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- Caetano, qual a importância de um Festival como este? - A resposta a gente só terá depois.

Muito antes de ir ao ar a primeira edição do Festival da Música Brasileira, organizado pela Rede Globo, eu já sabia no que iria dar. Nem as vinhetas das canções eram ainda veiculadas e fui ao site da Globo para ver o que agora está claro: das 48 canções classificadas, quase 75% foi inscrita em Rio ou São. E os jurados... 50% cariocas e 50% paulistas.


Isto significa pasteurização. Mas este não é o maior problema... o chato mesmo é a ruindade. Boa foi a resposta de Caetano à pergunta idiota da repórter:


- Caetano, qual a importância de um Festival como este?
- A resposta a gente só terá depois.


Pois já temos a resposta: pelo que vimos... nenhuma.


Soninha segura a onda


Dei uma olhadela no novo programa da Soninha, RG - Um programa de identidade, na TV Cultura. O programa é de produção precária... mas a ex-VJ da MTV segura a onda. Se não há câmeras suficientes para cortes ágeis e nem entrevistáveis fazendo fila por um minuto de glória. Quem agiliza o andamento é ela mesma, que não deixa o ritmo cair.


Estava pensando outro dia na debandada de VJs da MTV. Pô, os caras saem de lá para programas de orçamentos pequenos, algumas vezes inexpressivos... e saem de lá até para a "geladeira" (vide Casé). A MTV é cheia de charme... o que faz com que este pessoal prefira quase que qualquer coisa a continuar na emissora?


Não vou falar em salários pois não sou da Receita Federal. Além de não ter acesso aos números, se os tivesse não diria. Acho que o problema da MTV é outro. Ocorre que uma aparição do Casé em dois segundos de um programeco qualquer da Globo dá muito mais repercussão que duas horas na MTV, cuja audiência dificilmente ultrapassa 1%, segundo pesquisas do Ibope.


Desta forma, se quase ninguém assistir o programa da Astrid na Band, ela já terá muito mais público que na MTV. O mesmo com Soninha ou qualquer outro que decida sair de lá.


Cara de pau


Vocês já viram uma propaganda do Governo que mostra um paraplégico subindo sentado uma escada, carregando sua cadeira de rodas? A propaganda é a maior vergonha nacional. Os caras do governo querem incentivar a vacinação contra pólio e mostram uma imagem que é o próprio retrato do descaso com o qual são tratados deficientes físicos no país. Ou não seria obrigação do próprio governo (de qualquer nível) fazer ali uma rampa e, desta forma, poupar o cidadão de subir a escadaria com tal dificuldade? Além de incompetente em ações... incompetente em marketing.


O melhor da semana


Cada um com seu mau gosto, diria um amigo inconsolável com minha adoração a David Bowie. Pois para me tirar do marasmo televisivo, o Multishow decidiu passar, no dia 28, às 21h30, um especial com o David Bowie. Pelo que prometem, o especial vai englobar do início da carreira até Hours, seu último álbum (Alex, mesmo CDs são chamados de álbuns?).


E vai ter falação do nem tão moço mas ainda... bem... do artista.


As músicas do especial são: Life on Mars; Rebel; Thursday´s Child; Can´t Help Thinking About Me; China Girl; Seven; Drive in Saturday; e Word on a Wing.


Não me liguem neste dia e hora.

Quando uma atração da emissora se transforma em fonte permanente de pauta para o jornalismo da mesma emissora... as coisas vão mal.

Quando uma atração da emissora se transforma em fonte permanente de pauta para o jornalismo da mesma emissora... as coisas vão mal. Há alguma inversão de valores aí.

Pois é exatamente isto o que acontece com No Limite, programa criado para ver até onde chega a paciência do telespectador brasileiro. No Limite está no Fantástico, no pós-Fantástico, no Jornal Hoje, no Vídeo Show, no Jornal Nacional... Jornal da Globo... ufa!!!

Ok! No último domingo, na grande São Paulo, as "aventuras" propostas pelo programa conquistaram 43 pontos no Ibope. Isto, vezes 80 mil telespectadores, dá 1 milhão 860 mil pessoas assistindo. Ta, e eu com isso?

Tanto "carnaval" em torno do programa faz lembrar aquela mãe que, em dia de festa, diz: "fulaninha, toca piano pras visitas". Nojento!

