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Digressões que levam à ratoeira

Olho para o velho Telefunken e penso: como deixamos isto tudo se criar?

·        Todo mundo sabe, até o próprio Ministro Paulo Renato disse: ''a Educação particular é o melhor negócio do Brasil, na atualidade"! 


Meus antigos leitores sabem que uma das peças mais destacadas de meu patrimônio é um aparelho de TV Telefunken, ano 76, que em sua bonita caixa de madeira funciona muito bem, apresentando apenas um levíssimo esverdeado em sua imagem. Uma vez ameaçou o último "suspiro" mas, fiel, voltou à vida. 


Pois bem... credito a ele um tanto de minha memória televisiva. Olho para aquele tubo de imagem (ainda dos "gorduchos"), para a caixa e seus botões deslizantes, e vou lembrando de programas vistos.


O curioso é que não faço isto enquanto assisto reprises. É quando olho "novos" programas mesmo. A moldura é a mesma, a imagem já foi um dia melhor... só mudam artistas e pouca coisa mais.


Nesta semana, lendo os jornais, vi que praticamente todos os colunistas de TV apontaram o exagero de "referências" de Esplendor, novela da Globo que teve estréia nestes dias. Diante disso não vou ficar aqui repetindo tudo o que falaram sob pena de ser acusada de plágio (triste sina de uma coluna publicada às sextas-feiras).


Mas algo que passou batido por meus colegas posso mencionar: vocês perceberam que a música incidental para os momento de suspense nos remete ao clássico Psicose?


Entro novamente no velho tubo-de-imagem-do-tempo e lembro de Chacrinha, que como todos sabem dizia: "na TV nada se cria, tudo se copia". Imediatamente vem à cabeça a célebre e famigerada frase de um antigo anúncio, hoje renegado por seu intérprete Gérson: "a gente gosta de levar vantagem em tudo".


Frases distintas, significados aparentados, que me remetem a uma outra frase, repetida à exaustão nestes 3580 seminários, palestras e workshops que, por compromisso profissional, sou obrigada a participar.


Dez entre dez painelistas dizem: "o poder está nas mãos de quem tem a informação". Toda informação, qualquer tipo de informação. Referem-se, de um modo geral, à informação tecnológica, científica e de números dos mais diversos mercados. Sem dúvida alguma, no entanto, o poder está nas mãos daqueles que detêm o poder de veicular a informação.


E este poder, como temos visto, se transforma em dinheiro. Dinheiro que só serve para ser transformado em mais dinheiro. E mais poder, evidentemente.


É lógico que não sou freira pra ficar aqui esbravejando contra o capitalismo, afinal... sou uma mulher moderna. Mas tenho estômago sensível, e quando fico sabendo de certas coisas... ai!!!


Aqui no Paraná, e acho que é um "fenômeno" nacional, as universidades proliferam a uma proporção tal que estou pensando seriamente em emoldurar meu diploma, coisa que nunca fiz. Algo me diz que dentro de pouco tempo ele poderá valer muito. Não pelo ineditismo mas pelo diferencial. É diploma de uma séria instituição, item que deverá ser raro dentro de pouco tempo.


Mas vamos ao que interessa...


Este fonômeno ultrapassa os limites das capitais e chega ao interior dos estados. E aqui no Paraná, acreditem, um dos investidores no setor é quem? Ele... o ignóbil roedor.... Sr. Carlos "Ratinho" Massa.


Seus fãs dirão: "que bonito. O Ratinho agora oferece educação a seu povo". Eu, como nada tenho a ver com isso, pergunto: "que compromisso este senhor tem com a educação? O que sabe ele sobre o assunto"?


Mas convenhamos que ele está com tudo. Se o futuro pertence àqueles que detêm o poder da informação... nada melhor que a situação de Ratinho. Forma ignorância na frente da telinha... e "lustre" nos bancos escolares.


Olho para o velho Telefunken e penso: como deixamos isto tudo se criar?