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Reconheçamos... meia página de FSP para uma atriz que não atuava desde 91 é muito mais do que terá grande parte dos atores-tamagoshi que andam por aí.

Como sempre faço logo ao acordar, pego meu copinho de suco de laranja e ponho-me a ler o jornal. Na capa, além de mais uma fotografia ilustrando a disputa MST x FHC e manchetes sobre a cobrança dos pedágios, dois outros destaques chamam a atenção.


Um, sobre I love You. O vírus transmitido por e-mails que surgiu para deixar, em apenas um dia, 80% das companhias suecas “fora do ar”, para ficarmos somente no que talvez seja o exemplo mais dramático.


O outro destaque, que não tem o singelo nome de I Love You mas que em muitos casos tem tudo a ver com amor, refere-se à morte da atriz Sandra Bréa. Também causada por um vírus que tem deixado “fora do ar” muita gente.


O primeiro recebe uma página e meia. O segundo, meia. Normal. AIDS já não é novidade e, cá pra nós, os computadores estão muito mais presentes na mídia e em nossas vidas do que a atriz.


Mas não foi sempre assim. Alguém que tenha menos de 30 anos dificilmente terá a noção exata do que representou a atriz para os brasileiros. Meu irmão, por exemplo, hoje um quarentão bem apessoado (ressalto para não ganhar um inimigo) era alucinado pela jovem atriz que nos idos de 70 interpretava a filha de Odorico Paraguaçu em O Bem Amado, novela do tempo em que ainda havia boas novelas e em que as sumárias tangas usadas pela atriz ainda causavam clamor.


Cercada pelo misto de adoração e inveja no qual vivem as estrelas, atos como mostrar os seios nus em uma janela porto-alegrense atiçavam o imaginário sexual de uns... e o rancor ciumento de outras (no feminino mesmo).


Mas não quero aqui fazer uma ode a Sandra Bréa. Jamais pertenci ao grupo de seus adoradores e tampouco ao de seus detratores. Pra falar a verdade, nem sequer a considerava boa atriz, apesar de reconhecê-la belíssima.


Quero mesmo é ressaltar como esta mesma pressa com que surgem e se propagam os vírus de computadores... como esta mesma pressa hoje comanda a libido das pessoas.


Com exceção a Vera Fischer, reserva nacional das grandes musas, “deusas” e “deuses” chegam a vão com volatilidade impressionante. Ou você é capaz lembrar quem foi a musa do verão 98/99?


A televisão, esta maquinha que domina nossa sala, é pródiga em criar astros e estrelas. Mas suponho que, ao lançarem novos nomes ao estrelato, as emissoras no fundo gostariam de encontrar alguém que representasse um bom investimento em prazos mais alongados, de duração superior ao período de uma ou duas novelas.


Quem não gostaria de ter sob contrato uma Catherine Deneuve (a reserva mundial de grandes musas)?


Tanto isto pode ser verdade que mesmo com seu comportamento indisciplinado (que já valeu até sanções drásticas), a Globo, com todo seu poderio, não prescinde de chamar Vera Fischer para estrelar uma nova produção.


Me perdoem Débora Secco, Camila Pitanga, Thiago Lacerda e afins, todos umas gracinhas, mas falta a eles o plus que faz uma estrela. Falta-lhes “atitude”, uma expressão que, paradoxalmente, é sempre mencionada pela geração dos atores citados para exemplificar característica pessoal que admiram.


Enquanto isso os “musos” e “musas” vão se como vírus cibernéticos. São criados e distribuídos em profusão até que surja um antídoto, aí seus idealizadores mudam uma ou duas “linhas” do “programa” e tudo começa novamente. Saem dos “chips” novas estrelas que só não são virtuais porque existem biologicamente.


Também como os vírus de computadores, compreensivelmente ocupam mais páginas em jornais que o HIV e a morte de Sandra Bréa. 


Mas reconheçamos... meia página de FSP para uma atriz que não atuava desde 91 (desconsiderando participação relâmpago no último capítulo de Zazá, em 98) é muito mais do que terá grande parte dos atores-tamagoshi que andam por aí.

Começo a coluna da semana fazendo algo inusitado neste espaço... um elogio. A merecedora de tal benesse é a Rede Globo de Televisão, que acaba de lançar a novela Uga Uga.