Mas a gente deveria imaginar o que viria pela frente, já que o programa que "inspirou" No Limite tem o dedinho de Bob Geldolf. Lembram dele? Aquele que teve a idéia de reunir um bando de malas para cantar "We are the World", música mais mala ainda (mesmo que a causa tivesse lá suas qualidades). Pois é... a idéia surgiu da produtora dele.

Este negócio da Globo ficar dizendo "ai como sou lindinha" não é novidade. Sempre foi assim.

Dá para perceber também na campanha de lançamento de Ana Paula Padrão como âncora do Jornal da Globo. Em uma mesma edição do Jornal Nacional eles tiveram a capacidade de fazer matérias sobre No Limite e Jornal da Globo.

Falando nisso, a estréia da moça foi bacana. Descontado o nervosismo inicial, com direito a alguns pequenos tropeços, salvou-se. O pessoal pôs a galera a trabalhar. Num só bloco entraram boletins de Milhomem, Trali e Monforte, mais o comentário de Jabur. Dinâmico foi.

Mas, é claro, houve probleminhas e problemões.

Faltou a Ana Paula um pouco de consistência em seus comentários. Este negócio de "âncora" é complicado pois o cara sentado ali na bancada tem que tecer comentários e, nem sempre, estes comentários são felizes ou acrescentam qualquer coisa à notícia. Mas ela aprende. Burra não é.

Problema maior foi a matéria de Caco Barcellos em Miami. Não que tivesse sido mal feita, ao contrário. Mas não gostei.

Imagine o leitor encrencado com a justiça. Vem a Globo na sua casa (na sua ausência, já que você está foragido) e convence seu síndico a entregar-lhe a chave do apartamento. Entram lá repórter e cinegrafista e registram tudo. Sua adega... suas anotações... suas cuecas...

Ora... não importa se este apartamento é do Lalau... é uma puta invasão de privacidade. E arbitrária. Se a Justiça estiver interessada no que existe dentro do apartamento de Lalau... que através de seus mecanismos adentre o imóvel.

Vivemos tempos de inversão total. Primeiro ruiu o executivo, com Collor e sucessores; depois foi a vez do legislativo, com anões & cia; finalmente veio abaixo a Justiça, com Lalau e sua "turba". Arvorou-se a imprensa então de arauto da dignidade.

Mas está extrapolando. Há muito tempo está extrapolando.

E aí o problema é mais complicado... quem vai denunciar a imprensa? Vai sair na capa de Veja?

Hahaha... só se for desmando de um concorrente.

"Sandy brilha no aniversário de Júnior". Pô eu mato uma irmã assim.

O salão de beleza é o único lugar do mundo em que nos é permitido, sem culpa, ler revistas do tipo Caras ou Chiques & Famosos. Não sei se foi enquanto me entregava à manicure ou ao tinturista que vi uma das manchetes mais cruéis de minha vida (e olha que uma das mais remotas lembranças de minha infância é o velho Correio do Povo sendo jogado na sacada do nosso apartamento).

Estava lá: "Sandy brilha no aniversário de Júnior".

Não bastasse, em geral, ele só fazer coro para a irmã... não fosse suficiente ele estar sobrando naquele videoclipe no qual aparece também o Iglesias pimpolho.... não fosse já ele uma sombra da adolescente mais docinho do país... agora decidiram sacanear o aniversário do cara.

Isto não se faz! Depois o menino vira um Michael Jackson e cai todo mundo em cima...

Fico impressionada com o que é feito com crianças neste universo televisivo. O mundo se mobiliza pra conter o uso de mão de obra infantil nas fábricas do Timor... nas minas de carvão... na colheita de cana... mas pululam na telinha programas que são verdadeiros atentados contra a infância.

O tal de Gente Inocente, por exemplo. Eu não consigo ver crianças ali. Parece um bando de ventríloquos. Se eu tivesse um filho daqueles...

Costumo dizer que a programação infantil é cuidadosamente elaborada para formar o telespectador de amanhã. A criança começa assistindo Teletubbies... passa para Pokemón... adere a Angélica... vira fã de Malhação...

Quando vê... a criatura está vidrada no Caldeirão do Luciano Huck e daí a fazer parte do público cativo de Faustão, "Seo" Sílvio, Ratinho & Cia. é um pulo.

O pior é que a única maneira de você não ter um filho assim é... não ter filhos. Não ter TV não resolve. Sempre vai ter um coleguinha traficante desta droga.

Isto é que é Criança Esperança...

Adeus TV

One Night of Too Many


 Honey
please turn off the tv
I want to talk
I want to be free
I need to hear my own voice
I need to make a different choice.


