Domingo gosto de acordar tranqüilamente, tomar café com o jornalão e assistir Globo Rural. Um dos melhores programas da televisão brasileira. E não falo isso em causa própria. Não o assisto apenas por interesse profissional, ao contrário, talvez sua qualidade tenha contribuído para que eu caísse nesta seara.
Há anos Globo Rural está entre os líderes de correspondência na emissora, o que equivale dizer no país. E merecidamente.
Além da inquestionável qualidade técnica e da identificação que seus repórteres conseguem alcançar com o público do programa, Globo Rural ainda cumpre um importante papel no processo de levar informação ao homem do campo. Pode se dizer que o programa tem até um caráter extensionista.
Faz isto sem o superficialismo ou o didatismo pueril da maioria dos programas, sejam eles jornalísticos ou de ficção. É favorecido por não ser um programa que aborde temas comportamentais, o que lhe garante uma menor margem erro.
Os programas comportamentais de um modo geral são irritantes para muitas pessoas, entre as quais me incluo, por serem absolutamente moralistas. A mocinha deve assumir seu romance com o presidiário? Mesmo se for uma assistente social que infringiu seus princípios éticos ao envolver-se emocionalmente com quem deveria manter-se nos limites do profissionalismo.
De "Você Decide" a "Mulher" (ela novamente), o que vale não é falsa idéia de estarem colocando grandes temas em debate. O que sobra depois de tudo é um julgamento moral. E eu não gosto de julgamentos morais. Sejam eles frutos da ficção ou da realidade.
Duas fórmulas distintas. Duas fórmulas de sucesso inquestionável. Mas eu prefiro a do Globo Repórter, que jamais assume uma postura maniqueísta.