di à história. O resultado das vendas será revertido a instituições de combate ao câncer, muito nobre... mas o caso não é este. O fato é que, cada vez mais, vamos dando importância ao que não tem qualquer importância.


Ou alguém realmente precisa do programa da Ana Maria Braga? Aquilo é um lixo!!! É claro que é um lixo de bairro nobre... ou então não teria convidados tão melhores que os de outras emissoras menos glamourosas... mas é lixo. Garrafa vazia é garrafa vazia, seja ela de caninha ou champanhe. A apresentadora até parece bem à vontade. Até demais, eu diria. Tanta "soltura" pode ser a razão para sua voz estar ainda mais anasalada e sua risadinha ainda mais irritante. Nem vou entrar no mérito das inseparáveis luvas, cuja imagem fala sozinha.


Ah... e tem ainda o coadjuvante da apresentadora, um papagaio que em breve deverá virar brinquedo, acompanhando o festival de licenciamento de marcas que anda por aí. Vide revista da Hebe, da própria Ana Maria Braga etc. Até agora o maior lucro, para o telespectador, na entrada de Ana Maria Braga foi o espaço de domingo à noite que ganhou o VideoShow. No mais é uma cretinice só. Um programinha que toma por alvo uma mulher que nem deveria mais existir e que só existe por conta do total descaso com o qual este país trata a educação. E, sejamos justos, também pelo total desinteresse dos veículos de comunicação em, realmente, conferir algum caráter sério à programação.


Estamos confundindo falar muito com ter o que dizer. Ana Maria fala muito e fala relativamente bem, é descolada. Mas nada tem a dizer. Mais Você deve ser um programa destinado às mães do Rafael, Paulinho, Antônio Augusto, João Otávio, Paulo Henrique...

E descobri algo muito pior do que a programação da TV. Meu programão do último final de semana.

Está tudo pronto para começar Telemania. A coluna começa com a autora sentando diante de seu poderosíssimo Pentium III, com a TV ligada ao lado e três telefones a postos. O texto já está estruturado em sua cabeça...


Gostaram do início da coluna? Se não perceberam é uma imitação do novo modelo de abertura do Jornal Nacional, agora sob edição de William Bonner. Demais... é telejornal ensinando ao cidadão comum o que é, por exemplo, uma ilha de edição.


E descobri algo muito pior do que a programação da TV. Meu programão do último final de semana. Fui ao supermercado e fiquei "anos" na fila do caixa. Até aí... normal. Mas para agradar seus clientes o supermercado estava com um karaokê. Êta combinação legal... fila e vozes desafinadas gritando nos ouvidos do pobre consumidor. No supermercado, enquanto aguardava na fila, um galanteador mentia descaradamente para a moça do caixa: "você é igual a Giuliana", referindo-se ao personagem de Ana Paula Arósio em Terra Nostra.


Supermercado, karaokê e cantada baixa... mais um sábado desses vou preferir ficar em casa assistindo Sérgio Mallandro. E quase cheguei a isso na quarta-feira. Assisti, no Canal Brasil, a centésima apresentação de Roberto Carlos em Ritmo de Aventura. O filme começa com o Rei no alto do Cristo Redentor. Prenúncio do que iria virar quase três décadas depois? Tenho um amigo que adora o Canal Brasil e o define muito bem. Diz ser um ótimo espaço para que nossos cineastas, na falta de produção mais profícua, falem sobre cinema. O Canal Brasil então, segundo ele, não é um canal de filmes... mas um canal de cineastas falando sobre filmes.


Injustiça dele. Tem também depoimentos e entrevistas de atores, técnicos, roteiristas...


E duas boas notícias na semana: a mudança de horário do Programaço e a estréia de Como Ser Solteiro, no Multishow. Apresentado por Astrid Fontanelli na Band, Programaço, sai do horário vespertino e passa a ser transmitido às 22 horas de sábado. Depois de boatos sobre a retirada do programa da grade, esta deve ser uma tentativa de fazer decolar a investida da apresentadora em canal aberto.


Já Como Ser Solteiro é um seriado tipo Sony, que vai ao ar semanalmente (quinta-feira), às 21h30min. Bacaninha o programa. Feito em película e com um elenco simpático, tem tudo para seguir o rastro de Confissões de Adolescente.


As notas baixas da semana...


A estréia de Carla Perez no domingo do SBT (14 de novembro). No momento em que escrevo ainda não foi ao ar mas já posso adiantar que não gostarei, que ela é ruim e tudo mais.


Outra baixaria foi a aparição do nosso presidente em entrevista no GloboNews. Um dos entrevistadores pergunta se FHC vê terra firme (referindo-se evidentemente às condições sociais e econômicas do país) e ele responde: "terra firme eu vejo mas tenho medo de tempestades". Ele disse isso rindo. Mais do que rindo... quase gargalhando. Imagino que rindo de nossas caras de palhaços. Só pode.

Nossa Senhora da Aparecida foi alçada à condição de pop star. Num ano é chutada por evangélicos... em outro é cultuada por ídolos populares.

Nossa Senhora da Aparecida foi alçada à condição de pop star. Num ano é chutada por evangélicos... em outro é cultuada por ídolos populares. Um, Roberto Carlos, vai até seu santuário e canta para seus fiéis (dele e dela). Outro, Didi Mocó Sonrisal, vulgo Renato Aragão, promete ir andando até lá.


Posso não ter entendido o porquê de uma das canções escolhidas pelo rei Bob Charles para louvar a padroeira do Brasil ser italiana. Mas, há um bom tempo venho entendendo direitinho tanta devoção de Roberto Marinho e Sílvio Santos, interessadérrimos em registrar e multiplicar o fervor católico.


Liga no SBT... Padre Marcelo. Liga na Globo... aquela figura patética que canta com o Padre Zeca e que não sei quem é. A fé é linda e comovente... ainda mais quando junto a ela vem uma jogada para tentar esvaziar os repletos templos evangélicos que dão sustentação ao Grupo Record.


Se eu fosse dona de televisão escancarava de vez. Não me preocuparia com os parcos pontos no Ibope que me tiram estas emissoras construídas à base de dízimo. Seria mais esperta e produziria um quadro em programa típico de Faustão e Sílvio Santos. Católicos X Evangélicos. As perguntas seriam formuladas a partir dos textos da Bíblia para dar um pouco mais de emoção ao programa. Os impasses surgiriam rapidamente, pois há interpretações e interpretações das leituras... e versões e versões do próprio conteúdo do livro, que sofre alterações de acordo com as tendências religiosas do editor.


No final brigariam todos pois estes assuntos são altamente passionais e, como sabemos, fanatismo cega. A situação poderia até nos levar a uma situação estúpida como a da Irlanda... mas eu não me importaria pois a audiência estaria garantida. E ninguém poderia me acusar de qualquer coisa pois eu teria a meu favor o argumento da democracia. Quem mais dá espaço a todas facções?


Lembro que quando Pe. Marcelo iniciou sua carreira pop era anunciado no Fantástico, Gugu, Sílvio Santos e Faustão como fenomenal catalisador da mobilização popular e renovador da fé romana.

Ok, santa!!! Então porque não levam também os cantores gospel que igualmente arrasam quarteirões? Ou melhor... porque não esquecem todos?