Acontece aqui em Curitiba uma nova edição da Casa Cor Paraná. O evento, claro, conta com uma assessoria de imprensa. Das mais conhecidas da cidade, registre-se. Fui procurada por um arquiteto para fazer assessoria da sua participação na mostra mas ele ressaltou que todo texto que eu produzisse deveria passar pelo crivo da empresa em questão. Entendo que isso se faça necessário pois meu trabalho envolveria o nome da Casa Cor. Contudo, sem paciência para aprovar texto junto ao cliente, ao parceiro do cliente e ainda junto ao fornecedor do parceiro do cliente... declinei do honroso convite. Ainda assim fui então olhar os releases preparados para o evento quando me deparei com o seguinte fato: a assessoria, além de ter a conta do evento, tem ainda a conta de pelo menos cinco escritórios ou empresas que participam da Casa Cor, como expositores ou patrocinadores. Não vou aqui insinuar que esta empresa de comunicação tudo fará para que apenas seus clientes saiam na mídia. Este é o tipo de elocubração que deixo para meu inteligente leitor fazer ou não. Mas vou dizer, sim, que não é o comportamento mais insuspeito do mundo. Deixa margem a questionamentos, sim. Se eu não posso trabalhar livremente o ambiente deste ou daquele arquiteto ou decorador, precisando do "aceite" da assessoria central, o que me garante isenção e o equilíbrio na divulgação de todos os participantes da mostra? Se eles não confiam em mim... porque devo confiar cegamente neles? Até quero crer que isenção e equanimidade existam, mas tenho o direito de duvidar. Não poderia se o único cliente da empresa fosse a própria Casa Cor. O ideal seria que as coisas funcionassem como em concursos da Nestlé, dos quais parentes de funcionários em até determinado grau não podem participar dos sorteios. No caso específico, empresas expositoras não seriam clientes da mesma empresa contratada pela organização da mostra, grosso modo. Transparência total. Aí sim eu não poderia imaginar nadica de nada.
O mundo, ah o mundo!
Pode uma mesma agência divulgar o evento e meia dúzia de seus expositores? E aos demais, só resta confiar que não haverá favorecimento?