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O “Boina” voltou

Ele voltou, e desta vez sem boina na cabeça. Marcos Palmeira, só pra me contradizer, encarna um personagem urbano em “Andando nas Nuvens”

Ele voltou, e desta vez sem boina na cabeça. Marcos Palmeira, só pra me contradizer, encarna um personagem urbano em “Andando nas Nuvens”, nova novela da Globo, com os cabelos em selvagem desalinho. Lembram que eu dizia que a versatilidade do ator se resumia ao penteado? Personagens urbanos... cabelo engomadinho. Personagens rurais... cabelinhos in natura. D. Gertrudes Managuá, minha fiel leitora de Foz do Iguaçu, pouco liga pra estas coisas. Vidrada no moço, viajou até o Rio de Janeiro para vê-lo no Sambódromo, sacudindo a maravilhosa bunda que Deus lhe deu.


“Andando nas Nuvens”, pasmem, me agradou. É claro que primeira quinzena de novela costuma ser legal, mas há algo de interessante nesta. A começar que é uma comédia, o que já é um ganho depois daquele drama "ai roubaram minhas crianças no berçário e o que é que eu faço agora contra a bruxa da Marília Pera"?


E depois... finalmente deram uma caprichadinha no elenco. Marco Nanini, Débora Bloch, Suzana Vieira e Marcos Palmeira seguram melhor uma trama. Bem melhor que Murilo Benício. Mesmo com Cláudio Marzo, Felipe Camargo e Márcio Garcia... ainda assim dá pra encarar.


Dizem as resenhas sobre a novela que ela é inspirada nas velhas comédias românticas estilo Rock Hudson/Doris Day. É verdade. Palmeira e Débora Bloch se conhecem em situações tipo “esbarrão”, criam antipatia mútua à primeira vista e, é lógico, se apaixonarão. Igualzinho às velhas sessões da tarde, sem Billy Wilder, lastimavelmente. Com todo respeito ao tal Núcleo Dênis Carvalho.


Mulher


Voltou, em edição empobrecida, “Mulher”, seriado UTI também da Globo. Há um ano, a atriz Carla Daniel escreveu para esta coluna reclamando, entre outras coisas, que eu não reconhecia o valor de se fazer um seriado em película na TV brasileira. Pois até que eu reconhecia ao menos isto... Mas e agora que nem isto mais o seriado tem a seu favor?


Continua a mesma chatice, a mesma sucessão de casos perdidos-soluções emocionantes de sempre e culpa. Muita culpa. A Dr. “Eva Wilma” sente-se culpada porque o filho morreu e ela acredita não ter sido uma mãe suficientemente dedicada já que passou a vida entre o ambulatório e o tratamento intensivo. E  quem precisa da culpa alheia? Ainda mais tão absurda.


Depois reclamam quando eu digo que “Mulher” é uma espécie de “Você Decide” sem a opção do voto...