Alfonso Arau teria escolhido Rodrigo Santoro para estrelar o filme que dirigirá sobre a vida de Carlos Gardel. Segundo órgão de imprensa argentino, a indignação é grande por lá. Quem não lembra a histeria coletiva dos argentinos quando Madonna tomou Buenos Aires para viver Evita no filme de Allan Parker? Lá vem tudo novamente. E sem razão alguma. Aos fatos!
Em primeiro lugar Alfonso Arau, diretor mexicano do já clássico "Como Água Para Chocolate", tem o direito de decidir todos os aspectos técnicos e criativos do seu filme. Se optar por um brasileiro, argentino, americano, inglês, italiano ou o que for... problemas e méritos dele. Se os argentinos querem tanto um ator argentino que levantem dinheiro e façam um filme do jeitinho que quiserem que ninguém vai se meter. Se Arau quer Shakira, Rodrigo Santoro, Paz Vega, Jordi Mollá etc... o filme é dele e pronto.
Em primeiro lugar Alfonso Arau, diretor mexicano do já clássico "Como Água Para Chocolate", tem o direito de decidir todos os aspectos técnicos e criativos do seu filme. Se optar por um brasileiro, argentino, americano, inglês, italiano ou o que for... problemas e méritos dele. Se os argentinos querem tanto um ator argentino que levantem dinheiro e façam um filme do jeitinho que quiserem que ninguém vai se meter. Se Arau quer Shakira, Rodrigo Santoro, Paz Vega, Jordi Mollá etc... o filme é dele e pronto.
Reclamariam também que o único nome genuinamente argentino do filme seria o do compositor Luiz Enríques Bacalov, autor da trilha de "O carteiro e o poeta". Bem, neste quesito os argentinos reclamam de bobos mesmo. Se o roteirista escalado é Jeremy Leven, que de grande sucesso só tem "Don Juan de Marco", o diretor de fotografia é nada menos que Vittorio Storaro, aquele fotografozinho menor que trabalhou costumeiramente pra gentinha como Bertolucci, Coppola, Saura... Tem ainda, na edição, José Salcedo, montador dos filmes do Almodovar, e o diretor de arte Andrew Sanders, que fez filmecos como "O Céu que nos protege", "Furyo, em nome da honra", "Carruagens de fogo", "A última tentação de Cristo"...
Ah, pra não parar por aí o festival de queixumes, os argentinos estariam também indignados com a escolha de Paris e Bucareste para locações. Queriam, claro, Buenos Aires. Pra quê? Pra não conseguirem filmar por conta das passeatas, reclamações e vandalismos? Se não gostam dos atores e não gostam da equipe... o que esperam que façam lá? Pessoalmente não vou em lugares aonde não sou bem-vinda. E reconheçamos que em cinema, o que importa é a ambientação. Fake por fake... a Buenos Aires de hoje talvez seja menos parecida com a de 80 anos atrás do que Bucareste ou pontos de Paris.
Não entendo esta "charla" argentina de apropriação externa de suas personagens. Quem roubou Gardel de quem? Não esqueçam que todos já aceitam ser o "cantante" de tango, na verdade, nascido na cidade francesa de Toulouse e registrado originalmente como Charles Romuald Gardès. Bem... todos menos os uruguaios, que defendem ter o cantor nascido no departamento de Tacuarembó. Sabe-se, com certeza, que nascido na Argentina não é.
Defesa 1: quem acredita que Arau não tem "alma argentina"? Que tal a foto que está no site do Cine Club Cinema Mexicano?
Defesa 2: por favor... uma agarredela entre os deuses Rodrigo Santoro e Paz Vega paga cada centavo do bilhete.