Iris Denyse Arsenault



 


Adolescentes são seres facilmente irritáveis e quando eu pertencia a esta classe não era diferente. Algo, contudo, conseguia fazer com que eu me transtornasse ainda mais. Bastava alguém mandar que eu me calasse para dar voz à TV que o tempo virava.


Jamais entendi a supremacia da TV sobre a voz humana. Não via uma razão sequer que justificasse ser a eletrônica mais importante do que o mais reles de meus comentários.


Hoje continuo não concordando com isso... mas entendo. Quanto mais assisto TV, mais entendo esta lógica.


Ver TV é como tirar férias de nós mesmos. É o vazio total. A completa ausência de sentido.


Diante da telinha o tempo passa, deixando nossa vida congelada. Naquele momento pouco importa o trabalho acumulado, o dinheiro escasso e o tesão raro.


Fica tudo em stand by. Como a beleza de Vera Fischer.


Ainda que muito se especule em as pesquisas, teses de mestrado e doutorado, acredito que é nisso em que apostam os nossos queridos produtores: tanto faz o que vai ao ar... muitos verão. E 1% do total de telespectadores, creiam, é muita coisa. Não fosse assim não existiriam tantas emissoras abertas ou pagas.


Querem exemplo disso? Vamos a um bem recente...


Quando narrava o gol sofrido pela seleção brasileira em partida contra o Uruguai, Galvão Bueno, sempre ele, destacou falha de Aldair. No dia seguinte, apesar de todos concordarem que a seleção jogou mal, muitos repetiram que foi falha do Aldair.


Ora, ora... se pegarmos a imagem que enquadra Aldair e o uruguaio, fica claro ele levou um baile. Mas quando a câmera abre... a gente vê que Aldair, bem ou mal, era nosso único defensor na área naquele instante. Logo... Aldair era o único que estava no lugar em que deveria estar. Os demais é que falharam.


Considerando que isto sempre acontece com Bueno e que ele permanece imutável em seu posto de narrador oficial do esporte brasileiro... está comprovado que tanto faz o que ele ou qualquer um disser na TV.


É por isso que, como a TV, esta coluna não faz qualquer sentido. Não posso, por convicção, analisar a televisão sob o ponto de vista artístico, visto que é indústria.


Não devo analisar a televisão brasileira sob uma ótica mercadológica pois não tenho em mãos dados para isso. Além de ser algo que julgo ser de interesse restrito.


Sequer seguir em ritmo de deboche me parece viável, visto que a própria TV já é fruto do trabalho de um bando de gente muito bem paga para debochar da nossa cara.


Sou uma vítima da TV brasileira e, como ela, estou sem rumo... chata e entediante. Boring, diriam nossos irmãos americanos.


Salvo nosso editor concordar - e em comum acordo acharmos um novo tema para eu escrever – este será meu último texto por aqui.


Não sei se para vocês será... mas para mim é lastimável.


Inté.


E uma última dica. Visite o site “Mate sua televisão”.

O que leva seus personagens a sempre colocarem um possessivo antes ou após cada substantivo?

Ao final de Terra Nostra libero uma pergunta que esteve sempre em minha cabeça nestes meses todos. O que leva seus personagens a sempre colocarem um possessivo antes ou após cada substantivo?


Em Terra Nostra não existe amor, não existe marido e não existe mulher. É sempre “amore mio”, “minha mulher”, “meu esposo”.


Não existe sequer filho ou pai... em português ou em italiano, é sempre “filho meu”, “Sr. meu pai”. E isto ocorre tanto com os personagens brasileiros quanto com os imigrantes, de forma que não se trata de um efeito “sole mio”.


Diante disso, leitores meus, começa aqui a coluna minha.


Por sugestão do editor meu, Gilnei, e em comemoração a centésima coluna minha, o leitor que enviar a melhor resposta a este questão vai ganhar de prêmio a antológica Telefunken que inspirou minha primeira coluna, intitulada Verde e Rosa Valvulado.


Escrevam justificando o possessivo usado em Terra Nostra e concorram a este maravilhoso e inestimável brinde.


E para continuar no ritmo Nico Fidenco... não se pode dizer que a ítalo-novela, agora em seus últimos capítulos,  não tenha inovado. Seja premeditadamente ou não, inovou sim.


Nunca vi uma novela com torcida tão contrária ao casal de protagonistas. Não há pessoa que eu fale que torça pelo final feliz de Matteo e Giuliana. Todos querem que a moçoila acabe nos braços de Marco Antonio. De mães a tias, de diaristas a balconistas, taxistas... unanimidade.


