Se o mineiro, diria Nélson Rodrigues, só é solidário no câncer... o brasileiro só é solidário na vitória. No início do ano os jornais do país estampavam manchetes do tipo "Guga fracassa". Hoje, novamente campeão em Roland Garros, o garotão de Santa Catarina é o "Brasil vitorioso".
Jamais esquecerei uma vitória de Joaquim Cruz em Olímpiadas da década de 80. Era dia das mães e um repórter se aproximou esperando que o corredor fizesse sua homenagem à data. Nada sutil perguntou: "a quem você dedica esta vitória, Joaquim"? Ao que ele respondeu: "a mim. Eu que batalhei sem apoio algum" (era algo assim).
Bem fez ele e felizmente tive a oportunidade de, anos depois, cumprimentá-lo por esta resposta.
É fácil ter torcida no sucesso. É mole patrocinar um atleta pronto.
Ontem foi sábado e a noite de Paris fervilhava. Enquanto a gurizada dançava enlouquecida em algum clube... Guga dormia em um quarto de hotel. Se é que conseguia dormir.
Esta vitória não é do Brasil, não é de Florianópolis e muito menos minha.
Pode ser dos Kuerten... seguramente é um tanto de Larry... mas é sobretudo de Guga.
Só dele.
Parabéns a ele e à Rede Record. Que ganhada!!!