Sou uma privilegiada nestas grandes cidades brasileiras porque ao menos tenho tempo suficiente para almoçar em minha própria casa todos os dias. Não que o faça sempre e sequer tão seguidamente quanto gostaria, o que me obriga muitas vezes a uma comida detestável, outras tantas a uma televisão de quinta categoria. E há até algumas que conseguem reunir as duas “qualidades.
Definitivamente não precisamos dos tais “quilinhos” e menos ainda de “quilinhos” sintonizados mas outro dia eu caí num desses. Uma daquelas situações típicas de “After Hours”. Estava lá e atrás de mim duas moças que Deus lá sabe o que fazem na vida comentavam a nova prisão de Tyson e o que haviam visto sobre ele nos últimos tempos. Os noticiários pré e pós luta, a luta e a prisão.
Impressionante como o mundo virou mesmo um show. Myke Tyson, seja por qual motivo, tem enorme capacidade de se meter em encrencas, volta e meia está envolvido com a justiça. E como as encrencas não são pequenas - e como se trata de Myke Tyson - tudo complica. A partir daí ele precisa de um bom advogado que, claro, para atender o tamanho da encrenca e sabendo o quanto Myke Tyson pode pagar, cobra os olhos da cara gorda e inchada do não mais em forma boxeador. Então Tyson, para reforçar a combalida conta, aceita novamente subir ao ringue sob o disfarce de grande retorno. Além de ganhar o que provavelmente estaria precisando ainda teria a chance de mostrar que trabalha, que não é um vadio qualquer. Isto pesa ante a corte.
E o mundo assiste a luta de Tyson contra um sujeito que ninguém conhecia até aquele dia ou noite. Ou tarde, já que a luta teve transmissão para todos os fusos horários do mundo. Vivam os patrocinadores, viva Tyson, viva Don King, viva o Jack Nicholson sentado na platéia, viva o Hino Nacional. Vivam o vermelho, o azul e o branco. A águia. Aí está este exemplo de cidadão.
Enquanto isso a CNN anuncia: “Un duro golpe en la carrera de Myke Tyson”. Quá, quá quá. Duro golpe levaram suas vítimas, dentro e fora do ringue. Ele, prática e objetivamente, era um sentenciado que violou a condicional. Está exatamente onde qualquer Código Penal respeitável o colocaria. Ele só não merecia estar na mídia.
Já que estamos no carnaval... uma notícia fantástica. Se alguém dúvida qual é o verdadeiro túmulo do samba... acabou a discussão. Curitiba. Acabo de ouvir na CBN que por questões de proteção ambiental foi proibido o pagode nos bares do Parque Barigüi, o maior da cidade. Uma amiga apoiou parcialmente a idéia. Ela acha que o pagode deveria ser proibido e ponto.