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Adeus às novelas

Nada é mais fácil do que achar o risível em novelas.

Sobre as cenas finais de Torre de Babel tudo já foi dito, menos um detalhe importantíssimo e que me fez gargalhar em frente da televisão. Dentre todos os grandes achados finais o autor deu-se ao luxo de encerrar a participação de Dalton Mello e Vanessa (???) Barum com diálogo lapidar. Os dois, casadinhos e habitando a velha casa do ferro-velho, estão em clima doméstico. Ele estudando na mesinha de centro e ela deitada no sofá, lendo. E correm então - mais ou menos - estes dizeres:


Shirley: “...Fico muito feliz que você tenha voltado a estudar”. 
Adriano: “Uma coisa que eu vou querer é que você faça uma faculdade”. 
Shirley: “É mesmo??!! Eu faço” (com cara de feliz e animada).


Se ela mesmo tivesse manifestado o desejo, tudo bem... No coments.


É por estas e por outras que frustrarei os eventuais leitores que acessem esta página em busca de mais novidades novelísticas. Minha cota estourou.


Cria-se então um problema pois nada é mais fácil do que achar o risível em novelas.


Imagino que o pessoal da TV Senado deve estar preocupado com as duzentas mil horas de transmissão direta do “julgamento” de Clinton, by CNN. Disputa com a emissora do senado brasileiro em animação. Sobe um na tribuna e detona Clinton. Sobe outro e defende. Realmente, domingos, políticos e mães são iguais em qualquer lugar do mundo. No caso dos primeiros chama a atenção a gestuália. Sinto falta apenas do jeito ACM de presidir. Voês já repararam que o ACM jamais está prestando a atenção em qualquer pronunciamento? Está sempre envolvido em conversas paralelas e ouvindo cochichos de seus papagaios de pirata.


E a Rede Manchete está se entregando para o bispo e a bispa de sei-lá-qual-igreja. O pessoal que trabalha lá ao menos tem agora a esperança de receber... nem que para isto tenha que passar o cestinho no culto. Não entendo quem reclama da evangelização da TV brasileira. Rede Vida, Record, Manchete, Vinde... Meus compatriotas não sabem mesmo o que querem. Reclamam da sexualização, reclamam da “beatice”... se entendam, pô. Ou vão querer me convencer que querem programação cultural e séria?


Se isto fosse verdade estariam fazendo manifestações pela volta do Paulo Henrique Amorim ao comando do jornalismo da Band e até onde sei isto não ocorreu. Lembram da cobertura das eleições? Paulo Henrique, sozinho, fez mais do que todo jornalismo da Globo junto. E do SBT e Record idem. Qual nada. Tudo falácia.


Falando em falácia. O Manhattan Conection - programa que lidera o ranking da “jogação” de conversa fora e que vai ao ar nas noites de domingo no GNT - vai mal. Não que o quarteto Caio Bindler, Lucas Mendes, Nélson Motta e Arnaldo Jabor estejam piorando pois isto não estão. São os mesmos de sempre. Mas a qualidade do áudio está muito abaixo do aceitável. As intervenções do Jabor, via satélite, invariavelmente estão fora do ponto, o que é muito mais irritante que suas opiniões.


Interessante foi o tema do Globo Repórter que tratou dos esquecidos. Desencavou Ferrugem, Kate Lyra, Ricardo Prado e uma série de pessoas que um dia já tiveram fama e dinheiro e que hoje não têm mais fama e, em alguns casos, sequer dinheiro.


O que me faz repetir uma pergunta feita na coluna da semana passada. Até que alguém responda eu a manterei no ar: onde anda Djenane Machado?