Este papinho de que a natureza é mãe não me convence. Por vezes é madrasta. E daquelas bem perversas. Sabe aquela mulher de voz maviosa, gestos generosos e olhar angelical que no decorrer da trama vira um exú? Pois é assim que hoje eu vejo a natureza aqui pro meu lado. Estou quase acreditando que Charton Heston estava certo e que a venda de armas deve ser liberada.
Veja bem...
Há quase dois meses terminamos de construir uma casa num paraíso urbano. Um vasto terreno com muitas árvores e gramados aos quais chamo de "pradarias". No início, como que para nos recepcionar, acordávamos com tucanos, pica-paus e bandos de pequenos papagaios (caturritas para os gaúchos). Um desfile multicolorido de aves até então para mim inimagináveis. Mas durou pouco.
Estas aves até aparecem ainda. Menos e mais cedo, de forma que não as vejo com a frequência desejada. No lugar delas vieram, dia e noite, a qualquer horário, os quero-quero.
Céus!!!! As ONGs que me perdoem, os ornitólogos que me poupem de seus argumentos, mas não existe nada mais chato que estes Vanellus chilensis.
Eu quero dormir e eles não deixam. Gritam e cantam ininterruptamente. É muita alegria para um ser sorumbático feito eu. E, para piorar, meu cachorro se estressa e late o tempo inteiro por conta destas praguinhas que em levantamentos das espécies têm sua possível extinção apontada como "pouco preocupante".
Opa... pouco preocupante? Quer dizer que se proliferam como os cangurus na Austrália? Hummm... tá liberada a caça?