Tarde de chuva e frio. Um pouco de nostalgia. Ligo a TV para ver Internacional x Corínthians. Lá está ele... Galvão Bueno, que "buenamente" diz: "temos aqui conosco Deise Nunes... uma mulher muito bonita, mas muito inteligente".
A palavra "mas", se o Senhor Galvão Bueno não sabe, exprime oposição ou restrição. Em distintas situações equivale a "porém", "todavia", "entretanto" e "contudo". Estaria ele, ao formular sua brilhante frase, tentando dizer que mulheres bonitas são burras? E que Deise é uma exceção?
Pobre Deise. Tantas provações para ter que um dia ouvir uma coisa destas. A TV é um fantástico veículo para perpetuar estereótipos mesmo.
Melhor tentar ver Roberto D'Ávila em "Conexão" (Domingo, 21 horas, TV Cultura). Nostalgia por nostalgia... D'Ávila jamais apresentará Luiz Fernando Veríssimo como "um homem muito gordo, mas inteligente".
Gostaria que tivessem aprofundado o tema FHC. LFV é praticamente a única voz discordante na mídia nacional, impregnada de uma unanimidade absurda em torno da política econômica brasileira. Mas tudo bem, para alguém os assuntos abordados devem ter constituído novidade.
E já que entrei no tema política... o horário eleitoral tem mostrado uma disparidade sem precedentes na história brasileira. Nunca o nível de produção dos programas foi tão distante um do outro. Há um abismo entre eles. E me refiro apenas a aspectos relacionados a qualidade de imagem, edição, locações etc. Nem entro no campo das idéias.
Curiosamente os programas mais caros são justamente os de candidatos que hoje ocupam cargos públicos ou que estão ligados a partidos que em seus estados ocupam o poder. Qual motivo faz com que sempre consigam mais recursos? Não respondam, por favor.
E explodiram um Planet Hollywood. Taí um filme legal... saem Exterminador do Futuro, Rambo e Duro de Matar à caça dos terroristas. Recorde de bilheteria.
Quanta vilania!!! Turn off.