Fiz um passeio na Serra Gaúcha em julho e, visitando Bento Gonçalves, toda gauchada me aconselhava a comprar o tal Cabernet Sauvignon, da Miolo. Pois, nem na vinícola o achei mas, para não perder a viagem, saí de lá com uma caixa de Merlot. Não me arrependi... vinho honesto.
E é sob efeito de uma garrafa inteirinha que escrevo nesta semana. O que seguramente justificará eu achar minha coluna genial... e vocês a detestarem.
É final do mês e com ele chega, além das contas, a revista da NET. Eu odeio a revista da NET. Ela é a materialização de minha sensação de ser roubada... de minha burrice.
Se eu usasse o dinheiro que gasto para ter o pacote mais-mais da NET em locação de filmes, sairia ganhando. São R$ 65,77 que, divididos por R$ 4 (valor médio das locações), resultam na possibilidade de alugar 16 filmes/mês, um número infinitamente maior do que consigo assistir na TV por assinatura.
E asseguro que isto não se deve ao fato de eu não gostar de filmes. De jeito algum. Mas vejam os destaques dos cinco canais Telecine, carro-chefe da operadora: Segredos de Um Crime; Carrossel de Emoções; Um Passe de Mágica; Um Tiro na Noite; Testemunha de Acusação; e, Por Uma Vida Menos Ordinária. Aí vão misturas de Melanie Griffith com Elvis Presley; de Kathleen Turner e John Travolta em períodos de decadência total; e de Ewan McGregor pagando os pecados ao lado de Cameron Diaz. Só restaria mesmo o prestígio do bom e velho Billy Wilder dirigindo Marlene Dietrich para salvar a "safra", não fosse este um filme realizado em 1957 e já diversas vezes visto.
Lixo. Nada de novo.
Eu só assino TV porque sofro de uma neurose que me faz sofrer muito apenas ante a possibilidade de, eventualmente, estar perdendo alguma coisa. Nada de concreto... só o medo de não ter acesso a algo a que deveria ter. Só que esta tal coisa imperdível nunca passa!!
Medo infundado, comprovam meus três anos de assinante. Mas sai mais barato deixar o medo fluir que me tratar.
Observação: Muita gente lamentando o fim do jornal 60 Minutos, da TV Cultura. É um paradoxo o fato de que só uma empresa estatal consiga não ser "chapa-branca" no jornalismo. Lastimável.