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Gaúcha, eu?

Livrem minha caixa postal de piadas de gaúchos. Sou a gaúcha mais fajuta que existe.


Se eu fizer piadinha de gay serei taxada de homofóbica, se a piada for de negro, racista serei. Imaginem se saio pela net a perpetrar gracinhas anti-semitas?


Porque então, ó céus, meus AMIGOS se julgam no direito de encaminhar para mim cada piada de gaúcho que recebem? Tudo bem que gaúchos algumas vezes extrapolam limites, sobretudo os do Rio Grande do Sul. Mas daí a eu ter que pagar a conta?


Por favor!!! Eu adotei o "você" há uns 15 anos. Não gosto de música nativista e sequer das famigeradas bandas gaúchas do novo ou velho rock, de Replicantes a Frank Jorge e afins. E dos escritores... não sou exatamente fã da Lya Luft, Martha Medeiros, Veríssimo e Scliar. Quem sabe goste um pouquinho do velho Caio (Fernando de Abreu).


Minha identificação com o Rio Grande, apesar de ter nascido e me criado por lá, não é grande coisa. Pra falar a verdade, eu gosto de Porto Alegre porque foi lá que rolaram todas as minhas primeiras vezes de tudo na vida. Tirando a primeira vez que pisei em qualquer lugar fora de lá, foi lá que fiz tudo por primeiro. E só. Registro que por primeiro não quero dizer "por melhor".


Então... tirando o fato de meu RG ainda ser da SSP-RS e de eu ser uma torcedora nada fanática do Inter, piadas de gaúcho não me ofendem. Mas me irritam, claro. Me irrita saber que as pessoas querem ter o prazer de me irritar.


Diante disso eu imploro. Me tirem do mailing dos receptores de piadas de gaúcho. Eu posso começar a revidar e não quero entrar na esfera do politicamente incorreto.