Começo a coluna da semana fazendo algo inusitado neste espaço... um elogio. A merecedora de tal benesse é a Rede Globo de Televisão, que acaba de lançar a novela Uga Uga


É claro que o elogio não se deve à trama da novela, uma leitura muito rasa de Tarzan, personagem de Edgar Rice Burroughs que recentemente teve excelente versão no desenho animado dos Estúdios Disney.


O que eu gostei mesmo foi do nome escolhido.


Uga Uga, onomatopéia associada a alguns primatas, pode ser compreendida como uma grande gozação do autor da novela pra cima de nós, telespectadores. 


Gosto desta teoria pois faz pensar que só um cérebro primitivo é capaz de acompanhar aquela trama. 


Primeiro... o protagonista e sua língua. Tribo isolada no Pantanal é dose cavalar. 


Não me atenho a comentar muito os papéis de Humberto Martins e Marcelo Novais (Novaes?) pois já foram suficientemente escrachados na mídia nacional por serem repetições de atores/personagens em novelas do mesmo autor. 


Agora... juntar romanticamente Sílvia Pfiffer e Lima Duarte também é forçar a barra. Ainda que no passado... não dá. Ver os dois contracenando é de uma tristeza profunda. Ela, com a falta de expressão de sempre, ainda consegue se salvar por conta de seu indiscutível charme. Ele, nem isso. 


Ao contrário de sua parceira de elenco, a Lima Duarte não falta expressão... sobra. Mais do que nunca o ator over-interpreta. Se alguém por acaso assistiu a abertura da convenção anual da Globo saberá do que estou falando.


Na ocasião foi entregue a Lima Duarte a responsabilidade de ler o texto de abertura do evento. Uga Uga!!! Parecia político interiorano no palanque. Sabe aquela impostação de discurso? Com todas as ênfases e gestos característicos?


É por essas e por outras que a outrora hegemônica emissora tem levado verdadeiras surras no Ibope. Depois que surgiu o controle remoto fica muito mais fácil passear pelos canais e ver que até um filmeco de quinta categoria pode ser melhor que Ugas Ugas, Muvucas e afins.


Afinal a gente pode ter cérebro de símio... mas até os macacos sabem manipular o controle.

Quem é capaz de achar engraçado Ed Banana? A quem, diabos, aquele textinho poético do Pedro Bial convence?

É comum aqui nesta coluna eu perguntar, sem qualquer expectativa de resposta conclusiva, quem é o telespectador brasileiro. A programação sei muito bem quem elabora. Todos sabemos. Mas e quem assiste? Quem é capaz de achar engraçado Ed Banana? A quem, diabos, aquele textinho poético do Pedro Bial convence?


Penso nestas perguntas e só vislumbro nuvens.


Já recorri a diversas pesquisas de audiência, conseguidas através de amigos publicitários. Nada concluo pois não posso acreditar em pesquisas que me colocam como Classe A só porque tenho três banheiros em casa. Só eu sei que isto não é real.


Se todo aquele calhamaço que o IBOPE vende às agências nada me diz... restamme poucas possibilidades na busca de resposta razoável para a questão.


Tenho uma amiga que possui o maior depositório de asneira do mundo. Não me entendam mal, por favor, refiro-me a sua "caixinha" de email. Jamais vi tanta bobagem junta, nem mesmo na televisão.


Pois nesta semana ela repassou mensagem que, imagino, já deve correr há algum tempo na rede. Lendo com atenção, contudo, penso que seu conteúdo pode ajudar um pouco a clarear minha mente sobre esta questão.


A mensagem, tida como verídica, é supostamente enviada pelo professor José Roberto Mathas, que teria feito uma seleção de frases escritas por nossos queridos vestibulandos em redação sobre o tema A TV forma, deforma ou informa?


Vamos a elas então. Para ficar no clima de Terra Nostra... se não é vero é bem trovatto... e elucidativo.


-          A TV possui um grau elevadíssimo de informações que nos enriquece de maneira pobre, pois se tornamos uns viciados deste veículo de comunicação 


-          A TV no entanto é um consumo que devemos consumir para nossa formação, informação e deformação


-          A TV se estiver ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não.... 