Deve ser por conta do carisma de Thiago Lacerda, o mais legítimo herdeiro de Tarcísio Meira. Melhor até que Tarcisinho. Quando Thiagão recebeu a sinopse estava escrito que seria um imigrante bronco. Aí ele esqueceu de imprimir um pouco de ternura em seu personagem (ou não conseguiu). Ficou só nisso.


Pior que Matteo só o que a Sony vem fazendo com seus telespectadores. Mudou a grade de programação, começou a reprisar episódios de seus seriados top e a gente nunca sabe o que vai passar. Ficamos esperando para ver um seriado e quando ele inicia... bomba... as cenas são se duas temporadas passadas.


Perdi completamente a paciência. Tudo bem que estejamos abaixo da linha do Equador... mas ainda somos consumidores. Empobrecidos, é evidente, “pero” consumidores.


E para quem reclama da programação de domingo, uma dica. Assista na Cultura, às 19 horas, Projeto Atlântico. Nelson Motta e Eugênia de Mello e Castro juntam um artista brasileiro com um português e mandam ver no papinho. De quebra umas cantorias legais.


Neste domingo, dia 28, tem Maria Bethânia e António Alçada Baptista, no próximo domingo, dia 04, é a vez de Edu Lobo e Sérgio Godinho. 


Melhor que show de calouros e pegadinhas.


Inté.

Nas últimas duas semanas recebi a mesma mensagem (span???) umas cinco vezes.

Nas últimas duas semanas recebi a mesma mensagem (span???) umas cinco vezes. Dizia ela, em seu primeiro parágrafo (e depois de lê-lo recusei-me a prosseguir), que “um deputado baiano (só podia ser baiano)”... estaria propondo lei que impediria ou dificultaria a investigação de casos de corrupção na esfera pública.


Aos cinco remetentes enviei a mesma resposta... que algo tão politicamente incorreto - apesar de não gostar da expressão – dispensava.


É impressionante como somos capazes de repetir preconceitos. Eu quase estava escrevendo que repetimos preconceitos sem pensar, o que seria redundância pois qualquer pessoa que pense jamais será racista, misógina, homofóbica, anti-sionista ou anti seja lá o que for.


Coincidência ou fruto de uma atenção maior ao caso, na mesma semana vi, no programa Mais Você, a Ana Maria e seu partner Louro José em mais uma sessão de charadinhas. Uma delas perguntava: “o que é preto mas vale mais do que branco”? Ora... por mais que a resposta fosse o chopp preto, causou-me certo constrangimento a brincadeira.


Talvez no mesmo dia, em Terra Nostra, Gumercindo (Antônio Fagundes) diz querer sentir-se orgulhoso do recém descoberto filho. “Negrinho mas doutor”, disse.


Semanas antes a mesma Globo coloca no ar uma entrevista com a tia de um jogador, negro, que declara ser o rapaz “pretinho mas bem bonitinho” (algo assim). Não estranhei que a própria tia, também negra, tivesse esta visão distorcida já que ela está em nossas piadas, na televisão, na internet e o que é pior... incrustado no inconsciente de parcela significativa da população.


Algo está errado, muito errado quando há sem um mas, espécie de “apesar de”, em todas estas frases.


Sou chata com isso. Sou uma espécie de patrulheira do racismo. Minha melhor ação, lembro bem, foi levada a termo há mais ou menos um ano. 


Estava em um táxi quando paramos em um sinal e, no carro ao lado, um casal formado por homem preto e mulher branca, se beijava. O motorista de táxi soltou uma piada horrorosa qualquer e então eu disse: “qual o problema. Meu marido é negro”.


Foi uma boa mentira. Tenho certeza que este cidadão poderá até pensar... mas nunca mais externará tamanha asneira.


Lorena Calábria aporta no Multishow



A jornalista e apresentadora Lorena Calábria, a partir de junho, comanda dois novos programas no Multishow. Os programas são Bate-Papo Digital e Ensaio Geral, ambos prometem entrevistas com personalidades do país e participação da audiência através da internet. O primeiro a entrar no ar é Bate-Papo Digital, a ser lançado em 5 de junho, às 23 horas. O programa terá entrevistas com personalidades, falando sobre as influências que seus trabalhos tiveram de outras formas de artes.


As entrevistas terão a linguagem de um chat. Sempre que um assunto despertar muita curiosidade poderá ser ilustrado como se fosse um web site aberto e alguém tivesse clicado naquele link. Bate-Papo Digital promete ser o primeiro programa convergente da TV / WEB no Brasil.


