Ligo a TV e a certeza que a criatividade científica supera a humanística se evidencia. O programa, desculpem, não sei o nome. Mas vai ao ar nosdomingos, por volta das 20 horas no Worldnet (NET).
Trata-se de um equipe x equipe destes que lotam nossa telinha. Perguntas, respostas, pontos, buzinas, prêmios e a habitual tensão, não importa se verídica ou armada. Igualzinho a sempre. J. Silvestre, Flávio Cavalcanti e Blota Júnior já faziam isto, copiando a TV americana que fazia antes ainda.
O único diferencial do programa é o tema: o mundo dos computadores.
Quatro senhores de cada lado e dois apresentadores. As perguntas são algo assim: "desde que foi criado o primeiro modem, em quantas vezes já foi multiplicada sua velocidade"? "Bill Gates cantarolou na TV esta semana. "Qual música"? "Quanto a Microsoft pagou aos Rolling Stones"? "Quem foi o criador do Yahoo"? E por aí vai.
Faço então um paralelo. Desde que surgiu, a televisão evoluiu muito. Ganhou cor, abandonou a válvula, é transmitida via cabo ou direto por satélite, enfim... uma série de inovações. O computador então nem se fala. De funções limitadas e tamanho imenso, no início, virou estas coisinhas vendidas em supermercado, eletrodoméstico presente diariamente em nossas vidas.
A tecnologia de ambos deu muitos saltos nestas quatro décadas. Tiveram upgrades bem mais sensíveis que a criatividade dos produtores de televisão, que continuam fazendo programas equipe x equipe, tocando buzina para o erro, marcando no relógio o tempo da resposta, forjando tensões, distribuindo prêmios.
Parece que os engenheiros têm alcançado resultados mais expressivos que diretores e produtores de televisão.