-          A TV deforma não só os sofás por motivo da pessoa ficar bastante tempo intertida, como também as vista


-          A televisão passa para as pessoas que a vida é um conto de fábulas e com isso fabrica muitas cabeças


-          Sempre, ou quase sempre a TV está mais perto de nosco... fazendo com que o telespectador solte o seu lado obscuro


-          A TV deforma a coluna, os músculos e o organismo em geral 


-          A televisão é um meio de comunicação e porque não dizer de locomoção


-          A TV é o oxigênio que forma nossas idéias.... por isso é que podemos dizer que esse meio de transporte é capaz de informar e deformar os homens 


-          A TV exerce poder, levando informações diárias e porque não dizer horárias


-          Nós estamos nos diluindo a cada dia e não se pode dizer que a TV não tem nada a ver com isso


-          A televisão leva fatos a trilhares de pessoas


-          A TV acomoda aos teles inspectadores


-          A informação fornecida pela TV é pacífica de falhas


-          A TV pode ser definida como uma faca de três gumes. Ela tanto pode formar, como informar e deformar


 E agora os inteligentes leitores esperam meu escárnio? Pois não terão. Acostumada a entrevistar pequenos agricultores e aqueles que compõem o que ficou celebrizado como "povão", acostumei-me a entender o que desejam realmente dizer as pessoas. Há muito tempo descobri que "cãibra de sangue" significa para muitos... hemorragia.Pequenos erros não me assustam.


Fiquei feliz ao ler estas frases. Mostram que, apesar de não terem intimidade com a palavra escrita, seus autores conseguem captar a síntese da televisão. Ou será que, traduzidas para uma linguagem mais acadêmica, estarão tão erradas assim?


Tomara que estas frases sejam verdadeiras pois assim me tranquilizo. Em geral a galera pode não saber escrever mas sabe o que é a televisão e o que significa.


E ela é mesmo "uma faca de três gumes".

(Ou como os tanques foram substituídos pelas câmeras)

Duas mulheres agem de forma parecida com propósitos diversos. Uma em São Paulo, a Sra. Pitta, outra em Curitiba, a Sra. Martins de Oliveira.


Nicéia Pitta vai para frente da câmera da Globo denunciar o esquema de corrupção que envolve (ou é capitaneado por) seu marido. Cristina, mulher de Cândido Martins de Oliveira, ex-secretário da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, assume o microfone da CBN para defender o marido afastado do governo paranaense no rescaldo das investigações do narcotráfico.


Duas mulheres. Uma movida pela ressaca de um casamento desfeito. Outra, pela lealdade ao maridão. A despeito de ambas denunciarem verdades ou mentiras, tanto faz, são movidas pelo mesmo instinto básico: a paixão.


Discutir se estão certas ou erradas é algo que não me interessa, já que às emissoras e às protagonistas destes episódios sempre restará o argumento do interesse público. Algo pior me ocorre, como sempre.


Ao ouvir o que tinham a dizer penso que os veículos de comunicação substituíram o tanque das lavadeiras (como todo respeito a estas dignas profissionais).


Do primeiro ao último andar de qualquer pirâmide social, a humanidade parece ter escolhido os veículos de comunicação como o novo grande fórum. O tribunal soberano. D. Nicéa e D. Cristina não poderiam simplesmente buscar um promotor de justiça para a ele fazerem suas denúncias ou defesas. Isto seria pouco glamouroso.


E os veículos, ah! Estão adorando. Sai barato colocar no ar um pobre coitado esbravejando contra qualquer coisa. Dá resultado patrocinar estas catarses, acompanhadas avidamente por uma população louca por um espelho que mostre que sua loucura não é original.


E antes de continuar, uma observação: quando falo em “pobres coitados” não me refiro, considerando os exemplos citados, ao contra-cheque. Falo mesmo de uma carência que de certa forma é mais problemática... Carência de equilíbrio emocional.


A TV e o rádio, principalmente, estão passando por um processo de empobrecimento que não sabemos para onde nos levará. Não há emissora que escape. É Ratinho no SBT, Marcelo Rezende na Globo, Leão... Temos até canal especializado em fofoca, o E!


Não há hierarquia social, há baixarias para todos os bolsos. A exploração da miséria, humana e monetária, parece ser a grande pauta.


Fico triste. Não gosto de ver o ponto de degradação a que chegamos. Faz-me mal ver pessoas lutando por um milhão nas noites do SBT, tentando responder, sem sucesso, a questões tão difíceis quanto o nome do produto eletrônico que nos ajuda a fazer contas.