As entrevistas serão acompanhadas por uma web cam para que os internautas possam assisti-las na rede em tempo real. Quem estiver conectado na internet poderá ver cenas dos bastidores. Todo o material poderá ser usado, posteriormente, na edição do programa.


Ensaio Geral, que estréia no dia 28 de junho, às 21h30, terá uma hora de música brasileira com a mistura de apresentações musicais, bate-papo, videoclipes e informações sobre o universo musical.


O programa terá diversos quadros que se intercalam com as entrevistas:


*         BRAZIL COM Z – Notícias internacionais sobre música brasileira.


*         DICIONÁRIO - Palavras ou expressões curiosas tiradas de letras de música. 


*         PERDIDOS NO ESPAÇO – Resgate de músicas e de artistas que sumiram da cena ou já morreram.


*         NA TRILHA – Como e por quem foi feita a trilha sonora de filmes, comerciais ou programas de TV.


*         BASTIDORES DA INDÚSTRIA – Assuntos do show biz: gravadoras, mídia, produção de shows, marketing. 


*         DA BANDA – Apresentação de um músico que toca com um artista famoso. 


*         SITE MUSICAL – Lorena Calábria navegará por sites de música brasileira ou de um artista ligado a MPB; 


*         DEU NO MULTISHOW – Seleção do arquivo do canal ligado à MPB: uma matéria, um trecho de show, um making of, um videoclipe novo;


*         AQUELE VÍDEO – Videoclipe do acervo Multishow escolhido pelo assinante;


*         NAS LOJAS – Comentário sobre os últimos lançamentos de álbuns nacionais. Poderão ser comentados também livros e vídeos que estejam ligados a música brasileira;


*         ENQUETE DA SEMANA – Sempre com questões relacionadas com a música para o assinante testar sua cultura musical. A resposta sai no programa seguinte; e, 


*         HORA DO BIS – O entrevistado escolhe um trecho de um show de sua preferência que faça parte do arquivo exclusivo do Multishow . Poderão também ser exibidos videoclipes musicais do acervo do canal.


Pátria de raquetes?


Eu e Otávio, do Comando de Ataque, bancávamos outro dia as tias velhas. Lamentávamos os tempos em que transmissões de tênis eram especialidade da Rede Manchete.


Isto mesmo, jovens leitores, por paradoxal que pareça, quando não tínhamos nenhum top-ten os grandes torneios eram transmitidos para todos, sem distinção. Agora que o esporte se “populariza”... (hehehe)só é transmitido pelas emissoras pagas.


Deste jeito fica difícil o país se transformar na “pátria de raquete” estampada na matéria de capa da edição do dia 28/05 de Veja.


Gosto de tênis, e dou minhas raquetadas, desde os tempos em que a maior polêmica (excetuando a presença de Reneé Richards nos torneios) era o uso do top-spin. Acostumados ao chapado estilo australiano, os tenistas mais conservadores não aprovavam a aplicação de batidas que provocassem efeito na trajetória da bola. Priscas eras... tempos em que empunhar a raquete com as duas mãos era igualmente tido como deselegante.


Mas apesar de lamentar a ausência do tênis da programação aberta, o que efetivamente contribuiria para um aumento significativo de torneios de gabarito, entendo os motivos. Com partidas que podem durar até 3, 4 ou mais horas, não há fôlego para uma transmissão. É possível até que, como ocorreu no vôlei, alguém em breve proponha mudanças nas regras de pontuação, encurtando os embates (o tie-braker em todos os sets já é um passo para isso. Mesmo assim cada game ainda pode durar muito).


Desta forma tenho assistido os jogos, ou parte deles, na ESPN. Os comentários têm sido, em geral, legais. É claro que pérolas como “perder o primeiro set numa melhor de cincos não é tão grave quanto perder o primeiro set numa melhor de três” são desnecessárias. Mas isto é nada se comparado ao que teríamos que ouvir do especialista em todos os esportes, Sr. Galvão Bueno.

Se o mineiro, diria Nélson Rodrigues, só é solidário no câncer... o brasileiro só é solidário na vitória.

Se o mineiro, diria Nélson Rodrigues, só é solidário no câncer... o brasileiro só é solidário na vitória. No início do ano os jornais do país estampavam manchetes do tipo "Guga fracassa". Hoje, novamente campeão em Roland Garros, o garotão de Santa Catarina é o "Brasil vitorioso".


