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Mas…

Nas últimas duas semanas recebi a mesma mensagem (span???) umas cinco vezes.

Nas últimas duas semanas recebi a mesma mensagem (span???) umas cinco vezes. Dizia ela, em seu primeiro parágrafo (e depois de lê-lo recusei-me a prosseguir), que “um deputado baiano (só podia ser baiano)”... estaria propondo lei que impediria ou dificultaria a investigação de casos de corrupção na esfera pública.


Aos cinco remetentes enviei a mesma resposta... que algo tão politicamente incorreto - apesar de não gostar da expressão – dispensava.


É impressionante como somos capazes de repetir preconceitos. Eu quase estava escrevendo que repetimos preconceitos sem pensar, o que seria redundância pois qualquer pessoa que pense jamais será racista, misógina, homofóbica, anti-sionista ou anti seja lá o que for.


Coincidência ou fruto de uma atenção maior ao caso, na mesma semana vi, no programa Mais Você, a Ana Maria e seu partner Louro José em mais uma sessão de charadinhas. Uma delas perguntava: “o que é preto mas vale mais do que branco”? Ora... por mais que a resposta fosse o chopp preto, causou-me certo constrangimento a brincadeira.


Talvez no mesmo dia, em Terra Nostra, Gumercindo (Antônio Fagundes) diz querer sentir-se orgulhoso do recém descoberto filho. “Negrinho mas doutor”, disse.


Semanas antes a mesma Globo coloca no ar uma entrevista com a tia de um jogador, negro, que declara ser o rapaz “pretinho mas bem bonitinho” (algo assim). Não estranhei que a própria tia, também negra, tivesse esta visão distorcida já que ela está em nossas piadas, na televisão, na internet e o que é pior... incrustado no inconsciente de parcela significativa da população.


Algo está errado, muito errado quando há sem um mas, espécie de “apesar de”, em todas estas frases.


Sou chata com isso. Sou uma espécie de patrulheira do racismo. Minha melhor ação, lembro bem, foi levada a termo há mais ou menos um ano. 


Estava em um táxi quando paramos em um sinal e, no carro ao lado, um casal formado por homem preto e mulher branca, se beijava. O motorista de táxi soltou uma piada horrorosa qualquer e então eu disse: “qual o problema. Meu marido é negro”.


Foi uma boa mentira. Tenho certeza que este cidadão poderá até pensar... mas nunca mais externará tamanha asneira.


Lorena Calábria aporta no Multishow



A jornalista e apresentadora Lorena Calábria, a partir de junho, comanda dois novos programas no Multishow. Os programas são Bate-Papo Digital e Ensaio Geral, ambos prometem entrevistas com personalidades do país e participação da audiência através da internet. O primeiro a entrar no ar é Bate-Papo Digital, a ser lançado em 5 de junho, às 23 horas. O programa terá entrevistas com personalidades, falando sobre as influências que seus trabalhos tiveram de outras formas de artes.


As entrevistas terão a linguagem de um chat. Sempre que um assunto despertar muita curiosidade poderá ser ilustrado como se fosse um web site aberto e alguém tivesse clicado naquele link. Bate-Papo Digital promete ser o primeiro programa convergente da TV / WEB no Brasil.


As entrevistas serão acompanhadas por uma web cam para que os internautas possam assisti-las na rede em tempo real. Quem estiver conectado na internet poderá ver cenas dos bastidores. Todo o material poderá ser usado, posteriormente, na edição do programa.


Ensaio Geral, que estréia no dia 28 de junho, às 21h30, terá uma hora de música brasileira com a mistura de apresentações musicais, bate-papo, videoclipes e informações sobre o universo musical.


O programa terá diversos quadros que se intercalam com as entrevistas:


*         BRAZIL COM Z – Notícias internacionais sobre música brasileira.


*         DICIONÁRIO - Palavras ou expressões curiosas tiradas de letras de música. 


*         PERDIDOS NO ESPAÇO – Resgate de músicas e de artistas que sumiram da cena ou já morreram.


*         NA TRILHA – Como e por quem foi feita a trilha sonora de filmes, comerciais ou programas de TV.


*         BASTIDORES DA INDÚSTRIA – Assuntos do show biz: gravadoras, mídia, produção de shows, marketing. 


*         DA BANDA – Apresentação de um músico que toca com um artista famoso. 


*         SITE MUSICAL – Lorena Calábria navegará por sites de música brasileira ou de um artista ligado a MPB; 


*         DEU NO MULTISHOW – Seleção do arquivo do canal ligado à MPB: uma matéria, um trecho de show, um making of, um videoclipe novo;


*         AQUELE VÍDEO – Videoclipe do acervo Multishow escolhido pelo assinante;


*         NAS LOJAS – Comentário sobre os últimos lançamentos de álbuns nacionais. Poderão ser comentados também livros e vídeos que estejam ligados a música brasileira;


*         ENQUETE DA SEMANA – Sempre com questões relacionadas com a música para o assinante testar sua cultura musical. A resposta sai no programa seguinte; e, 


*         HORA DO BIS – O entrevistado escolhe um trecho de um show de sua preferência que faça parte do arquivo exclusivo do Multishow . Poderão também ser exibidos videoclipes musicais do acervo do canal.


Pátria de raquetes?


Eu e Otávio, do Comando de Ataque, bancávamos outro dia as tias velhas. Lamentávamos os tempos em que transmissões de tênis eram especialidade da Rede Manchete.


Isto mesmo, jovens leitores, por paradoxal que pareça, quando não tínhamos nenhum top-ten os grandes torneios eram transmitidos para todos, sem distinção. Agora que o esporte se “populariza”... (hehehe)só é transmitido pelas emissoras pagas.


Deste jeito fica difícil o país se transformar na “pátria de raquete” estampada na matéria de capa da edição do dia 28/05 de Veja.


Gosto de tênis, e dou minhas raquetadas, desde os tempos em que a maior polêmica (excetuando a presença de Reneé Richards nos torneios) era o uso do top-spin. Acostumados ao chapado estilo australiano, os tenistas mais conservadores não aprovavam a aplicação de batidas que provocassem efeito na trajetória da bola. Priscas eras... tempos em que empunhar a raquete com as duas mãos era igualmente tido como deselegante.


Mas apesar de lamentar a ausência do tênis da programação aberta, o que efetivamente contribuiria para um aumento significativo de torneios de gabarito, entendo os motivos. Com partidas que podem durar até 3, 4 ou mais horas, não há fôlego para uma transmissão. É possível até que, como ocorreu no vôlei, alguém em breve proponha mudanças nas regras de pontuação, encurtando os embates (o tie-braker em todos os sets já é um passo para isso. Mesmo assim cada game ainda pode durar muito).


Desta forma tenho assistido os jogos, ou parte deles, na ESPN. Os comentários têm sido, em geral, legais. É claro que pérolas como “perder o primeiro set numa melhor de cincos não é tão grave quanto perder o primeiro set numa melhor de três” são desnecessárias. Mas isto é nada se comparado ao que teríamos que ouvir do especialista em todos os esportes, Sr. Galvão Bueno.