Acho irritante o “estelionato” da Globo, que “vende” como inédito um capítulo de novela que é quase puro flash-back, como disco “novo” do João Gilberto.


Ver TV, para as pessoas minimamente saudáveis tem sido deprimente. Ainda bem que a safra de cinema está boa. Morro de inveja do meu colega Gastal.

O que acharam do Galvão Bueno chamando o Schumacher de “Schummy”?

Tive um colega certa vez que era um verdadeiro sabujo. Quem nunca os teve na vida? Era um sujeito nojento, daqueles que despreza um outro colega, mas quando este é promovido passa a bajulá-lo descaradamente.


Vocês viram o Grande Prêmio Brasil de Fórmula-1? O que acharam do Galvão Bueno chamando o Schumacher de “Schummy”? Depois que o alemão virou parceiro de equipe do Rubens Barrichelo, Bueno agora é velho amigo do cara. Vá se catar... nos tempos do Senna o Schummacher era reconhecido por Bueno como... digamos... a encarnação do Dick Vigarista. Enojante.


E o que era a “estrelice” do Rubens Ewald Filho durante a transmissão do Oscar pelo SBT? O sujeito praticamente ignorava a Babi. E quando se dirigia à moça era com um tom de superioridade irritante. Acha que está com toda a bola porque consegue identificar rapidamente os filmes apresentados nas rápidas montagens mostradas durante a entrega dos prêmios?


Pois não precisa se achar tanto assim... todos os anos os mesmos filmes estão naquelas montagens... ou vocês já viram entrega de Oscar sem O Mágico de Oz, Ben Hur, Cleópatra  e por aí vai? Não precisa ser Rubens Ewald Filho para isso.


Tudo porque ela vê carisma em Arnold Schwarzenegger e gosta da Madonna... e daí? O cara acha legal aquele cavanhaque que usa!! E ainda tem a cara de pau de falar no programa da Ione (CNT) que deu conselhos pra Babi, que alertou quanto à inveja dos coleguinhas...


E já viram que hoje estou como uma metralhadora...


E o mico da semana não foi da TV mas “passeou” por ali. A Globo anunciou exaustivamente seu portal. Segundos e mais segundos em horário nobre... página e páginas em jornais e revistas. No dia marcado para a estréia estou parada em um sinal quando vejo um bando de adolescentes com faixas e “pirulitos” anunciando o tal. Chego no trabalho e a primeira coisa que faço é conectar-me. Quá quá quá... só havia um pedido de desculpas pois não estavam preparados para o volume de acessos e deu pau em tudo.


E onde está o mico? Se foi um sucesso... não há mico. Como não? A Globo não conhece a própria força? Subestima sua própria mídia? E o pior é que, dias depois, acessei novamente e outra decepção... o portal é muito, muito fraquinho. E como sempre auto-bajulativo. A única concessão feita a veículos de outras empresas diz respeito à TV Cultura. No mais... só dava o Grupão velho.


Jô Soares estréia na segunda. Diz ele que deixará os entrevistados falarem. Se for verdade quero o endereço do psicanalista do Jô. Resultado rápido assim nunca vi. Só se o tratamento foi aplicado pela Marluce...


E corre no Fórum dos colunistas do Baguete um quase-debate sobre “falar bem” ou “falar mal” dos artistas. Acho o seguinte: neguinho se expôs fica sujeito a aplauso e cacetada. Quer trabalhar com privacidade vá ser bancário. Inclusive eu.


E vou parar por aqui pois hoje estou muito azeda.

O que vocês acharam das imagens colhidas no Senado? Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho são um pouco canastrões para meu gosto... mas ainda assim brilharam.

Muitos homens não sabem onde ele fica. Outros não sabem o que fazer com ele. Mas pelo amor Deus!!! O certo é CLITÓRIS, com acento no Ó. É uma paroxítona. Não é CLÍTORIS, proparoxítona, como diz Ludmila, substituta de Babi no Erótica da MTV, para desespero de Jairo Bauer que arregala os olhos a cada vez que ouve o impropério.


Feito o desabafo inicial é inevitável que fale um pouco sobre a grande estréia da semana. O que vocês acharam das imagens colhidas no Senado? Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho são um pouco canastrões para meu gosto... mas ainda assim brilharam.