Jamais esquecerei uma vitória de Joaquim Cruz em Olímpiadas da década de 80. Era dia das mães e um repórter se aproximou esperando que o corredor fizesse sua homenagem à data. Nada sutil perguntou: "a quem você dedica esta vitória, Joaquim"? Ao que ele respondeu: "a mim. Eu que batalhei sem apoio algum" (era algo assim).


Bem fez ele e felizmente tive a oportunidade de, anos depois, cumprimentá-lo por esta resposta.


É fácil ter torcida no sucesso. É mole patrocinar um atleta pronto.


Ontem foi sábado e a noite de Paris fervilhava. Enquanto a gurizada dançava enlouquecida em algum clube... Guga dormia em um quarto de hotel. Se é que conseguia dormir.


Esta vitória não é do Brasil, não é de Florianópolis e muito menos minha.


Pode ser dos Kuerten... seguramente é um tanto de Larry... mas é sobretudo de Guga.


Só dele.


Parabéns a ele e à Rede Record. Que ganhada!!!

Vocês lembram do outrora reconhecido como um dos homens mais elegantes do país?

Vocês lembram do outrora reconhecido como um dos homens mais elegantes do país? Era comum ouvirmos, até preconceituosamente, que “Jô consegue ser elegante mesmo gordo”.


Pois é... cadê este homem? Logo após sua estréia na Globo o entrevistador desfilou uma série de combinações pra lá de inusitadas. Algo no gênero casaco listrado + camisa xadrez + gravata de bolinha (ou qualquer variação possível destes elementos).


Talvez alertado sobre o efeito que tais modelitos estariam ganhando na telinha, deu uma nova guinada e agora parece estar fiel aos paletós de veludo (ou tecido da família) em cores, no mínimo, “mudernas”. Vermelho... verde... um horror. Sabem aqueles terninhos de pajem, aqueles meninos que carregam alianças em casamento?


E tudo sobre a supervisão de Julio Rego. Anotem o nome do figurinista.


Propagandas... humpft


Aqui em Curitiba rola uma propaganda que me irrita demais. Tudo começa em uma fila. Diversos homens estão ali e começa um papinho que deixa claro o objetivo da galera... arrumar emprego. “Dizem que aqui é o melhor lugar para conseguir emprego”, comenta um. Ok. Ao final do anúncio, e da fila, eles chegam numa banca de revistas e compram exemplar do jornal de maior circulação no Paraná. Entra então uma voz em off dizendo que são os únicos classificados que garantem resposta ao seu anúncio de oferta de emprego.


HAHAHAHAHAHAHA!!!! Do jeito que estão as coisas se eu pendurar anúncio no poste de uma rua com pouco tráfego vai chover neguinho em minha porta. Quero ver o contrário. Um desempregado colocar anúncio e encontrar empresa interessada. A agência que fez este anúncio vai ganhar o Leão este ano.


Cabo de guerra


As operadoras de TV por assinatura estão na maior guerra. Promoção de um lado e de outro. Todas investindo um monte em campanhas de fidelização do cliente.


De minha parte quero saber duas coisas: quando os canais vão respeitar o público e parar de alterar a grade, reprisando episódios dos seriados sem aviso, e quando a Internet será disponibilizada no meu bairro.


Fora isso... me poupem de tanta correspondência.


Globo x Ibope


Os grandes jornais e revistas do país estão radiantes. SBT e Record têm veiculado páginas e páginas de anúncios comemorando as surras que têm dado na Globo. No caso da Record foi algo bem pontual, a final de Roland Garros. O mesmo não se pode dizer do SBT, que vem ganhando da concorrente em vários e disputadíssimos horários.


A Globo vem apanhando durante a transmissão total ou parcial de Muvuca, Casseta & Planeta, Linha Direta, Sai de Baixo e até Faustão, entre outros...


É fácil conjecturar sobre tudo isso.


Em primeiríssimo lugar temos o advento do controle remoto. Há que se considerar ainda que boa parcela do público da Globo (tradicionalmente “mais qualificado”) migrou para a TV por assinatura e Internet, o que não há de ser um grande problema para o Grupo já que está com os dois pés muito bem fincados em ambas.


Mas eu estou vibrando com isso. Quero mais é que a guerra continue.


É claro que a tendência neste embate está longe de ser a melhoria dos programas... o que me alegra nisso tudo são os anúncios em jornais e revistas, meus históricos patrões.


