A casa ali ao fundo é onde moro. E a quadra em primeiro plano fica bem na diagonal e poucos metros as separam. Poucos metros, 8 meses, 80 sessões de fisioterapia e uma aplicação de PRP.
Mas estou boa. Tenho todos os movimentos do cotovelo, coisa inimaginável há pouco. O exame clínico, o mais eficiente para detectar tennis elbow (epicondilite lateral), deu ok. Sem que o médico pedisse, e precavida que sou, fiz uma ultrassonografia que nada apontou. Zerada.
Mas o cotovelo ainda dói e, segundo o médico, é uma tal de memória da dor. E mandou eu fazer fortalecimento muscular e voltar a jogar de uma vez. Retomei o personal e marquei o instrutor. Vai ser amanhã minha volta às quadras.
E pasmem? Está doendo o cotovelo. Doendo sem perda de movimentos, sem perda de força, sem perda de nada. Só doendo.
Ok. Enlouqueci. "Medrei". A idéia de dar meu primeiro golpe e a dor real voltar me apavora. Mas me apavora ao ponto de eu me boicotar a fazer o que mais gosto. Tudo de novo, dor e tratamentos, seria (será?) de matar.
Resiliência tem limite.
Nada jamais continua. Tudo vai recomeçar! E sem nenhuma lembrança das outras vezes perdidas, atiro a rosa do sonho nas tuas mãos distraídas
Mário Quintana