Posso imaginar a dupla disputando um karaokê no Faustão. Jader vai de pagode... “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”... ACM manda uma marchinha: “daqui não saio, daqui ninguém me tira...” O vencedor levaria de prêmio a presidência do Senado.


Picos de audiência.


Este “programa” inclusive ofuscou um pouco a estréia de Jô Soares na Globo.


Aliás... Jô mudou o cenário, que agora está ainda mais parecido com os de seus similares norte-americanos. O telão está maior. Os músicos fazem menos intervenções... mas o apresentador continua tomando conta. Ele até tenta se controlar mas na anti-entrevista com Tarcísio Meira ficou evidente que não consegue calar-se totalmente.


Muito chata a parte de imagens do arquivo e, com todo respeito a Roberto Marinho, faltou legenda em sua entrevista.


Mais? Nada a declarar. Jô mudou de canal. Ponto.


Abro a Folha de São Paulo de ontem e um anúncio de página inteira em Esportes diz que, com Batman, o SBT bateu a Globo e seu Muvuca. 27 x 17 pontos no Ibope em São Paulo.


Pudera! Muvuca já mudou de horário algumas vezes mas parece jamais ter emplacado de verdade. Regina Casé é sempre Regina Casé e, cá entre nós, isto cansa. Ela é boa mas não é “tudo”, mesmo tendo voltado um pouco à fórmula de Brasil Legal, quando viajava em busca de reportagens, encheu.


Melhor apreciação tem a apresentadora de Super Pop, Adriana Galisteu. Apresentado às 22 horas, na Rede TV, o programa segue o modelão entrevista-no-sofá.  Vi Galisteu entrevistando Bruno Barreto e Amy Irving e achei bem legal o comportamento da moça. Firme, sincera e nada bajulativa ou tola. Totalmente equivocados aqueles que a colocam no mesmo balaio das “scheilas”. Não fica jogando charme para cima dos entrevistados, como Fábio Júnior, e nem babando tal tiete, como Hebe.


Uma vez fiz uma entrevista com um empresário que disse: “a situação do país está tão ruim que até quem não paga não está comprando”. Deve ser por isso que a Record decidiu parcelar filmes agora, apresentando O Paciente Inglês em duas noites. Isto é demonstra desconfiança na capacidade do filme manter as pessoas acordadas ou tentativa de garantir audiência por duas noites?


Façam suas apostas. Inté.

Não vejo muita diferença entre marketing religioso e marketing de vendas. Eu quero meu presente!

Sei que Páscoa e Natal um dia tiveram significado religioso até serem expropriadas por comerciantes e se tornarem o que hoje são... pretexto para vender. Sei de tudo isso e não me importo... quero meu chocolate e quero meu presente. Até porque, não vejo muita diferença entre marketing religioso e marketing de vendas.


Fiz este preâmbulo para deixar claro a meus leitores que não sou do tipo purista, que acredita na intocabilidade de ícones ou seja lá o que for. Acho inevitável que falsas manifestações populares sejam forjadas para que poucos se deleitem e locupletem. Considerando o grau de entorpecimento em que vive parcela considerável da humanidade, compreendo até que se deixe envolver por atmosferas criadas em determinadas circunstâncias.


Mas com o perdão dos termos, não encontro outros... puta que pariu... não agüento mais este papinho de 500 Anos de Descobrimento. É Especial 500 Anos... Seriado 500 Anos... Invasão 500 Anos... Flechada 500 Anos... 500 anos de Arte Brasileira... os 500 Anos no Cinema... Peninha (Eduardo Bueno) no Jô, na CBN... TV5 faz programa 500 Anos... RTPI... DW... que dor!!!


O mala do Hans Donner, não bastasse aquele relógio cretino, outro dia fez uma pintura 500 Anos em sua Globeleza. Qualquer semelhança com carnaval não é mera coincidência, basta ver o estilo do nosso mestre de cerimônias oficial, o Ministro Rafael Greca, dono de perfil e espírito que mais se aproximam ao de uma figura momesca.


E a coitada(*) da criança que inocentemente declama I-Juca Pirama é editada ao lado do igualmente coitado Pataxó. E a polícia baixa o cacete na galera para que os olhos das autoridades acomodadas nos palanques de Cabrália não fiquem conspurcados pela visão do outro lado da festa.