Com um dinheirinho a mais talvez eles parem com os cortes de pessoal

Instituto Baguete de Pesquisa e Estatística foi ao site da Globo e comprova: cariocas e paulistas mandam na MPB.

O IBPE, Instituto Baguete de Pesquisa e Estatística, visitou o site da Rede Globo nesta semana para conferir as origens dos compositores classificados para o Festival da Música Brasileira e comprova: cariocas e paulistas mandam na MPB.


Gostaram desta, gaúchos, baianos etc???


É claro que o atual domícilio dos compositores não necessariamente corresponde ao local de nascimento. Mas mesmo com uma margem de erro elástica... está comprovado o que todos já sabemos: a estética do eixo RJ-SP domina mesmo.


Considerando um universo de 48 canções classificadas, a divisão por estados é a seguinte (em percentuais):




Já a distribuição por regiões ficou assim:




E finalmente, a origem dos 12 jurados que selecionaram as músicas (com endereços em RJ e SP):




Posso ser acusada de manipuladora de dados... mas a diferença é bem gritante. Sequer pode ser usado o argumento de densidade demográfica, expressivamente maior no Sudeste. Se assim fosse a região Sul deveria contar com mais classificados que Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Note-se que PR, SC e RS não contam com qualquer selecionado.


Mas é claro que tudo isso não passa de uma grande coincidência.


Novela nova na área


Com patrocínio de Tele-qualquer-coisa... está no ar... Laços de Família.  A única novela que não coloca as ligações familiares por um fio pois cada personagem recebeu um celular que elimina arcaica conexão.


No primeiro capítulo um acidente. Helena (Vera Fischer), distraída falando em seu aparelhinho, abalroa o veículo de Edu (Reynaldo Gianecchini). Apressadamente alguns críticos falaram no valor didático da novela, que estaria desestimulando o uso do celular ao volante.


Falta de sensibilidade e perspicácia desta gente... primeiro que metade do país até toparia um acidente leve para ter acesso a Vera Fischer. A outra metade toparia para ter acesso ao Gianecchini. E “dopo”...ops... Terra Nostra acabou... tá pensando que eles abandonariam a prática de tagarelar no trânsito? Que nada! Segue o baile.


E vejam só que disputa teremos... Toni Ramos x Reynaldo Gianecchini. É claro que a maturidade, ainda que obesa, vai vencer. Ramos, peludo e gorducho, versus Reynaldo, sarado e macio. Mas Deus é sábio e compensa. Não seria justo se ainda por cima colocasse talento no garotão


Tudo isso é bobagem. Gostei dos primeiros capítulos. Uma pena que a gente já sabe onde isto tudo vai dar... um início bacaninha, seguido por um desenrolar na linha encher lingüiça e um final débil.


Mas pelo menos temos uma inclusão na novela. Nada mais moderno que isto. As escolas estão juntando “excluídos” e “normais”. A novela também. Bacana este negócio de colocar o Flávio Silvino em cena. Se não for profilático para ele será para o público.


Concurso Telemania


Há duas semanas propus um sorteio aqui em Telemania. Quem enviasse a melhor explicação para tantos pronomes possessivos em Terra Nostra (filho meu... minha mulher... amore mio...) levaria de brinde o antológico aparelho Telefunken que me acompanha há 24 anos (veja foto).


Informo a todos que o cansado aparelho terá um final glorioso. Como não houve qualquer inscrição em meu concurso... doei a TV para uma escola aqui de Curitiba. Não creio que terá grande utilidade por lá... mas se as crianças da Educação Infantil a desmontarem já estarei satisfeita.


Aguardem novas promoções. Ainda tenho muitas tranqueiras aqui em casa. A saber:



  • Uma máquina de escrever Olympia/194...
  • Coleção completa das revistas Imprensa, Cinemin e Cinemania
  • Coleção completa do Pink Floyd, Led Zepelin, Neil Young, Uriah Heep, Focus e Genesis (em vinil)
  • 22 fotografias da festa de despedida dos bondes em Porto Alegre
  • Uma foto autografada do Brizola
  • Uma caixa de LetraSet em bom estado de conservação
  • Um jogo de 24 canetas nankin
  • E muito mais...

 Como vocês podem perceber. Tudo muito útil.


Tchau.

Ao surgimento de cada nova tecnologia advém teorias catastróficas sobre o destino do que já está estabelecido.

Ao surgimento de cada nova tecnologia advém teorias catastróficas sobre o destino do que já está estabelecido. As tecnologias de informação costumam ser recordistas nestas discussões.


