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Natal: presépio ou calvário?

Olhe em volta. Veja o trânsito, as ruas e o comércio. Isso mais parece a paz da imagem de presépio ou a tormenta do calvário? Erramos de data ou de imagens?

Corpos e mentes cansados depois de um ano de trabalho e correria (ou desemprego e apatia) não merecem gastar a tênue energia que ainda lhes resta na correria que antecede o Natal. Não é humano andar nas ruas, não é humano ir ao supermercado, não é aceitável entrar em um shopping ou banco. Enfim, o único ato razoável nesta época seria a hibernação, mas isso combina mais com ursos no inverno de Yellowstone que com o calor dos trópicos.


Mesmo que a criatura não seja do tipo que sai a comprar regalitos para cada parente ou amigo e, com isso, não entre na loucura que parece dominar o período... viver é impossível. Posso não ir ao supermercado comprar chester e peru, mas ainda como e dele não posso fugir.


Também posso não ir aos shoppings em busca de presentes mas os cinemas, as grandes livrarias, meu salão de beleza, enfim, hoje estão todos dentro destes estabelecimentos, não tenho como escapar.


Desta forma, mesmo que eu queira seguir minha vidinha normal, sou atropelada pela horda que se deixa levar pelo espírito natalino e por uma sede insana de gastar o 13º, 14º, 15º... gastar o que nem existe.


Há algo de errado e não me refiro à uma possível distorção do que deveria ser o natal. Não acho errada a gastança e menos ainda este furor passeador que assola a humanidade. Só penso ser errado colocarem um presépio embaixo da árvore de natal.


Acredito que a imagem do calvário cairia bem melhor.