Vai faltar espaço no Fantástico para mostrar tantas genuínas promoções em comemoração aos 500 Anos. Ainda mais quando precisa reservar espaço para as Paixões de Cristo, Autos da Cruz e Lava-pés. Não esqueçamos que é, ou terá sido, Páscoa.


A coincidência das datas prova, inclusive, o que já sabemos. Que FHC e Roberto Marinho não são tão poderosos assim. Se fossem, teriam ligado para o Papa, com necessária antecedência, e dito:


-         “Karol, vê se adia a Páscoa por uma semana. Vamos perder muita grana deste jeito”.


(*) Nunca entendi o fato de ser feio escrever fodido, mas não ser feio escrever ou dizer coitado, até pesquisar e descobrir que a expressão coitado vem do termo latino coctare (afligir, desgraçar) e não do também termo latino coitu (coito, relação sexual). Sempre imaginei serem sinônimos.


P.S.: Na próxima semana não deixem de ler as 100 colunas de Telemania. Se eles podem... porque não eu? É verdade mesmo, esta é a coluna de número 99.

Costumo propagar por aí que gente é um produto muito mal acabado, que não passou por controle de qualidade muito rigoroso.

Um de meus mais freqüentes chavões diz respeito ao que penso de nós, criaturinhas. Costumo propagar por aí que gente é um produto muito mal acabado, que não passou por controle de qualidade muito rigoroso.


Pois estava vendo nada na TV, isto é, arrumando gavetas com a TV ligada, quando percebi o óbvio: que sendo fruto do trabalho humano, a televisão repete nossos paradoxos.


Pus-me então a buscar exemplos que confirmassem esta reles constatação e não me foi difícil encontrá-los. Vejamos dois...


Nesta semana a Globo apresentou o primeiro de uma série de programas comemorativos aos 50 anos da TV brasileira e aos 35 dela própria. Desnecessário dizer que a maior parte dos documentos apresentados pertenciam aos arquivos da própria emissora.


Não vou aqui dizer que fez isto com base na filosofia de puxar o assado para sua própria sardinha pois já esgotei, no segundo parágrafo, meu estoque de obviedades. Prefiro acreditar que, por ser mais estruturada que outras emissoras, mantém seus arquivos em melhores condições.


Mas o que importa mesmo são as “humanidades” da televisão...


O programa mostrou trechos de novelas, humorísticos e uma boa quantidade de imagens jornalísticas que justificassem o nome dado ao especial A TV na Vida do Brasileiro. E foi justamente na sucessão de imagens jornalísticas que a burrice humana se evidenciou.


Para mostrar que a TV testemunhou os grandes momentos nacionais ao longo de todos estes anos, uma das cenas escolhidas foi o famoso debate final da disputa Collor x Lula. Ora, ora, ora!!! Se eu tivesse patrocinado aquele debate, anos depois este seria meu segredo mais guardado. Eu sumiria com a fita para que caísse no esquecimento. Mas, tal são as pessoas são as emissoras, estúpidas.


Tão ou mais incompreensível foi a escolha do filme que a Record levou ao ar na noite de quinta-feira: O Germinal, filme que Claude Berri realizou partindo do clássico de Emile Zola. Vejam só... a Record do Bispo Macedo levando à plebe a adaptação cinematográfica da “bíblia” dos finados “anarcas” e “comunas”. Estranho mesmo.


Além de paradoxal prova que, ao contrário do que alguns - talvez muitos –supõem, nem tudo que passa na TV é fruto de um plano maquiavélico para emburrecer e dominar a nação. Como vimos aqui, faltaria competência na montagem de um bom projeto para tanto.


Muito humano isso.


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O melhor da semana:


Padre Marcelo ensinando a oração do emagrecimento. É simples e consiste apenas em pedir a Jesus que feche nossa boca. Isso ao melhor estilo Teletubbies. Repetindo, repetindo, repetindo. Um terço inteiro cada frase: “Jesus... me ajude a me livrar da gula. Jesus... me ajude a me livrar da gula...”


Se o cara ficar o dia inteiro seguindo a oração do Pe. Marcelo sem dúvida emagrecerá por absoluta falta de tempo para comer.

A obsessão que os autores de telenovelas têm pelos amores "em família".

