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De onde vim

A quem acha que sou resmungona e que me atenho demais aos pequenos dissabores cotidianos, registro aqui texto publicado por meu pai. Definitivamente a fruta pode rolar pra longe do pé, mas que ela cai pertinho dele, lá isso cai.



57 mensagens


 


Como faço todos os dias, sábado último, às 9 horas da manhã, liguei o computador para ver as mensagens enviadas por parentes e amigos. E por eventuais devedores, por supuesto.  Adoro receber mensagens dizendo: “Depositei no banco aquele dinheiro...” 


 


Clicando “caixa de entrada”, notei que havia 57 chasques à minha disposição, 54 deles em inglês.   E pensei: “Graças a Deus meus conhecimentos em inglês são limitados...”.  Aos meus amigos não muito ligados ao inglês eu gostaria de dizer: “Que bom que vocês não dominam a língua.  Assim, estão livres de toda essa porcaria”.


 


Peguei papel e caneta e fiz minha estatística, apurando que as mensagens diziam:




  • como aumentar o prazer sexual -15


  • como aumentar o tamanho de determinada parte do corpo - 11


  • recados em inglês de difícil compreensão - 8


  • oferta de relógios Rolex falsificados - 6


  • oferta de Viagra e pílulas semelhantes - 5


  • como ganhar dinheiro e administrar orçamento - 4


  • como emagrecer dormindo - 3


  • como parar de fumar - 2


  • oferta de diplomas universitários - 1


  • recado em espanhol elogiando Hugo Chavez - 1


  • fotos da namorada do senador (peladinha) - 1

Anotei tudo e fiquei pensando: “O que devo fazer para não receber mais todos estes chasques, particularmente os escritos em inglês?”.  Talvez eu possa programar meu computador para rejeitar mensagens que tenham as letras K, W e Y.  Como eles  não aceitam o nosso Ç, nós poderíamos rejeitar o ipissilone e o dobrevê deles. Vou falar hoje mesmo com meu técnico em informática.  Com isto eu me livraria dos recados vindos do Grande Irmão do Norte.


 


Mas não dá... Logo agora que o K, o W e o Y estão voltando para o nosso alfabeto?  E sem o Y eu não poderia falar com a Cybertech...  Temos que aprender a conviver com essas letras.   E tirar delas a maior proveito possível. 


 


Como disseram algumas de nossas mais altas autoridades: “Se o estupro é inevitável, relaxe e aproveite”.


 


Victor Hugo Ribeiro (ou Boleslau Chispa)