Foi assim no surgimento do rádio, do cinema, da televisão, do videocassete doméstico e, agora, da Internet.


Acompanhando artigos e entrevistas sobre o assunto noto uma grande diferença nos sentimentos que envolvem este e que envolveram outros embates. Se quando surgiu a televisão havia o temor que acabasse com o rádio e se ao surgimento do vídeo seguiu-se um verdadeiro pavor de que pudesse acabar com o cinema, não percebo qualquer receio generalizado sobre a possibilidade da Internet acabar com a televisão.


Primeiro porque a televisão não acabará. É possível que migre do aparelho receptor tradicional para as telas dos micros, muito embora eu acredite que, com os novos aparelhinhos que se acoplam à TV tradicional, será mais fácil internautas migrarem dos micros para ela.


Desta forma, no micro, na TV ou no equipamento que se sabe lá inventarão, a televisão não acabará. Mas mudará muito?


Com certeza sim. A começar pelas legislações vigentes.


Uma grande mudança, decorrência do mundo pós-TV-por-assinatura, é a internacionalização do que assistimos e do que assistiremos. Enquanto as leis que regem a comunicação tradicional no país ainda não permitem, ao menos não abertamente, investimentos estrangeiros... o que vemos no mundo virtual é uma sucessão de aquisições de provedores locais por empresas internacionais que passam a desenvolver aqui atividades antes restritas a empresários brasileiros, sobretudo o jornalismo.


Quer dizer... o sr. Ted Turner, dono da CNN, não pode montar uma emissora de TV no Brasil mas pode manter um portal com jornalismo. Isto já é uma mudança e tanto.


Outra mudança imediata que percebo, e esta diz respeito a mim e a meus pares, é a regulamentação da profissão de jornalista. Questão de honra há até bem pouco tempo, o discurso que defende a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão tornou-se a coisa mais obsoleta e absurda do mundo.


Pensem bem... se o sindicato da categoria, outra instituição obsoleta, não conseguiu até hoje fiscalizar o jornal que fica na esquina... imaginem se conseguirá ter atuação no mundo do cyber-news? Quá, quá, quá!!!! 


Disse isso noite destas a universitários para os quais fui convidada a palestrar e um dos professores, sindicalista profissional, quase me bateu.


Temos então duas leis que precisam de imediata análise.


Fora isso, há também a questão da forma como a nova TV se apresentará. A mim parece inevitável que aumente a interatividade e as opções do telespectador (será ainda este o nome que receberá a assistência?). Além de escolher quando assistir este ou aquele programa, tal como boa parte dos clippings de notícias que andam por aí, poderemos escolher os assuntos que receberemos.


Isto significa que o Fantástico não acabará (acho que só a hecatombe poria fim naquilo), mas o veremos, ou não, quando quisermos e só os quadros que quisermos.


Basicamente esta será a grande diferença, a considerar os rumos que a questão vem tomando.


Isto me faz voltar a um assunto que já abordei neste espaço há mais de um ano. É impressionante como a tecnologia avança em proporção infinitamente superior às ciências humanas e que a própria arte. Não que TV seja arte, não me entendam mal... mas é feita majoritariamente por profissionais de formação humanística.


Recentemente entrevistei o professor francês Henri Dou, PhD em gestão do conhecimento, que se mostrava muito preocupado com esta realidade. Disse ele neste nosso contato, que o mundo vai ter que se dedicar um pouco mais ao conhecimento humano sob pena de ser devorado pela tecnologia. E olha que ele vive dela.


Infelizmente o que ele pensa não ganha relevância se considerarmos que é um francês, povo com vasta tradição em pensamento mas que há muito deixou de ser uma voz com alcance mundial. Pode até estar certo mas isto pouco importará em uma ordem mundial que relega filosofia e ciências afins a um plano ínfimo.


Desta forma, seja como for a futura televisão, será a mesma droga. Basta pensarmos que os meios de transmissão e os equipamentos de produção estarão sempre cada vez mais rápidos... enquanto nós, os humanos que pilotamos tudo isso, pouco avançamos em termos físicos e culturais.


Quero dizer... neguinho que se ferre pra suprir 24 horas, meses e anos de transmissão ininterrupta para esta indústria. E neguinho que se ferre ainda mais para receber a porcaria que resulta desta loucura toda.


É possível que esta até seja outra causa para a já citada falta de paixão que cerca as discussões sobre a possibilidade da TV acabar. Além de isto não ser plausível... do jeito apressado e descuidado como é feita, quem se importaria?