Algumas vezes já comentei a obsessão que os autores de telenovelas têm com amores "em família". É um festival de filhos se apaixonando pela mulher do pai... irmãos disputando mulheres... uma gandaia.


Vejo nas bancas que as revistas especializadas da semana estão trazendo na capa a informação que Angélica (Paloma Duarte) estaria apaixonada por Matteo (Thiago Lacerda), ex-marido da sua irmã em Terra Nostra.


Pois vejam só... mais uma caso de incesto disfarçado.


Ao contrário do que muitos imaginam... o problema das novelas não está em apresentarem casos inverossímeis. Nada disso. Se formos traçar um paralelo com a realidade veremos que esta última é bem pior que a ficção.


O problema é que jogam fora oportunidades de fazerem alguma coisa que preste para se perpetuarem na superficialidade do gênero.


Tudo o que acontece nas novelas encontra eco na realidade. Mesmo as situações mais absurdas e os personagens mais esquisitos, idiotas ou sejam lá o que forem... tudo existe neste mundo. O caso é que não aproveitam os dramas sugeridos para uma análise razoável. Fatos acontecem porque acontecem... não há explicação, plausível ou não, para eles.


O que leva filhos a cobiçarem as mulheres de seus pais? Pelo que os novelistas deixam antever... apenas o amor. Não há uma doentia concorrência, um desejo subliminar de vingança sabe-se lá do que, um simples Édipo.... qualquer explicação, cretina ou não, para o que ocorre. Se apaixonam e pronto.


Exagerando "só um pouquinho"... parecem aqueles pais que, dentro de sua ignorância e doença, dizem ante ao juiz: "eu não sabia que não podia", referindo-se abuso sexual infantil cometido dentro do próprio ambiente doméstico.


A diferença é que nas novelas o final geralmente é feliz para alguém. O pai volta para a mulher, o filho arruma outra namorada... sem traumas e com muito perdão.


Imagine você, cara leitora, chegar ao almoço de domingo e dizer que está interessada no cunhadão. Está armada a cena rodriguiana. Sua irmã, cega de ódio, chamando você de canalha, vagabunda, piranha e por aí vai.


O cunhado, se fingindo de morto, implora em nome das crianças que você não revele as aventuras de alcova. Diz que a ama mas que as crianças precisam dele. A mãe, desesperada, corre para a Igreja ou para o analista, conforme classe social, cultural etc. De qualquer forma passa a infernizar sua vida com aquele ar materno de "onde foi que eu errei". O pai intensifica os plantões pois nada entende do que acontece.


E enquanto isso a "familhona", composta por tios, primos e agregados, se diverte entre comentários maldosos e infinitamente aumentados dos fatos. A única parte boa de você assumir tal paixão será a eterna dispensa de freqüentar as festas de final de ano em família. O único alívio para sua cabeça nesta história toda. Quem mandou você não ter nascido personagem de novela?


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No decorrrer da semana recebi algumas mensagens sobre meus comentários feitos a respeito do programa Ed Banana. A que me chamou mais atenção, contudo, foi a do leitor Harlley Guimarães. Longa e contestatória. Concordo quando ele diz que a TV brasileira nunca foi uma maravilha e cita exemplos... mas algumas conclusões por ele apresentadas merecem alguns comentários. A eles então:


"Não é mais interessante ver um desconhecido conquistar seu espaço, competindo com as poderosas Terras Nostras da vida?"...


Isto é muito relativo. Em geral as pessoas confundem "pequenos" com "alternativos". Não creio que os objetivos do proprietário de uma pequena fábrica regional de refrigerantes sejam mais nobres que os de uma Coca-Cola, por exemplo. É só uma questão de poder de fogo. Acho bom que o Ed (íntimo, não?) consiga trabalho e se sustente com ele, até gerando alguns empregos, mas daí a apreciar seu estilo e achar meritório o que ele faz... sei não. E quanto a Terra Nostra... gostar ou não de novelas da Globo é facultativo, mas não gostar só porque é da Globo me parece um tanto ultrapassado. Coisa do tempo em que ainda havia "camaradas" e em que a emissora representava a "voz do imperialismo ianque".


"Será que, se a sra. estivesse assistindo a sua colega de trabalho ao invés do Edilson Oliveira, a sra. seria tão dura?"...


Acho pouco provável que fizesse isso pois se fosse minha colega significaria que trabalho junto a ela e não seria ético escrever sobre meu próprio trabalho. De qualquer forma, se isto interessa... costumo ser bem crítica em relação ao que eu e meus colegas fazemos. Aqui mesmo, no Fórum do Baguete, recentemente corrigi pequeno mas fundamental equívoco cometido pelo editor desta publicação virtual. Da mesma forma já fui por diversas vezes bastante crítica com a Globo, mesmo, à época, prestando serviços para uma empresa do mesmo Grupo. E finalmente... não existe uma "entidade que baixa" na hora em que escrevo esta coluna. O tom aplicado aqui neste espaço norteia minha postura em qualquer situação, para o bem e para o mal. Meus colegas que o digam.


"Ou, finalizando, não seria mais fácil discutir o sexo dos anjos do que a questão qualidade/demanda? Acho que, a dureza de suas palavras não mudará a opinião das pessoas com relação ao que elas assistem na TV convencional. O problema não está na qualidade dos programas e sim na qualidade do povo"...


Ai, ai, ai, ai!!!!! Tenho que lhe dizer que nunca foi minha intenção mudar a opinião de qualquer pessoa através desta coluna. Jamais sugeri que parassem de ver aquilo que gostam de assistir. Apenas me reservo o direito de não gostar e de externar o que penso. E quanto a este negócio de "qualidade do povo"... o povo adora um pagodinho mas na hora de escolher a música do século fica mesmo com Ary Barroso, Tom Jobim etc. A pergunta é: o povo, via de regra, só vê porcaria por opção ou por que não lhe é dada opção?


Um abraço

“Quais limites? Os seus? Deve ser pois eu... posso ir muito além”.

Tinha uma colega de trabalho impagável. Era tão endiabrada que certa vez nossa chefe perguntou se ela não achava que estaria passando dos limites com suas gracinhas. Ela, espirituosa e rápida como sempre, respondeu: “quais limites? Os seus? Deve ser pois eu... posso ir muito além”.


Lembrei desta história porque vejo que a TV também não tem limites. Quando penso que já conseguimos atingir o estágio mais baixo da cretinice, descubro em um zapping que não. Que eu ainda não havia assistido a Ed Banana, a  quintessência da falta de critérios.


Não acreditava no que assistia. Um sujeito com a cara do Christian, vestido em um terno amarelo e vermelho e chapéu igualmente amarelo. Um autêntico exemplar da cultura brega-country que a emissora diz ser baseado em o Máskara, personagem de Jim Carey.


As atrações vão de dublagens estúpidas a provas de coragem do tipo colocar, de olhos vendados, a mão em caixas com animais “peçonhentes” para advinhar a espécie. O cenário pretende mostrar alguma paradisíaca praia tropical e os assistentes... bem... no coments. Tem até Maria “Fio Maravilha” Alcina, que estava melhor no esquecimento.


Ed Banana é um tal Edilson Oliveira, “descoberto” pela produção de Eliana.


Fui ao site da Record, onde esta pérola é produzida, para ver o que tinham a dizer. Segundo o próprio Ed, a idéia do programa é debochar de tudo: “os atuais apresentadores estão muito sérios e o Ed Banana vai tirar sarro de tudo e de todos. Vou colocar mais alegria na casa dos telespectadores".


Alegria? Aquilo é de uma tristeza profunda. Deboche é outra coisa.


Fico então pensando sobre como pode sobreviver um programa como este. Sobre quem empresta sua cara a esta droga.


Então lembrei do que vejo todo dia no trânsito. Parada no sinal assisto, diariamente, gente em pleno vigor distribuindo filipetas, vestida com roupas esdrúxulas para propagandear algum maravilhoso produto... gente que, para viver sem roubar, está fazendo qualquer negócio.


Somam-se a isto os famosos minutos de “fama” e “glória” e está explicado como um programeco destes consegue alugar a identidade dos que dele participam.


Mas do lado de cá da tela... quem assiste... aí já não entendo. Talvez sejam os mesmos tipos, sei lá.


O fato é que estamos sustentando a estética do “quanto pior, melhor”. E as emissoras, com seus Gugus, Ratinhos, Bananas, Leões e Cia., competem para ver quem vai chegar mais baixo.


Ed Banana, TV Record, de segunda a sexta-feira, sempre por volta das 21 horas.